segunda-feira, 16 de maio de 2022

Oficiais de Justiça contra a privatização da atividade judiciária

A AFOJEBRA – Associação Federal dos Oficiais de Justiça do Brasil, vem publicamente esclarecer à sociedade brasileira e cobrar do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, um posicionamento sobre o Projeto de Lei 6204/2019, de autoria da Senadora Soraya Thronicke (União Brasil/MS). O projeto tem como objetivo retirar da população o direito de recorrer a uma justiça pública e imparcial, para favorecer um sistema privado. O projeto cria uma figura chamada “agente de execução” que tem o poder de Juiz e Oficial de Justiça ao mesmo tempo, ferindo o Princípio do Juiz Natural consagrado pela Constituição Federal. A população, principalmente a mais carente, pagará um preço muito alto, caso o projeto seja aprovado. O Conselho Nacional de Justiça já se manifestou contrário. Diversos juristas brasileiros se manifestaram pela inconstitucionalidade do PL 6204/2019. Mesmo assim, alguns senadores insistem na tentativa de aprovação.

A AFOJEBRA fez uma pesquisa sobre o valor de uma procuração com duas folhas em alguns cartórios extrajudiciais e, em média, o custo ficou de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais). Levando em conta que uma procuração custa R$ 150,00 reais, imagine quanto ficaria um processo de execução em um cartório extrajudicial? Quem vai perder com isso? Lógico que a população mais pobre! E qual seria a imparcialidade do cartorário no cumprimento de suas próprias ordens? Outro fator que chama a atenção e a velocidade de tramitação do projeto no Senado Federal, inclusive com o apoio do relator, Senador Marcos Rogério.

A AFOJEBRA não negociará, sob nenhuma hipótese, qualquer proposição com relação ao referido projeto e lamenta que existam senadores que apoiam essa aberração legislativa, que pode retirar da população o direito de recorrer a uma justiça séria, imparcial e promovida por agentes do estado. A Associação Federal, através de sua diretoria, já se reuniu com diversos parlamentares, que declararam seu repúdio ao projeto da Senadora Soraya Thronicke (União Brasil/MS).

Fonte: Aojesp

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Liminar obtida pelo Sintrajud suspende corte de VPNI dos oficiais de Justiça

Direito será restabelecido para servidores que tiveram a parcela suprimida pela Diretoria do Foro e assegurado aos demais até julgamento do mérito.

Os oficiais de justiça da Justiça Federal obtiveram decisão liminar favorável na ação do Sintrajud para a continuidade do recebimento da parcela de VPNI (vantagem pessoal nominalmente identificada) relativa à incorporação de quintos ou décimos sobre os valores pagos pelo exercício da função antes da criação da Gratificação de Atividade Externa (GAE).

Os servidores vinham tendo de se manifestar em processo administrativo depois que o Tribunal de Contas da União questionou o pagamento cumulativo de ambas as verbas. Após a manifestação do TCU, a Diretoria do Foro da JF cortou o pagamento da VPNI de alguns oficiais que recebem GAE, medida que foi contestada judicialmente pelo Sindicato.

Em 2020, o STF havia julgado inconstitucional o acúmulo de VPNI e GAE, mas determinou que os oficiais que ainda recebiam pagamento cumulativo antes do julgamento dos últimos embargos de declaração (realizado em 2019) continuassem a receber até a absorção dos valores por futuros reajustes salariais.

Em decisão da última segunda-feira, 9 de maio, a juíza Solange Salgado, da JF do Distrito Federal, considerou que a demora no julgamento da ação do Sintrajud poderia prejudicar o pagamento aos servidores de verbas que são de caráter alimentar, tendo em vista a “probabilidade do direito” demonstrada pela decisão do STF.

A juíza suspendeu a decisão da Diretoria do Foro da Seção Judiciária de São Paulo e determinou a retomada do pagamento para ativos, inativos e pensionistas. Quem teve a verba cortada nesse período ainda tem de esperar o julgamento final da ação para reaver os valores suprimidos, caso o Sintrajud ganhe a causa.

“Apesar de ser uma vitória parcial, é muito importante dentro dessa luta para manter a VPNI diante desse ataque do TCU contra os oficiais de justiça, que [visa] retirar, de forma injusta, uma verba paga há mais de dez anos”, ressaltou o oficial de justiça Marcos Trombeta, diretor do Sintrajud. “Agora temos um reparo do que vinha acontecendo na JFSP, com o restabelecimento desse pagamento, e esperamos que a decisão seja mantida”, acrescentou.

