quinta-feira, 7 de maio de 2020

Morre no Pará o 5º Oficial de Justiça vítima do coronavírus no Brasil


O Sindicato dos Oficiais de Justiça do Pará (Sindojus-PA) emitiu nota comunicando a morte do Oficial de Justiça do TJPA Roberto Carvalho, ocorrida hoje (07/05) em decorrência da Covid-19.

"É com muito pesar que comunicamos o falecimento do Oficial de Justiça Roberto Carvalho, que no dia de hoje perdeu a batalha para o COVID 19. O Sindicato dos Oficiais de Justiça lamenta profundamente a partida do colega, que mesmo diante do momento caótico em que vive o mundo, cumpriu com seu mister, levando a justiça a quem precisa. Que seus familiares sejam acolhidos pela força do Espírito Santo. Siga em Paz !", diz a nota do Sindojus-PA.

Roberto Carvalho é a 5ª vítima fatal do coronavírus entre a categoria dos Oficiais de Justiça no país. Além dele, os Oficiais José Dias Palitot, Clarice Fuchita Kresting (ambos do TRT da 2ª Região) e Kleber Bulle da Rocha (do TJRJ), também não resistiram ao novo vírus.

Os oficiais de Justiça são os servidores encarregados de dar cumprimento às ordens judiciais, e em razão de exercerem atividade essencial não pode parar, mesmo durante a pandemia. Atualmente os oficiais de Justiça continuam cumprindo os mandados urgentes, entre os quais: afastamento de maridos agressores do lar, buscas e apreensões de crianças em situação de risco, mandados relacionados à área de saúde, réus presos, liberdade de locomoção das pessoas, entre vários outros.

Registre-se que as federações nacionais que representam o oficialato de Justiça em todo o Brasil (Fesojus, Afojebra e Fenassojaf), bem como os sindicatos e associações locais, continuam atuando junto aos tribunais para que o risco de contaminação dos oficiais de Justiça pelo novo coronavírus seja minimizado com o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs).

Edvaldo Lima (Diretor do Sindojus-PA e presidente da Afojebra) disse ao portal InfoJus Brasil que o Sindojus-PA está atuando em parceria com o TJPA para que todas as medidas necessárias sejam tomadas para minimizar a exposição dos Oficiais de Justiça ao contágio do coronavírus. Segundo Lima somente os mandados urgentes estão sendo cumpridos e que o tribunal tem fornecidos os EPIs necessários mesmo encontrando dificuldades logísticas para entregar os equipamentos em todas as comarcas do Pará. 

O Diretor do Sindojus-PA lamenta profundamente o falecimento do colega oficial de Justiça Roberto Carvalho, se solidariza e transmite seus mais sinceros sentimentos aos familiares neste momento de perda e dor.

Fonte: InfoJus Brasil

Atualizado: 08/05/2020 às 00:46h

Resolução n.º 318/CNJ prorroga medidas protetivas até 31 de maio em todo o Judiciário


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicou, nesta quinta-feira (07), a Resolução nº 318/2020, que prorroga até 31 de maio, em todo o Poder Judiciário, o regime instituído pelas resoluções nº 313 e 314, e dá outras providências.

De acordo com o CNJ, em caso de imposição de medidas sanitárias restritivas à livre locomoção de pessoas (lockdown) por parte das autoridades estaduais, “ficam automaticamente suspensos os prazos processuais nos feitos que tramitem em meio eletrônico ou físico, pelo tempo que perdurarem as restrições, no âmbito da respectiva unidade federativa”.

O regulamento também recomenda que as intimações para audiências e sessões de julgamento sejam realizadas “por órgão oficial, observado interstício mínimo de cinco dias úteis se não houver outra previsão específica”.



Fonte: InfoJus Brasil

Atenção à saúde mental: Sindojus-PB quer participação em Comitê do TJPB


O Diário da Justiça do último dia 30 de abril trouxe publicada portaria subscrita pelo desembargador-presidente do TJPB, Márcio Murilo, que cria o Comitê Gestor de Atenção Integral à Saúde Mental de Magistrados e Servidores, cuja composição, curiosamente, não conta com a participação de integrantes de entidades representativas dos servidores, a exemplo do Sindicato dos Oficiais de Justiça da Paraíba, como prevê a Resolução 207/2015 do CNJ indicada no referido ato.

“Vale destacar que isso não se deu por falta propostas e tentativas ao longo dos últimos anos. Esta semana faremos essa reivindicação, por a consideramos legítima e óbvia, até porque a citada resolução aduz a participação das entidades representativas. Ademais, fato é, enquanto Sindicato, conhecermos de perto a realidade enfrentada pela categoria no tocante à saúde mental e riscos de vida que cotidianamente lhe afligem”, afirmou o presidente do sindicato, Benedito Fonsêca.

Coincidentemente, a publicação do ato se deu após o sepultamento de mais um colega Oficial de Justiça, como tantos outros, assoberbados por uma grande demanda de trabalho, aliada à insegurança causada pela falta de equipamentos de segurança, à angústia por utilizar/depreciar seu próprio veículo a serviço do estado, a frustração pelo achatamento salarial decorrente do contínuo descumprimento da Lei da Data-Base.

Reflexos na saúde

Esse conjunto de circunstâncias, somadas a outros eventuais problemas pessoais, reflete e se manifesta de forma diferente em cada um, através de sinais na saúde mental, nem sempre percebidos ou devidamente acompanhados, o que inflige a quem é acometido, dor, sofrimento e até óbitos, como, lamentavelmente têm ocorrido.

Nesse contexto, preocupa, sobremaneira, uma doença silenciosa e devastadora, tratada como o mal do século: a depressão, que acentuada nas mais variadas faixas etárias e classes sociais, chega a levar ao suicídio, tema tido ainda tratado como tabu em nossa sociedade.

O assunto já foi tratado com a presidência e com a corregedoria, que têm identificado a depressão como uma doença em muitos Oficiais de Justiça quando demandados administrativamente.

Dados alarmantes

A cada hora, em média, noventa pessoas se suicidam no mundo;

A cada dia, em média, 2.160 pessoas se suicidam no mundo;

A cada semana, em média, 15.120 pessoas se suicidam no mundo;

A cada mês, em média, 64.800 pessoas se suicidam no mundo;

Acada ano, em média, 777.600 pessoas se suicidam no mundo;

Em 2015, 828 mil pessoas se suicidaram oficialmente no mundo;

Estima-se que ocorra de 10 milhões a 20 milhões de tentativas de suicídio por ano;

Estima-se também que esse número cresça e que 1,5 milhão de pessoas se matem em 2020;

Esse número pode ser muito maior, pois a maioria dos países não tem estatísticas confiáveis nem dados suficientes registrados.

