sábado, 27 de agosto de 2016

Oficial de Justiça lança projeto "Constelação Familiar" no Tribunal de Justiça do Pará

A Oficial de Justiça Carmem Regina Sisnando Faustino, implementa no TJPA, Projeto Piloto denominado "Constelação Familiar", que será lançado no próximo dia 30 de agosto, objeto de seus estudos e tese de doutoramento, na pós-graduação. A constelação familiar é uma forma de terapia em grupo e como ferramenta terapêutica tem feito cada vez mais sucesso no Brasil nos últimos anos, e em parte se explica pelo perfil - é uma terapia breve, focada em um tema escolhido por quem está fazendo e dura apenas uma sessão, visando vencer fantasmas do passado que acarretam transtorno nos relacionamentos. O objeto essencial da "constelação familiar" são as emoções humanas e suas ligações com o racional humano.

O Sindicato dos Oficiais de Justiça do Pará (SINDOJUS-PA), ver este projeto como contribuição, colaboração e cooperação da Oficial de Justiça Carmem, ao Poder Judiciário Paraense e ao jurisdicionado. Segundo a Oficial de Justiça o Projeto das Constelações Familiares nasceu de observações a partir da quantidade de conflitos envolvendo questão de pensão alimentícia onde ela percebeu que o que estava envolvido na maior parte das contendas, eram os sentimentos de abandono, amor interrompido, mágoa e outros. Daí no intuito de ajudar a humanizar essas relações, o projeto foi apresentado ao NUPEMEC do TJPA, que é o setor responsável pelas conciliações e mediações.

A Oficial conta que começou a desenvolver o trabalho de consteladora, de forma voluntária com a comunidade no município de Bonito onde trabalhou como Oficial de Justiça antes de ser removida para a Comarca de Marituba, onde está lotada atualmente. Explica, ainda Carmem, que o objetivo do projeto é identificar o real motivo dos conflitos, ou seja, o que está oculto é imperceptível, pois identificando o motivo real os envolvidos podem perceber-se é encontrar o caminho de harmonia. É, portanto, um trabalho vivencial, desenvolvido a partir das ordens do amor. Essa terapia rápida de cunho fenomenológico, nasceu na Alemanha e pode ser aplicada para resolver ou apaziguar qualquer conflito, em qualquer área.

Em 2015, já na comarca de Marituba, a Oficial de Justiça, aplicou a metodologia na Vara do Crime com objetivo de melhorar o clima organizacional. À época o Magistrado titular era o Dr. Alan Meireles. Em abril do corrente ano o TJPA autorizou a implantação sob a coordenação do NUPEMEC, e o trabalho está sendo iniciado nas 2ª e 4ª Varas de Família. É necessário enfatizar que o papel do Oficial de Justiça dentro do Poder Judiciário passa por adaptações, busca de atribuições condignas com o exercício do mister e da valorização Profissional, nesta última se faz necessário o envolvimento da Categoria para responder às necessidades sociais e jurídicas do Jurisdicionado, através do Sistema Judicial. A função de Oficial de Justiça, por sí, já transforma esse operador do Direito, em especialista em gente e mestre em conflitos sociais.

O ser humano (gente) e os conflitos sociais, são a razão da existência do Poder Judiciário, e o Oficial de Justiça, dentro do corpo jurídico dos tribunais, é quem mais vivencia e trabalha diretamente com ambos. Há muito que o legislador tirou a regra de entrega de correspondências judiciais e outros atos mais singelos, das atribuições dos Oficiais de Justiça. O novo código de processo civil, veio com atribuições especializadas para este operador do Direito, que atualmente está capacitado para exercer papéis de maior importância e complexidade.

Os quadros de Oficiais de Justiça dos Tribunais contam com Oficiais de Justiça graduados e pós-graduados em diversas áreas. Muitos Oficiais de Justiça Mestres e Doutores, ainda tem a sua mão de obra subutilizadas em atividades que sequer fazem parte das atribuições previstas nos Códigos Processuais. Muitos Tribunais se debatem com a suposta carência de Oficiais de Justiça para realização do trabalho externo, e isso se dar, nem sempre pela real carência de Oficiais de Justiça nos quadros do Poder, mas sim, pela falta de adoção de políticas internas de distribuição de Oficiais de Justiça, assim como pela subutilização da mão de obra ou ainda dos desvios de função vivenciados diariamente.

A Oficial de Justiça Carmem, disponibiliza-se para replicar os ensinamentos a outros Tribunais que tiverem interesse na adoção desta forma de conciliação. Além de pesquisadora no tema a Oficial tem amplo currículo de cursos pelo mundo: México, Brasil, Alemanha, Portugal, Japão, Espanha e etc.

A Direção do SINDOJUS-PA, parabeniza a Oficial pelo belo e exemplar trabalho que está desenvolvendo e desejamos que sirva de exemplo para outros Oficiais de Justiça, na busca de valorização funcional. Parabenizamos também e na qualidade de representantes da Categoria, agradecemos à direção do NUPEMEC, na pessoa da Desembargadora Dahil Paraense, pelo crédito e confiança depositados na Oficial de Justiça Carmem Sisnando, tanto para aplicação das técnicas de Constelação Familiar sob supervisão do NUPEMEC, quanto pela capacitação ministrada pela mesma, aos Servidores do Poder Judiciário Paraense, que irão trabalhar no desenvolvimento e aplicação do Projeto. 

por Asmaa Abduallah

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