InfoJus Brasil: com informações do Sintrajud (SP)

quinta-feira, 12 de maio de 2022

Na luta pelo Porte de Arma, Fesojus-BR se reúne com o ministro da Justiça


Em Brasília, seguindo na luta pelo Porte de Arma, a Fesojus-BR, representada por seu diretor Luiz Arthur de Souza, entregou nas mãos do ministro da Justiça Anderson Torres, um requerimento demonstrando a necessária e imediata alteração da instrução normativa que excluiu os Oficiais de Justiça do direito ao porte. O encontro com o ministro – ocorrido durante reunião da Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado da Câmara na última terça-feira, 11 de maio, aconteceu após intensa articulação da Federação, que desde a semana anterior estava em negociação com o deputado Federal Ubiratan Sanderson.

De autoria da Fesojus-BR, com o auxílio, principalmente, do diretor de Assuntos Legislativo, Gimard Euzebio G.Guimaraes, de Minas Gerais, o requerimento teve sua argumentação totalmente embasada na legislação brasileira, expondo de forma objetiva o direito da categoria ao Porte de Arma. E, ao ministro da Justiça, os Diretores expuseram a intenção da Federação em jamais arrefecer na luta pelo reconhecimento desse direito, justamente por respeitar as leis que vigoram esse pais. O documento foi também protocolado no Ministério da Justiça e terá sua evolução acompanhada pela Fesojus-BR.



Por Assessoria Fesojus-BR,
jornalista Patrícia Claudino

InfoJus Brasil: com informações da Fesojus

UIHJ envia manifestação ao senado contra desjudicialização da execução

O presidente da União Internacional dos Oficiais de Justiça (UIHJ) Marc Schmitz encaminhou, na manhã desta quinta-feira (12), manifestação à presidência do Senado Federal e à autora e relator do PL 6204/2019, contra a proposta que trata da desjudicialização da execução civil.

No documento, Marc Schmitz enfatiza que a UIHJ acompanha com preocupação os desdobramentos relacionados à profissão de Oficial de Justiça no Brasil e, em especial, neste mês, “a impressionante e injustificada celeridade que a tramitação legislativa do projeto de lei 6.204/2019 adquiriu no Senado Federal, aproximando-se rapidamente a fase de votação”.

O dirigente destaca que a proposta busca a maior das reformas já ocorridas na legislação processual brasileira, “porém, apresenta um processo legislativo que não condiz com a magnitude da intenção desejada, até então timidamente discutida”.

Marc também aponta que a matéria não tramitou pela Comissão de Constituição (CCJ) do Senado e que o substitutivo apresentado pelo relator Marcos Rogério padece dos mesmos vícios, “que são defeitos de essência, como a atribuição de competência executória conflitante aos notários (tabelião de notas)”. Para o presidente da UIHJ, o texto ainda traz pontos preocupantes, quando cria dois sistemas de execução no Brasil, “pois prevê que a atuação dos cartórios como agentes de execução seria facultativa, e assim duas realidades de execução passam a coexistir no mesmo sistema, o que parecer ser extremamente perigoso em um país de dimensões continentais como o Brasil”, avalia.

A União Internacional afirma, ainda, que o projeto de lei apresenta uma inovação inédita e confusa no mundo, que é o ato de execução realizado por cartórios, “fato que causa espanto”, completa Schmitz.

A manifestação pondera que a reforma que busca apenas ser processual é ilusória. Mais eficiente seria uma reforma que focasse na otimização da localização do patrimônio do devedor, por exemplo. “A experiência ensina que a reforma processual não resolve problemas materiais de execução”.

Nesse sentido, segundo a UIHJ, é fundamental que o Senado seja uma casa mais cautelosa em seus atos, “por isso destacamos a importância de se cercar de cuidados com as informações trazidas nas justificativas do projeto e seu substitutivo, especialmente aquelas que se referem a sistemas europeus, como o português e o italiano. Talvez, em vez de modificar seriamente um sistema consolidado como o sistema de execução brasileiro baseado em estudo que afirma como é a execução em Portugal e na Itália, seria mais adequado que o Senado Federal do Brasil buscasse diretamente as entidades portuguesas e italianas. A UIHJ pode ajudar com contatos e informações, a fim de evitar erros técnicos”.