Pedido anterior

Há quase três anos, em agosto de 2017, o TJPB, criou, a pedido do Sindojus-PB, uma Comissão Permanente de Prevenção de Acidentes Laborais de Oficiais de Justiça, em um pedido para a aquisição de equipamentos de proteção individual (EPI) também necessários ao exercício de atividades exclusivamente externas.

À época, Benedito lembrou que diariamente vários Oficiais de Justiça das mais diversas comarcas procuram o Sindicato, relatando sérios problemas de saúde que impactam no exercício diário de suas atividades, causando uma grave descontinuidade, com reflexos negativos para os jurisdicionados que terminam não tendo a concretude do direito materializado em toda a extensão da máquina judiciária.

Lamentavelmente, essa Comissão não atingiu a finalidade para a qual foi criada.

PERNAMBUCO: Oficiais de Justiça mantêm a cidadania viva

Oficiais de justiça enfrentam pandemia para cumprir mandados e garantir segurança

Paulo Paiva/DP Foto

Cumprindo mandados presenciais durante a pandemia, os oficiais de justiça de Pernambuco têm vivenciado uma rotina diferente do habitual. O período de plantão vem se mostrando desafiador para os profissionais, que relatam um número crescente de intimações no decorrer do isolamento e redução de profissionais em atuação, que foram afastados por fazerem parte do grupo de risco.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Oficiais de Justiça de Pernambuco, Roberto Soto, apesar do receio do contágio da Covid-19, o trabalho dos oficiais é fundamental para garantir a segurança da população.

“Nós estamos receosos por estar na rua, em contato com várias pessoas, claro. Mas sabemos que o nosso trabalho é essencial para garantir que todos estejam bem e seguros. Temos trabalhado com todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e estamos nos prevenindo ao máximo durante os plantões”, conta Roberto.

O diretor também informou que o número de intimações para casos de agressão contra mulher cresceram no decorrer da quarentena.

“É notável que houve um aumento gigantesco de casos de violência contra a mulher. Das 20 ordens que recebemos em média por plantão, 18 são direcionados para estes casos. É muito importante que as mulheres continuem denunciando porque estamos tomando as medidas cabíveis, temos atuado bastante neste aspecto”, comunica Roberto.

O oficial de justiça Lueuny Luiz informou que além da Lei Maria da Penha, intimações para pensão alimentícia e ordens direcionadas para problemas na saúde também cresceram.

“Temos realizado mandados com bastante urgência para hospitais e farmácias. Muitas pessoas tem pedido leitos, medicamentos e, realmente, tem sido complicado. No caso de pensão alimentícia varia com diversas questões, como redução de salário do pagante, por exemplo”, explica.

Lueuny também explicou que algumas medidas estão sendo alteradas constantemente. De acordo com o oficial, no inicio do decreto do isolamento as ordens de despejo seguiam normalmente, mas passaram a ser flexibilizadas e, em parte, suspensas.

“Os decretos foram readequados de acordo com as situações específicas. Nós passamos a analisar melhor situação de cada um porque não podemos pedir para que as pessoas fiquem em casa se, em alguns casos, as pessoas não terão mais casas”, conta.

Segundo Roberto Coto, mais de 15 mil mandados foram expedidos desde o início do mês de março, e as intimações tem crescido.

“Além do trabalho externo temos o home office também. Quando não estamos no plantão, estamos em casa declarando certidões, enviando o cumprimento das ordens”, explica. 

Lueuny e Roberto enfrentam o medo e a pandemia todos os dias para realizar serviços essenciais para a população. Apesar do comprometimento, os oficiais confessam que o reconhecimento da profissão é mínimo.

“Nós servimos diretamente aos magistrados. Eles enviam os mandados e nós executamos. Estamos ligados diretamente ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Nós somos parte da segurança da população mas não somos policiais”,desabafa Roberto.

Lueuny também confessou que as medidas tomadas em relação à categoria são generalizadas. 

“Nós somos invisibilizados e as pessoas nos confundem com todos os outros profissionais de segurança. Cada um tem sua função, mas nós não somos reconhecidos”, desabafa.

InfoJus Brasil


Veja o vídeo na TV DIÁRIO DE PERNAMBUCO:


Fonte: Diário de Pernambuco

quarta-feira, 6 de maio de 2020

TJGO: Interatividade e participação de quase 70% dos oficiais de justiça de Goiás marcam seminário on-line sobre Infoseg


O Infoseg, uma das ferramentas mais importantes e que integra uma rede de informações de Segurança Pública, Justiça e Fiscalização, foi objeto de orientação, debate e aprimoramento dos oficiais de justiça nesta terça-feira (5), durante seminário virtual promovido pela Corregedoria-Geral da Justiça do Estado de Goiás pela plataforma zoom meetings. Em janeiro deste ano, o Infoseg passou a ser acessível aos oficiais de justiça após a edição do Provimento nº 2, que regulamentou o acesso desses profissionais ao sistema para consulta de endereços, assegurando-lhes, assim, maior segurança no cumprimento das diligências inerentes ao cargo. A interatividade e a participação maciça de quase 400 oficiais de justiça foram marcas registradas do encontro.

De forma pontual e muito didática, o juiz Aldo Guilherme Saad Sabino de Freitas, auxiliar da CGJGO e coordenador do evento, fez várias ponderações aos oficiais de justiça sobre a importância do esforço conjunto e a complexidade para a realização do evento com estudos aprofundados acerca dessa temática, além de fazer esclarecimentos e dar orientações sobre o Provimento nº 2, de 14 de janeiro deste ano, da CGJGO, que regulamenta o acesso dos oficiais de justiça ao Infoseg. Em uma hora e meia, o magistrado também tirou várias dúvidas dos oficiais de justiça que tiveram a oportunidade de interagir diretamente com o magistrado.

Em suas explanações, Aldo Sabino deixou claro que foram apresentadas três minutas ao corregedor-geral da Justiça do Estado de Goiás, desembargador Kisleu Dias Maciel Filho, antes da edição do provimento e que o trabalho de convencimento foi feito de maneira minuciosa, já que o evento seria presencial e ocorreria dentro da semana do oficial de justiça, mas teve que ser promovido no modelo on-line em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). “Esse evento foi solicitado pelo Sindojusgo, com que temos hoje uma estreita relação e parceria e todas as adequações foram feitas no formato virtual para que ele não deixasse de ocorrer. Entendemos que esse trabalho de orientação e capacitação dos oficiais de justiça é de suma importância para toda a sociedade e o acesso dos profissionais ao Infoseg irá melhorar a prestação desses serviços essenciais à população”, enfatizou.

