A segurança na atividade do Oficial de Justiça foi a principal discussão
nos debates ocorridos durante o 2º Encontro dos Oficiais de Justiça do
Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), no Centrejufe.
Em
palestra, o vice-presidente da Federação Nacional das Associações de
Oficiais de Justiça (Fenassojaf), Mário Fernandes da Costa Júnior, deu
orientações para que o trabalho dos servidores seja mais seguro.
Segundo
ele, os Oficiais precisam fazer um planejamento das diligências visto
que eles correm um risco permanente, pois não é possível saber qual será
a reação das pessoas ao receber o mandado. “Ninguém quer ouvir alguém
dizer que você está devendo, que está sendo acusado de um crime e que
irá perder seus bens”, disse.
Entres as dicas para esse planejamento,
Mário Fernandes citou: estruturar o roteiro da diligência; levantar
dados sobre o jurisdicionado; buscar informações sobre o local onde será
cumprido o mandado; verificar qual o melhor horário para realizar o
serviço; checar permanente as condições do veículo; ter um celular
operante com os números de emergência da Polícia e do Samu; usar
tecnologias como GPS e rastreador; solicitar a presença de um colega
dependendo do grau de risco do lugar ou da pessoa; e não levar parentes
nas diligências.
Abordagem - O vice-presidente
da Fenassojaf apontou ainda que a abordagem é um fator essencial para
cumprir o mandado. “Até quando falamos com o jurisdicionado pelo
telefone, temos que ter muito cuidado com as palavras. Precisamos usar
os termos adequados para passar a mensagem”, apontou. De acordo com ele,
o fator surpresa contribui decisivamente para a segurança dos oficiais,
porque é um dissuasivo psicológico da resistência, propiciando o êxito
da ação.
Outra dica é a celeridade na abordagem. “Quanto mais rápida
a ação, maior a surpresa e menor a possibilidade de reação”, destacou.
Ele também mostrou a importância da ação enérgica do Oficial, que deve
usar um tom de voz forte, robusto, eficaz, firme e resoluto. “O Oficial
tem de manter desde início posição e distâncias seguras. Deve
cumprimentar, ser amistoso, apresentar-se e dizer seu nome e profissão”,
orientou.
Mário Fernandes afirmou que o Oficial de Justiça deve
analisar se a situação é favorável ao cumprir o mandado. “Se não for o
momento adequado, deve recuar e pedir auxílio policial. O Oficial nunca
deve esquecer que sua segurança está em primeiro lugar”, frisou. Ele
observou ainda que não é recomendável os colegas usarem serviços nos
locais com alta incidência criminal e se valer de moradores dessas
localidades como guias para auxiliar no cumprimento dos mandados.
Relatos -
No painel sobre casos enfrentados pelos Oficiais do TRT-10, Aldenora
Carvalho Oliveira, Oficiala de Araguaína (TO), relatou as dificuldades
enfrentadas pelos servidores da cidade. “Na região, existem muitos
conflitos de terra, ocupação irregular de terra e trabalho escravo. A
Polícia faz muitas exigências burocráticas para acompanhar os Oficiais e
dizem que têm pequeno efetivo”, declarou. Ela mostrou um vídeo sobre
obstáculos enfrentados pelos Oficiais de Araguaína, como as péssimas
condições das rodovias, estradas de chão, pontes inacabadas, grandes
distâncias e locais sem sinal de celular.
Aldenora sugeriu que sejam
disponibilizados telefones via satélite. A secretária de Gestão de
Pessoas do TRT-10, Rosemary Wargas, informou que a proposta foi
apresentada no ano passado, mas não foi aprovada por problemas
orçamentários, e que a direção está avaliando o pedido novamente.
FENASSOJAF: A REPRESENTANTE DO OFICIAL DE JUSTIÇA
com informações do TRT-10