“Em relação ao debate atual, a UIHJ manifesta sua preocupação com a aprovação do Projeto de Lei 6.204/2019 e está à sua inteira disposição para qualquer auxílio. A UIHJ pode fornecer as melhores práticas internacionais nesse sentido”, finaliza Marc Schmitz.

A União Internacional requereu que o posicionamento contrário da entidade seja incluído na tramitação do projeto de lei.


Da Fenassojaf, Caroline P. Colombo

InfoJus Brasil: com informações da Fenassojaf

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Afojebra encaminha e deputado apresenta emenda a PL que isenta OJ’s do IR

Os Oficiais de Justiça poderão ficar isentos do Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer Natureza e da apresentação da Declaração de Ajuste Anual. É o que prevê emenda apresentada pelo deputado federal Ricardo Silva ao Projeto de Lei n. 488/2022 que contempla policiais militares, bombeiros militares; policiais civis; policiais federais; policiais penais e os demais profissionais que atuem na prestação da atividade de segurança pública de que trata o art. 144 da Constituição Federal.

Em sua justificativa, ele citou que a emenda foi encaminhada pelo diretor legislativo da Associação Federal dos Oficiais de Justiça do Brasil (Afojebra), Joselito Bandeira, a quem destacou como grande expoente na defesa dos direitos da categoria de todo o país.

“Agradecemos ao deputado Ricardo Silva pela generosidade em fazer constar nesse registro apresentado à emenda 002/2022, cuja redação foi uma construção nossa da Afojebra, afirmou Joselito Bandeira. O Projeto de Lei terá tramitação conclusiva nas comissões, logo, sendo aprovado, será encaminhado ao Senado”, concluiu.

O PL 488/2022 é de autoria do deputado Gurgel (UNIÃO/RJ), tendo os deputados Coronel Tadeu (PL/SP) e Sargento Fahur (PSD/PR) requerido assinatura como coautores.

Fazer justiça tributária

Para Ricardo, contemplar os Oficiais de Justiça com a isenção de imposto de renda pessoa física é uma maneira de minimizar seus custos com o desempenho da função pública e fazer justiça tributária, compensado assim a economia alcançada pelo Estado Patrão que deixa de disponibilizar viaturas, gerando economia aos cofres públicos com a não aquisição de veículos, manutenção dos mesmos e contratação de motoristas.

Redimensionamento de atribuições

No texto da emenda, o parlamentar lembra que os OJ’s cumprem as determinações judiciais em seus veículos próprios, não dispondo de viaturas para exercerem o múnus público, o que acarreta em situação sui generis, já que é a única categoria de servidor público que faz uso dos seus veículos particulares para realização de suas atividades, e não por opção pessoal, mas por absoluta necessidade do serviço público.

“Frise-se ainda que as diligências são cumpridas nos mais diversos cenários e em todos os extratos sociais, em inúmeros lugares que não são servidos por serviços de transporte público, especialmente quando se tratam de diligências em zona rural, e os Tribunais não dispõem de viaturas para que estes servidores cumpram o seu mister”, disse o parlamentar.

“É ainda de relevo destacar que estes servidores exercem importante papel como agentes arrecadadores, posto que, quando o fisco exaurir seus poderes para a cobrança de créditos tributários e, há o ajuizamento de execuções fiscais, são os Oficiais de Justiça que estão legalmente investidos do poder para a constrição de bens que redundam na efetivação e concretude da arrecadação não alcançada pelo fisco, trazendo assim, com o seu atuar, receitas aos cofres públicos, sendo por isso merecedores do benefício ora pleiteado”, concluiu.

InfoJus Brasil: com informações do Sindojus-PB

Assojaf/RO-AC e Aojus-RO articulam reunião com relator do PL da desjudicialização em defesa dos interesses do oficialato de Justiça


As entidades do oficialato em Rondônia, ASSOJAF/ROAC por meio da presidente Eline Cavalcante e AOJUS/RO representada pelo Oficial de Justiça Leonardo Nascimento, articularam junto aos deputados federal Expedito Netto e estadual Anderson Pereira, reunião realizada nessa segunda-feira (09) com o senador Marcos Rogério (PL/RO), relator do PL que trata da desjudicialização da execução civil.