Provimento nº 2: cuidados essenciais

Contudo, ao fazer considerações aos oficiais de justiça sobre o Provimento nº 2, o magistrado alertou sobre os cuidados a serem observados pelos profissionais ao pontuar os artigos 2º e 4º, que dispõem, respectivamente, sobre a autorização por parte dos oficiais de justiça para realizar pesquisas junto ao Infoseg, exclusivamente para o levantamento prévio ou concomitante, de dados, detalhes, óbices e riscos ao cumprimento das diligências determinadas no mandado judicial, bem como sobre o uso indevido ou abusivo das informações colhidas no sistema, que acarretará responsabilização cível, criminal e administrativa ao oficial de justiça. “Nenhum oficial de justiça, magistrado ou servidor pode usar o sistema para fins de interesse pessoal, porque existem penalidades sérias e qualquer tipo de consulta fica registrada”, frisou. 

O oficial de justiça Moizés Bento dos Reis, presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça e Avaliadores do Estado e Goiás (Sindojus-GO) e da Associação dos Oficiais de Justiça de Goiás (AOJUSGO), expressou sua grande satisfação com o evento, acentuando a valorização da categoria e ressaltando a participação expressiva de mais de 70% dos oficiais de justiça no evento. “Gostaria de agradecer de público a CGJGO em nome de todos os oficiais de justiça que necessitavam desse acesso ao Infoseg para poder cumprir sua função (diligência dos mandados judiciais) com mais eficiência e efetividade. O Provimento nº 2 da Corregedoria, sem dúvida, é uma valorização do nosso trabalho. Estamos sendo muito bem orientados pelos representantes da CGJGO e esse aprimoramento, esclarecimento de dúvidas, é fundamental para que tornemos nosso trabalho ainda mais célere e eficaz no dia a dia”, comentou.

Parceria e agradecimentos

Tanto Moizés Bento, como Eleandro Alves Almeida, vice-presidente do Sindojus-GO, fizeram agradecimentos especiais ao corregedor-geral, ao juiz Aldo Sabino, como também ao secretário-geral da CGJGO, Rui Gama da Silva, a Clécio Marquez, diretor de Planejamento de Programas da CGJGO, a Domingos Chaves, diretor de Tecnologia da Informação da CGJGO, aos servidores William Caldeira, Ana Paula Saad e Suzana Araújo (assessoras diretas do juiz Aldo Sabino), e a Daniela Medeiros, pelo relacionamento cordial e atencioso estabelecido nesta gestão.

Ambos agradeceram ainda o apoio e colaboração dos membros da Comissão de Atos Normativos (CAN) que, por unanimidade, aprovaram minuto do Provimento nº 2, entre eles os, juízes Algomiro Carvalho Neto e Donizete Martins de Oliveira, auxiliares da Corregedoria; Sérgio Dias dos Santos Júnior, diretor de Correição e Serviços de Apoio da CGJGO; Ubiratan Barros, assessor correicional; Evaldo Vilela, assessor jurídico da CGJGO; e Kenedy Pereira, secretário da CAN. “Somos muito gratos pela forma sempre cortês, profissional e acolhedora com que fomos recebidos na CGJGO, que é um órgão censor, mas, para nós, oficiais de justiça, se tornou um órgão também acolhedor”, enalteceu.

Aprendizado e responsabilidade

Os servidores William Pires Caldeira, da Divisão de Gerenciamento dos Sistemas do CNJ e Conveniados, e Daniela Bittencourt Medeiros, que atualmente integra a assessoria jurídica da CGJGO, mas acompanhou Aldo Sabino em várias fases para a edição do provimento quando era sua assistente direta, também se manifestaram no decorrer do evento no que tange ao Infoseg. “Fizemos um estudo amplo, complexo, para transformar em realidade esse provimento. A meu ver, foi um grande e importante aprendizado, pois não tínhamos todas as informações sobre o sistema e isso nos trouxe muita segurança jurídica”, afirmou Daniela.

Por sua vez, William Caldeira reforçou a fala do juiz Aldo Sabino, também ajudando a esclarecer os oficiais de justiça sobre a acessibilidade ao Infoseg, bem como sobre sua importância e cuidados a serem tomados. “O oficial deve se lembrar sempre que qualquer tipo de pesquisa pode ser detectada. A responsabilidade é muito grande, pois toda informação pode ser auditada. Esse acesso foi regulamentado justamente para auxiliar a categoria no cumprimento efetivo das suas atividades e, consequentemente, reflete na melhora da prestação jurisdicional”, destacou. 

O evento foi conduzido por Clécio Marquez, diretor de Planejamento e Programas da CGJGO, e, toda a organização, preparação e gravações ficaram a cargo da Diretoria de Tecnologia da Informação da CGJGO, que empreendeu todos os esforços para a concretização efetiva do encontro. Atualmente, a DTI está sob o comando de Domingos Chaves. 


Sobre o Infoseg

A rede Infoseg é uma estratégia de integração das informações de Segurança Pública, Justiça e Fiscalização, auxiliando também a atividade de inteligência. A ferramenta interliga as bases federais e estaduais, consubstanciando-se em um Banco Nacional de Índices, que disponibiliza dados de inquéritos, processos, armas de fogo, veículos, condutores, mandados de prisão, entre outros, mantidos e administrados pelas unidades da Federação e Órgãos Conveniados. 

É considerado, atualmente, o maior sistema de informações de segurança pública do País, buscando, em seu contínuo aperfeiçoamento, a integração e a interoperabilidade com os diversos sistemas e tecnologias no âmbito da segurança pública. Com o pleno acesso ao Infoseg, os oficiais de justiça poderão verificar, a partir de agora, os antecedentes criminais das partes, assim como eventuais mandados de prisões e propriedades de armas de fogo, garantindo, desta forma, maior segurança e efetividade no cumprimento das diligências inerentes ao seu mister. (Texto: Myrelle Motta – Diretora de Comunicação da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado de Goiás/Fotos e trabalho de arte: Hellen Bueno - Diretoria de Planejamento e Programas da CGJGO)

SP: Oficiais de justiça enfrentam falta de articulação institucional e maiores riscos nas diligências durante a pandemia



Servidor já foi proibido de ingressar com máscara em unidade prisional e colega recebeu 15 mandados presenciais para cumprir de uma vez em penitenciárias; segmento cobra EPIs e padronização de procedimentos.

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, os oficiais de justiça vêm atuando sob risco maior que o já enfrentado corriqueiramente. Há anos o segmento e o Sindicato denunciam a exposição destes servidores às violências físicas e psicológicas. Agora, cumprir diligência virou também sinônimo de medo de um vírus que já matou mais de sete mil pessoas no país e vitimou três colegas da categoria no estado de São Paulo – ainda que em nenhum desses três casos tenha sido comprovado nexo com o exercício profissional.

“A atividade do oficial de justiça é essencial. Sem ele o Poder Judiciário não anda, já que as decisões são materializadas pelo segmento. Muitas vezes não é possível implementar uma decisão por e-mail ou WhatsApp, mas somente com o deslocamento do oficial de justiça até o local onde a diligência tem que ser feita. Não dá para fazer penhora de veículo ou imóvel, uma avaliação, uma busca e apreensão, uma condução coercitiva, alguns tipos de citações e intimações, sem um oficial. Todos os magistrados e quase todos os servidores internos podem desenvolver seus trabalhos na segurança de seus lares, mas a atividade do oficial tem essa peculiaridade”, ressalta o oficial de justiça da Justiça Federal Marcos Trombeta, coordenador da associação do segmento. Marcos tem atuado junto com a direção do Sindicato, ao qual é filiado, para buscar soluções para os problemas no exercício funcional do segmento.

Ele ressalta que os riscos estão aumentados para os colegas. “Não só pela violência urbana, mas porque muitas vezes é o oficial quem leva a comunicação de uma decisão que quase sempre vai contrariar quem recebe – uma dívida, um crime, algum ilícito. Quem recebe a decisão contra seus interesses tem no oficial o representante do Estado em quem vai descontar a raiva. Neste momento, além do risco que sempre existiu, há também o risco de contaminação pelo coronavírus. Ainda mais aqui no estado, onde a pandemia está particularmente grave e evidencia a insalubridade da atuação”, completa Trombeta.

Assegurar direitos sem ter os seus garantidos

Os oficiais são também os servidores que levam a garantia de direitos previstas nas decisões judiciais, como por exemplo, direito de internação neste período. Mas eles mesmos não estão tendo garantidos os seus direitos como cidadãos e trabalhadores. A falta de equipamentos de proteção individual e de procedimentos padronizados no Judiciário e nas demais instituições do Estado também incomoda os oficiais. “Isso é uma reclamação em todos os locais, é uma preocupação o fato em si e o pessoal ter que se virar. Junto com a questão do bom senso dos juízes sobre o que efetivamente é emergencial”, destaca Lucas José Dantas, diretor do Sintrajud e oficial de justiça em Osasco.

No início do período de quarentena, após intervenção do Sindicato, foi assegurado que apenas quatro oficiais atuariam por plantão na Central Unificada da capital (Ceuni), dois na área cível e dois na criminal. As turmas de plantão são compostas por 15 profissionais, e na primeira semana da quarentena a Justiça Federal tentou que tudo continuasse funcionando como em tempos normais. Mas a administração reconheceu que não era possível em reunião com as diretoras do Sintrajud Luciana Carneiro e Maria Ires Lacerda, em 20 de março.

Embora o número de mandados presenciais tenha caído bastante, servidores já viveram situações que precisam de solução emergencial das administrações da Justiça Federal e do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

Oficiala há 18 anos e atualmente lotada na Ceuni, Andréa Cristina Anbar recebeu na segunda-feira (27 de abril) 15 mandados criminais – 14 a serem cumpridos na Penitenciária Feminina da Capital, no bairro do Carandiru, e um na Penitenciária Feminina de Santana, ambos na zona Norte paulistana. Entre as designações havia intimações de audiência urgentes e de sentença, mas também citações e intimações diversas.

A unidade prisional da Capital já recebe mandados eletronicamente, mas a oficiala só descobriu esta informação por meio de contato telefônico – um gasto pessoal, já que a Central está fechada e o Tribunal não custeia esse tipo de despesa. O contato prévio era importante porque os presídios femininos realizam um processo de triagem das internas antes de autorizarem a ida delas ao parlatório, o que torna as diligências mais demoradas.

Se tivesse de cumprir todos os mandados, provavelmente Andréa não conseguiria fazer as 14 diligências no mesmo dia, ainda que permanecesse horas seguidas na unidade. E mesmo com a possibilidade de fazer as intimações por videoconferência, o tempo mínimo informado pela Penitenciária entre a liberação das internas para acesso ao parlatório virtual seria de 20 minutos, o que também impossibilitaria cumprir todos os mandados num dia.

Andréa então foi informada que, se cumprisse pessoalmente as diligências, todas as mulheres que ainda se encontravam naquela penitenciária estariam aguardando por ela no parlatório e que não havia nenhum caso de Covid-19 confirmado na unidade. Os demais mandados foram devolvidos certificados pela oficiala sobre a transferência das presas para outras unidades, para expedição de novos determinações judiciais.

A Penitenciária de Santana não adota ainda o sistema de diligência eletrônica – assim como várias unidades prisionais no Estado – e Andréa fez também o cumprimento presencial deste mandado.

“A gente sabe que a matéria penal muitas vezes exige mesmo medidas urgentes, mas a gente fica a critério do juiz, e pelo que percebi nesses últimos tempos cada um está adotando um critério, não houve um entendimento uniforme. Então, essas audiências de instrução e julgamento ou oitivas de testemunhas marcadas para acontecer agora não questiono, porque talvez o processo exija. Mas outros mandados, de citação e intimação, não vi adequação ao critério de urgência porque os prazos estão suspensos. No entanto, o oficial recebe e, já que é uma determinação judicial, cumpre”, avalia Andréa.

De acordo com a oficiala, entre os 15 mandados designados para ela, no máximo seis eram referentes a audiências agendadas. “Cada unidade prisional está procedendo de determinada maneira, e dentro da própria Justiça a gente tem juízes que estão interpretando a portaria a sua maneira”, relata.

Sem máscara no maior CDP do estado

O oficial de justiça Maurício Sinzato viveu situação ainda mais complexa no dia 31 de março. Designado para cumprir diligência no Centro de Detenção Provisória IV, foi informado que a unidade não estava autorizando advogados e oficiais de justiça a ingressarem na unidade com máscara. O oficial então teve que se expor ao risco, apesar de ter comprado materiais de proteção. O CDP fica no bairro paulistano de Pinheiros e notificou ao menos três casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 no complexo prisional. Um deles era o interno a quem Maurício tinha de intimar.

A precaridade da estrutura prisional aumenta as dificuldades. No CDP de Pinheiros não há sistema de interfone no parlatório. Somente um vidro com orifícios para difusão da voz separa os presos dos visitantes, advogados ou oficiais – favorecendo o contágio de todos.

“Se você fica a uma distância de quase dois metros, como é orientado, tem que gritar para ele te ouvir. E ficam vários presos no parlatório. No meu dia, havia sete. O mais assustador foi que na decisão da juíza constava que o preso [que eu intimaria] estava com suspeita de Covid. [A intimação] era para ele pagar a fiança para poder sair de lá, informando que o alvará de soltura só ia ser expedido se ele pagasse. E lá dentro o preso não tem álcool gel, máscara, nada. Além disso, no parlatório a gente tem que entregar o mandado para o preso receber e pegar de volta. E eu fiz tudo com equipamentos meus. Só depois de dois ou três dias me informaram que eu poderia retirar o material. Mas aí eu tive que registrar que dentro do presídio não podia usar o EPI. E tem as outras questões do funcionamento. Eu tive que aguardar por três horas na recepção até conduzirem o preso para falar comigo”, relata o servidor.

Neste dia, Maurício conta que nenhum dos funcionários do CDP com os quais teve contato usava máscara ou outro equipamento de proteção.

“O que eu fiz foi improvisar. Usei uma capa de chuva e um [par de] tênis velhos, que descartei depois, além da máscara e do álcool em gel que eu comprei. Guardei o mandado num saco plástico no qual passei álcool gel, e foi isso. E a gente tem que passar pelo setor de identificação, pelo scanner e o corredor até o parlatório. Como é um CDP, vários presos trabalham lá dentro, e tive que percorrer todo o caminho sem máscara, o que eu até entendo porque é uma questão de segurança até para eles”, conta.

Maurício, no entanto, avalia que o ideal seria que o cumprimento desses mandados por e-mail, como já estão sendo efetivados os alvarás de soltura e intimações para as audiências por teleconferência. “Sem a necessidade de o oficial de justiça ir até lá ou, se for, ir até a administração e esta receber o mandado e se incumbir de fazer chegar ao preso e do recolhimento para nos devolver”, aponta.

Procurada pela reportagem, a supervisão do CDP IV informou no dia 4 de maio que os oficiais de justiça já estão autorizados a ingressar no presídio usando máscaras. Houve adequação de procedimentos desde o início da pandemia, após denúncias da Defensoria Pública e entidades de direitos humanos, já que a circulação de agentes penitenciários dentro e fora dos presídios, a entrada de fornecedores (de alimentação e itens de higiene e outros serviços) também expõe a risco os detentos.

Apesar de o governo e a Secretaria de Administração Penitenciária não reconhecerem todos os casos, o sindicato dos agentes penitenciários (Sifupesp) relata em seu site 76 infecções e 65 registros suspeitos de Covid-19 entre trabalhadores do sistema carcerário paulista neste dia 6 de maio, além de cinco óbitos. Um outro agente, morto em 2 de maio, fora diagnosticado com dengue hemorrágica, mas foi testado para o coronavírus. O resultado ainda não tinha sido divulgado até a publicação deste texto.

Em 30 de abril, de acordo com levantamento realizado pelo jornal ‘O Estado de S.Paulo’, seis presos tinham morrido por causa da doença no sistema penitenciário paulista e haveria 11 casos confirmados.

“O presídio é o lugar dos esquecidos do mundo. Ninguém vai lembrar dessas pessoas. E é sinônimo de aglomeração. Não tem como falar ‘mantenha a distância’. Então é claro que [o contágio] vai se espalhar”, resumiu Maurício.

Os episódios vividos por Andréa, Maurício e demais oficiais de justiça expõem a falta de interlocução e articulação dentro do Judiciário Federal e entre as diversas instituições. A adoção de procedimentos padronizados facilitaria o processo de administração de justiça e evitaria expor os servidores do Judiciário Federal e das unidades prisionais, e também as pessoas em situação carcerária, à disseminação do vírus, dado que o período de incubação e transmissão assintomática pode chegar a 14 dias.

‘Ligue antes de vir, mas no dia’

O Sindicato também recebeu a informação de que a Penitenciária de Franca teria proibido o ingresso no ambiente prisional. Em contato com a unidade, a reportagem foi informada que os oficiais podem entrar no local, mas têm que ligar antes, “no dia em que vierem”, porque foi limitado a dois o número de servidores que podem cumprir diligências a cada hora. Das 8 horas às 17 horas, quando o exercício funcional é permitido, os oficiais de justiça têm que se adequar à regra que visa conter a propagação do coronavírus.

Cada um na sua

O oficial Cézar Adriano teve de cumprir um mandado de intimação em um processo que envolvia a apreensão de respiradores em uma unidade particular de saúde em favor de serviços públicos da rede do SUS. Entre os intimados estava a Secretaria Estadual de Saúde, localizada no complexo do Hospital das Clínicas. “Só que o mandado chegou para ser cumprido num fim de semana, quando a Secretaria não tem expediente. Como era um caso urgente fui até o local, enquanto outro colega pesquisava os endereços e e-mails dos demais citados, de sua casa. No local, fui atendido por um vigilante”. O colega que fazia as pesquisas na internet conseguiu um contato da Secretaria de Segurança Pública e o filho do secretário se prontificou a pesquisar o e-mail do gabinete do Secretário de Saúde e então o mandado foi cumprido. “Tudo poderia ter sido mais simples e menos arriscado se os órgãos divulgassem claramente os seus meios de contato”, relato o oficial à reportagem.

O dirigente do Sintrajud e oficial de justiça Lucas Dantas lembra ainda a polêmica sobre respiradores havida entre a administração municipal de Cotia, o governo do Estado e a União. “Foram diversos mandados que saíram, e quem cumpriu esses mandados teve que ir até a casa do prefeito, ao hospital de campanha que estava em construção, tudo sem equipamento de proteção. E a gente tem recebido mandados que têm urgência questionável. Eu mesmo tive de cumprir um mandado de intimação de uma construtora que estava envolvida num financiamento junto à Caixa, era só para reintegrar o interessado no contrato de construção do imóvel”, relata.

Questionada pela reportagem sobre o diálogo institucional necessário e os procedimentos, a Diretoria do Foro negou-se a responder via assessoria de comunicação. Foi solicitada a formalização do pedido por ofício ou via SEI (Sistema Eletrônico de Informações), o que sempre demora um tempo maior do que a dinâmica jornalística e a possibilidade a retomada da contagem de prazos permitem esperar.

Vice-presidente da Assojaf-PB é afastado com suspeita de Covid-19


O vice-presidente da Assojaf-PB Henrique Miranda de Assis está afastado das atribuições do cargo na Justiça Federal na Paraíba diante da suspeita de contágio do novo coronavírus.

Segundo o presidente Ricardo Oliveira da Silva, o Oficial de Justiça permanecia no trabalho com a realização do plantão e, desde o dia 29 de abril, foi suspenso devido à manifestação dos sintomas da doença.

Henrique está em casa, sob cuidados médicos e isolado de qualquer tipo de contato social. “Ele já possui o agendamento para fazer diversos exames, incluindo o da Covid-19. Por isso, ainda não há nenhuma confirmação sobre o diagnóstico”, afirma o presidente da Associação.

A Assojaf-PB acompanha o estado de saúde do vice-presidente e informa que ele está bem, com acompanhamento médico do caso. “É importante destacar toda a atuação do nosso vice-presidente em favor da proteção dos Oficiais da Justiça Federal. Conseguimos EPIs para os Oficiais da Seção Judiciária graças ao empenho dele junto à direção do Foro”, completa Ricardo.

Mais uma vez, a Associação ressalta a necessidade dos cuidados por parte dos Oficiais de Justiça, com a manutenção do isolamento social e, no caso dos cumprimentos de mandados urgentes, a utilização de equipamentos que garantam a proteção ao contágio e proliferação do coronavírus, “pois, estamos expostos ao risco e precisamos reforçar as precauções. A nossa vida vale muito mais neste momento”, finaliza Ricardo Oliveira da Silva.

Fonte: Assojaf/PB

VI Encontro Nacional dos Oficiais de Justiça do Brasil é adiado

NOTA OFICIAL AFOJEBRA/SINDOJUS-AL
Publicado em: 06 de Maio de 2020

Em virtude da pandemia que atinge o mundo inteiro e, nesse momento, com maior intensidade o Brasil, a Afojebra (entidade nacional) e o Sindojus/AL (entidade sede), resolveram, por medida de segurança, preservação da saúde e viabilidade do evento, transferir o VI Encontro Nacional dos Oficiais de Justiça - ENOJUS/Maceió, que seria realizado de 17 a 19 de junho, para os dias 19 e 20 de novembro/2020.

Esta medida, associada a outras que serão tomadas, a princípio, devem garantir a possibilidade da realização do evento em condições de segurança sanitária para todos os participantes.

Oportunamente, informamos que, com o decorrer dos meses, caso verifique-se a impossibilidade da realização do evento por questões relacionadas ainda ao coronavírus, o Encontro será cancelado havendo a devolução do valor das inscrições.

Informamos também que o evento permanece no mesmo hotel (Best Western Premier) e sob à organização executiva da mesma empresa (Prime Eventos), e que as inscrições devidamente realizadas permanecem válidas para o novo período, não havendo necessidade de uma nova inscrição por parte de quem já a fez.

Em tempo, informamos que a transferência da data do evento, fundamentada em força maior e diante de toda a problemática gerada pela pandemia, não deverá gerar custos adicionais no que se refere à transferência de voos e hospedagem.

Desta feita, pedimos a compreensão de cada colega oficial de justiça, para que justamente nesse momento de maior dificuldade, possamos estar juntos, participando desse grande evento, mostrando a união da categoria que, mesmo nesse período tão grave, tem dado exemplo de coragem e profissionalismo. 

Além disso, será um momento ímpar e atual para discutirmos os novos rumos da atividade profissional da categoria e as consequências pós pandemia, que sem dúvida alguma exigirá mudança de procedimentos. 

Por fim, teremos a incrível oportunidade de juntos, mais uma vez, trocarmos valiosas experiências, nos confraternizarmos e celebrarmos a vida.

Um afetuoso abraço em todos e todas!
Fonte: Afojebra

Oficiais de Justiça unidos contra a Covid-19. Veja a live completa das federações nacionais.

Veja o vídeo completo da live clicando na imagem ou AQUI:


A Fenassojaf, Fesojus e Afojebra promoveram, na última quinta-feira (30/04/2020), uma conversa ao vivo com dirigentes das entidades nacionais do oficialato para apresentar a atuação conjunta em favor dos Oficiais de Justiça durante o período de pandemia do novo coronavírus.

Participaram da live Neemias Ramos Freire (presidente da Fenassojaf),  Mariana Liria (diretora de comunicação), João Batista Fernandes (presidente da Fesojus) e Edvaldo Lima (presidente da Afojebra).

Em pouco mais de uma hora e meia, os mais de 180 telespectadores que acompanharam em tempo real pelo canal da Federação no Youtube tiveram informações sobre os procedimentos adotados pelas direções para amenizar os riscos ao contágio e proliferação da Covid-19 entre os Oficiais de Justiça.

Temas como o cumprimento de mandados físicos, o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e o pagamento da Indenização de Transporte foram abordados durante o debate. Além disso, os representantes da Fenassojaf, Fesojus e Afojebra falaram sobre o trabalho a ser desempenhado no período pós-pandemia para a manutenção de direitos no retorno ao trabalho.

InfoJus Brasil: Com informações da Fenassojaf

Pedido da ASSOJAF-GO ao TRT-18 referente à indenização de transporte


A ASSOJAF-GO protocolizou nesta terça, 5, ofício requerendo à Presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região o pagamento integral da indenização de transporte ou um percentual razoável dela, referente ao mês de abril de 2020 e aos meses em que perdurar o distanciamento social decorrente da pandemia de Covid-19.

“Independente da redução de locomoção determinada, acertadamente, pela Portaria GP/SCR Nº 678/2020 em função da pandemia de Covid-19, os Oficiais de Justiça não deixaram de ter despesas contínuas (relacionadas no parecer da Secretaria de Orçamento e Finanças do CSJT) com o veículo particular que cada um utiliza no exercício da função”, destaca Fernanda Dias Rocha, Vice-Presidente da ASSOJAF-GO ao justificar o requerimento.

“Passada a situação pandêmica (ainda existente) e uma vez retomadas as condições normais de trabalho, os Oficiais de Justiça receberão uma carga maior de trabalho (mandados acumulados), o que levará, seguramente, a um aumento nos deslocamentos, tornando ainda mais insuficiente a indenização de transporte, já defasada”, acrescenta Fernanda Dias Rocha.

Convém ressaltar que o valor pago atualmente (R$1.537,89) é condizente com os gastos suportados pelos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais. O cálculo do valor da indenização de transporte em veículo próprio do servidor é baseado em parecer técnico da Secretaria de Orçamento e Finanças e considera os seguintes componentes: imobilização de capital, depreciação do preço de revenda, combustível, seguro, manutenção, pneus, estacionamento, lavagem do veículo, IPVA, DPVAT e licenciamento.

“O objetivo, com esse pedido de pagamento integral da indenização de transporte ou um percentual razoável dela, é evitar prejuízos financeiros injustos aos Oficiais de Justiça, pois os mesmos precisam arcar com as despesas contínuas que não variam em função da redução temporária de locomoção para o exercício da função”, conclui a vice-presidente da associação.

Fonte: Assessoria de Comunicação da ASSOJAF-GO | Ampli Comunicação

terça-feira, 5 de maio de 2020

Sem intimação pessoal, ordem para cumprir obrigação é recorrível

SÚMULA 410 DO STJ


É possível recorrer de ordem de obrigação quando intimação foi feita a advogado


Cabe recurso contra o pronunciamento judicial que, na fase de cumprimento de sentença, intima o advogado da parte, em vez do próprio executado, para cumprir obrigação de fazer sob pena de multa. O entendimento é da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça.

Para o colegiado, tal pronunciamento pode causar prejuízo à parte, por não ter sido observada a necessidade de intimação pessoal do devedor para a incidência da multa por descumprimento da obrigação de fazer.

Na origem do caso, uma fundação de previdência privada foi condenada em ação de complementação de benefício. O juízo de primeira instância determinou a intimação da fundação para comprovar o pagamento da condenação em 15 dias, sob pena da multa de 10% prevista no CPC, e ainda para, no mesmo prazo, implementar as suplementações revisadas, sob pena de multa arbitrada no dobro devido para cada mês vincendo, a partir da intimação.

A fundação entrou com agravo de instrumento, alegando que a intimação ocorreu em nome de seus advogados, quando deveria ter sido feita pessoalmente. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais, porém, rejeitou o recurso, sob o argumento de que o ato do juiz determinando a intimação para pagar não teria conteúdo decisório e, por isso, não seria recorrível.

Intimação pessoal

No recurso ao STJ, a fundação declarou que não estava questionando a intimação para efetuar o pagamento nos termos do CPC, mas apenas a necessidade de reforma da decisão para que fosse determinada a sua intimação pessoal, do contrário não poderia haver a cobrança da multa cominatória.

A ministra Nancy Andrighi, relatora do recurso, citou entendimento da Corte Especial do STJ segundo o qual o que torna um pronunciamento judicial irrecorrível não é a condição formal de despacho, mas o fato de seu conteúdo não ter o potencial de prejudicar a situação das partes.

Nessa linha, o tribunal tem precedentes no sentido de que é incabível o agravo de instrumento contra despacho que determina a intimação do devedor para pagar ou ofertar bens à penhora, exatamente porque tal pronunciamento não contém carga decisória.

No entanto, explicou a relatora, a determinação do juiz para que a fundação cumprisse a obrigação de fazer em 15 dias, sob pena de multa, é apta a lhe causar prejuízo, uma vez que não houve a intimação pessoal. A necessidade da intimação pessoal para a incidência de multa por descumprimento de obrigação de fazer está refletida na Súmula 410 do STJ.

Prejuízo duplo

"A ordem judicial, ainda que contrária ao entendimento do STJ, produz plenamente seus efeitos até que seja invalidada. Então, num primeiro momento, revela-se o prejuízo causado à recorrente, que poderá ser compelida ao pagamento da multa, se não cumprir a obrigação no prazo estipulado pelo juízo de primeiro grau, ainda que não tenha sido, para tanto, devidamente comunicada por meio da sua intimação pessoal", afirmou a relatora.

Ela disse que danos também podem se manifestar num segundo momento, neste caso para a parte contrária, na hipótese de eventual invalidação da ordem judicial.

Nancy Andrighi afirmou que o TJ-MG se equivocou ao dizer que a intimação pessoal do devedor seria necessária apenas para ensejar a cobrança da multa pelo descumprimento da obrigação. Segundo ela, do entendimento fixado na Súmula 410 se extrai que a contagem do prazo para o cumprimento da decisão, sob pena de incidência da multa arbitrada, começa a partir da intimação pessoal do devedor.

"Tendo sido essa a questão trazida a debate neste recurso especial, há de ser reformado o acórdão recorrido, a fim de que se determine, desde logo, a intimação pessoal da recorrente para o cumprimento da obrigação de fazer", concluiu a ministra. Com informações da assessoria de imprensa do STJ.


Clique aqui para ler o acórdão
REsp 1.758.800


Revista Consultor Jurídico, 5 de maio de 2020, 10h22

OPINIÃO: Mesmo na Covid-19, oficiais de Justiça continuam atuando na linha de frente


Muitos prefeririam a fuga ao enfrentamento, outros o ócio ao labor e a segurança à aflição. Predileções desconfiguradas para quem, por dever e responsabilidade, executam serviços essenciais, ora em destaque em meio a pandemia da Covid-19.

A maior notoriedade, insofismavelmente, é ostentada por aqueles que diretamente vão à guerra, como médicos e enfermeiros, desmuniciados, muitas vezes, de armas para se protegerem e combater o inimigo invisível e lúgubre, porém, munidos de bravura e respeito à profissão.

Muitas outras atividades essenciais merecem a nossa admiração pela disposição de enfrentar o medo, mesmo que custe a própria vida ou as de seus familiares, por maior que seja a precaução ao se postar no trabalho. Realço nesse contexto a categoria dos oficiais de Justiça, cujo trabalho é pouco conhecido e reconhecido.

Em tese, o Judiciário não sofre solução de continuidade na prestação jurisdicional. Trata-se de um serviço estatal essencial e imprescindível para o Estado Democrático de Direito. Vida, liberdade e outros direitos não esperam o exaurimento da pandemia para serem assegurados.

Diante da necessidade de isolamento social, o Conselho Nacional de Justiça estabeleceu regras para a continuidade das atividades jurisdicionais, fomentando o trabalho remoto. Aos juízes, analistas e técnicos judiciários restou oportunizada a realização de seus trabalhos no conforto de seus lares. Entretanto, essa modalidade não contempla os oficiais de Justiça, cuja essência de suas atividades laborais transcende as paredes dos fóruns (ou, melhor, agora, de suas casas), sendo impreterivelmente de natureza externa.

Cabe ao oficial de Justiça a execução de diligências que concretizam a tutela jurisdicional onde quer que esteja ocorrendo o conflito, tais como efetivação de prisão, afastamento do lar do agente que pratica violência doméstica prescrito pela Lei Maria da Penha, conduções coercitivas, arrombamento, despejo, demolições, lacração de imóveis, fiscalização de presos, manutenção e reintegração de posse, busca e apreensão de pessoas ou bens, cumprimento de alvarás de solturas, penhoras, arrestos, sequestro de bens, imissão de posse, perícia, conciliação, mediação, citação e intimação, entre outras determinações judiciais.

Com esse leque abrangente e não exauriente de atribuições, o Oficial de Justiça se caracteriza como agente processual, agente de pacificação social e — o mais proeminente e notável para o Estado — agente arrecadador.

Se o Judiciário ainda está funcionando, um dos grandes responsáveis por isso é o oficia de Justiça, pois sem sua atuação muitas das decisões judiciais permaneceriam no mundo abstrato, sem a coercibilidade legítima estatal e sem a materialização esperada pelo jurisdicionado, como se fosse mera tinta no papel.

Inevitavelmente, entre aqueles que compõem o Poder Judiciário, o oficial de Justiça está na linha de frente do contágio e da transmissão pelo coronavírus, cujo risco é potencializado na consecução das atividades que lhe são inerentes. Heroicamente, na conjuntura em que a vida está sombreada e perseguida pelo coronavírus, esses profissionais, ao serem acionados, têm concretizada a tutela jurisdicional, muitas vezes não reconhecido pelo próprio Judiciário e passando despercebido pela sociedade. 

Inevitavelmente, as atividades dos oficiais de Justiça denotam periculosidade e, com a pandemia, resta maximizada. A existência entre nós da Covid-19 tem gerado a reflexão colateral que remete à característica comezinha de sociedade de que a vida do indivíduo, de alguma forma, reflete a do outro. O novo coronavírus não vitimiza por estamento social, intelectual, etc. A maior exposição ao contágio pelo oficial de Justiça, pelo médico, pelo enfermeiro, pelo policial ou por qualquer outro profissional que execute atividades essenciais não delimita o perímetro de responsabilidade a eles. A responsabilidade é de todos, mesmo que o restante da população não tenha que ir onde o perigo estiver como o fazem aqueles. Assim, todos podem contribuir minimamente com a manutenção desse e de tantos outros serviços essenciais, ficando, simplesmente, em casa.

Alfredo Miranda é diretor jurídico do Sindicato dos Oficiais de Justiça do Estado da Paraíba e pós-graduado em Direito Administrativo e Gestão Pública.


Fonte: Revista Consultor Jurídico - 04/05/2020

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Mais um oficial de Justiça morre com suspeita de Covid-19. É a 4ª vítima entre a categoria.


Neste domingo, 03/05, o Sindicato dos Oficiais de Justiça do Rio de Janeiro (Sindojus-RJ) divulgou nota informando o falecimento do oficial de Justiça Kleber Bulle da Rocha lotado na Central de mandados de Belford Roxo/RJ, com suspeita de Covid-19. Este é o 4º oficial de Justiça vítima do coronavírus.

Leia mais sobre o assunto:


Veja o inteiro teor da nota:

Nota de falecimento do OJA KLEBER BULLE DA ROCHA

É com pesar que o SINDOJUS/AOJA/RJ informa o falecimento do Oficial de Justiça Kleber Bulle da Rocha, da Central de Mandados do Fórum de Belford Roxo/RJ, com suspeita de COVID-19, estava afastado das atribuições por ser diabético, entretanto infelizmente não conseguiu superar esta doença tão terrível. Colega muito querido por todos que o conheciam, amigo e amante de miniaturas, apaixonado por matemática e pelas histórias da Segunda Guerra.

O sepultamento será no cemitério Parque Jardim de Mesquita, no dia 04.05.2020, às 14h, Infelizmente não haverá velório e nem despedida. Que Deus em sua infinita sabedoria conforte a família, princialmente seus pais. A Diretoria se coloca à disposição dos familiares para as orientações jurídicas pertinentes.

O SINDOJUS/AOJA/RJ e colegas oficiais, em luto, manifestam o mais profundo sentimento de solidariedade à família e aos amigos.

InfoJus Brasil: Com informações do Sindojus-RJ

domingo, 3 de maio de 2020

Sindicato do Paraná repudia nova agressão do deputado federal Boca Aberta contra Oficial de Justiça

A direção do Sindijus-PR divulgou hoje (01) nota de repúdio contra nova agressão do Deputado Federal "Boca Aberta" contra oficial de Justiça na Comarca de Londrina em data de 30/04/2020. Leia a nota na íntegra abaixo:


O SINDIJUS-PR - SINDICATO DOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ, vem a público REPUDIAR a agressão sofrida em data de 30/04/2020 pelo Oficial de justiça Thiago Hidalgo, no desempenho de suas funções na Comarca de Londrina, norte do Estado, ao proceder cumprimento em mandado de citação em desfavor do Deputado Emerson Miguel Petriv, do Pros-PR, vulgo "Boca Aberta”, conforme boletim de ocorrência nº 2020/552555 devidamente lavrado na 10ª Sub Divisão Policial de Londrina -PR.O Sindijus-PR lamenta que essa seja a segunda vez que o referido deputado agride um trabalhador, e que na qualidade de Oficial de Justiça, em cumprimento a uma ordem judicial, esta agressão afronta todo o Poder Judiciário, conforme as próprias palavras da Ministra Carmem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, que afirmou: “ Dar as Costas a um Oficial de Justiça, é dar as costas ao Poder Judiciário”. No caso em tela, a atitude contumaz do deputado agride não só a pessoa do servidor do Tribunal de Justiça do Paraná, agride à toda classe dos Oficiais de Justiça, e à própria instituição do Poder Judiciário. O Sindicato não medirá esforços para que a Justiça seja realizada, e condutas como estas sejam combatidas, sendo que tomará todas as medidas necessárias, tanto na esfera judicial, quanto na Câmara dos Deputados. Vale ressaltar que o Sindijus-PR é membro da Fenajud – Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados, que será acionada para que juntos possamos buscar uma reprimenda pela conduta delituosa junto à Câmara dos Deputados. Finalmente, destacamos que o que se espera de um parlamentar é representar o povo dentro dos limites da lei, não às margens da Justiça e da legalidade.

Curitiba, 01 de Maio de 2020.

Direção Sindijus-PR

Fonte: Sindjus-PR

Entidade defende cassação do mandato do deputado Boca Aberta após agressão a oficial de Justiça

A AFOJEBRA, associação federal dos oficiais de Justiça divulgou nota em seu site no dia no dia 2 de maio de 2020 e defendeu a perda do mandato do deputado Boca Aberta acusado de agredir fisicamente um oficial de Justiça em Londrina (PR). Esta não é a primeira vez que o parlamentar agride um oficial de Justiça em pleno exercício de suas funções. Confira abaixo o inteiro teor da nota da Afojebra:


REPÚDIO AO DEPUTADO FEDERAL BOCA ABERTA POR MAIS UMA AGRESSÃO A OFICIAL DE JUSTIÇA NO CUMPRIMENTO DE SEU DEVER FUNCIONAL – A LEI É PARA TODOS!

A ASSOCIAÇÃO FEDERAL DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA DO BRASIL-AFOJEBRA, Vem publicamente, expor e repudiar a postura desprezível do deputado federal Emerson Petriv, conhecido como Boca Aberta (PROS-PR), na cidade de Londrina no Paraná, em mais um episódio deplorável. O parlamentar que deveria zelar pela lei e preceitos legais, investido em mandato eletivo, dizendo representar o povo, usou das prerrogativas para cometer diversos crimes conforme vídeo por ele mesmo divulgado. O deputado além de agredir fisicamente e moralmente o Oficial de Justiça Tiago de Oliveira Hidalgo, feriu a honra da justiça. Ressalte-se que o Oficial de Justiça é o Longa Manus do magistrado prolator da ordem judicial, garantindo que a decisão judicial seja efetiva. Vale lembrar que o Oficial de Justiça agiu de formar cautelar, escondendo o mandado na camisa, visto que o deputado já tinha se ocultado outras vezes para não recebê-lo. Boca aberta tem um ficha extensa em matérias judiciais, inclusive por agressões a outros servidores públicos. O vídeo divulgado pelo parlamentar, mostra claramente que foi editado para tentar beneficiá-lo. Mesmo editado, o vídeo divulga diversos crimes cometido por Boca Aberta. A AFOJEBRA, através de sua diretoria, está prestando toda solidariedade e assistência ao colega Oficial de Justiça, assim como a Associação dos Oficiais de Justiça do Paraná- Assojepar. A entidade nacional adotará os procedimentos cabíveis para responsabilizar o Deputado Federal Boca Aberta, inclusive com a perda do mandato, já que usou do cargo para cometer os crimes descritos acima. Deve-se lembrar que a lei é para todos, o parlamentar tem o dever de respeitar todo e qualquer cidadão, embasado na educação e princípios. Se o referido deputado agride um Oficial de Justiça, imagine o que não faz com um cidadão comum?

Fonte: www.fojebra.com.br

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