Eline também indicou a participação do diretor de assuntos legislativos da Fenassojaf Julio Fontela, enquanto Leonardo apontou a presença do vice-presidente da Fesojus-BR, Eleandro Alves como representantes das entidades nacionais.

Durante a reunião, o senador acatou os argumentos dos Oficiais de Justiça presentes e indicou os dois representantes nacionais para falarem na sessão temática ocorrida no período da tarde dessa segunda, ressalvando que foi aberto para as respectivas entidades apresentarem propostas de alteração do substitutivo ao projeto, até a próxima sexta-feira (13), para a conclusão e envio da matéria ao Plenário.

Segundo a presidente da ASSOJAF/ROAC, “a união entre Oficiais de Justiça federais e estaduais é o caminho mais acerto para a construção de novos rumos na carreira do oficialato brasileiro”.

Além dos dirigentes da ASSOJAF e AOJUS, estiveram presentes com o senador Marcos Rogério o deputado Anderson Pereira e os colegas Oficiais de Justiça Julio Fontela (Fenassojaf), Eleandro Alves (Fesojus), Gerardo Alves (SINDOJUS) , Marcia Pissurno (Fenajufe e SINDJUFE MS), Luiz Arthur (FESOJUS) , Márcio Martins (FENASSOJAF) e o Assessor Parlamentar da Fenassojaf Luiz Filipe Queiroz.

InfoJus: com informações da Assojaf/ROAC e AOJUS-RO

segunda-feira, 9 de maio de 2022

Projeto que atribui execução de dívidas a tabeliães divide opiniões

O senador Marcos Rogério, relator do projeto, discute a matéria com especialistas durante a sessão temática promovida nesta segunda-feira


Waldemir Barreto/Agência Senado


Proposições legislativas

O Senado promoveu nesta segunda-feira (9) uma sessão de debates temáticos sobre o PL 6.204/2019, projeto de lei que cria a execução extrajudicial de dívidas, que passaria a ser uma das atribuições dos tabeliães de protesto. Profissionais convidados para a discussão apresentaram argumentos favoráveis e sugestões ao projeto que, segundo sua autora, a senadora Soraya Thronicke (União-MS), busca facilitar e tornar mais rápida a cobrança de dívidas. Entretanto, também foram apresentadas críticas a essa proposta, que busca aumentar a lista dos tipos de cobranças e outras questões que poderiam ser resolvidas fora do sistema judiciário.

O relator do projeto é o senador Marcos Rogério (PL-RO), que foi quem solicitou a sessão temática — ele também presidiu a reunião. O senador informou que já apresentou seu relatório e que propôs várias alterações no texto original. Ele disse que o relatório busca resolver a maioria dos problemas apontados pelos convidados. Mesmo assim, o senador ressaltou que ainda aceitará sugestões de mudanças até esta sexta-feira (13).

Segundo Marcos Rogério, o projeto original de Soraya Thronicke tem o objetivo de aliviar a sobrecarga de processos no Poder Judiciário e tornar a execução civil mais rápida e eficaz. Mas ele ressaltou que seu relatório busca ir além disso e propor aperfeiçoamentos.

Agente de execução

— O PL 6.204/2019, de autoria da ilustre senadora Soraya Thronicke, trará inúmeros ganhos para o cidadão, a sociedade e o Estado brasileiro, inclusive no que se refere à economia e ao mercado. Para tanto, busca-se criar a figura do "agente de execução", função a ser exercida pelos tabeliães de protestos localizados onde tramitem os respectivos procedimentos executivos. A ideia é que o tabelião de protestos passe a promover todos os atos essenciais do procedimento executivo, tais como: a citação, a verificação de requisitos legais, o recebimento do pagamento, a penhora e a alienação de bens — explicou Marcos Rogério.

O relator observou que, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Judiciário brasileiro tinha mais de 75 milhões de ações e processos em andamento em 2020. Desse montante, pelo menos 39 milhões eram demandas de natureza fiscal, cível ou de cumprimento de sentenças.

— O problema reside no excesso de litígios. Em 2020, no Brasil, a cada grupo de 100 mil habitantes, 10.675 ingressaram com uma ação judicial, ou seja, considerando esse número, mais de 10% da população ingressa com demandas judiciais a cada ano.

Ainda segundo Marcos Rogério, a maioria dos processos de execução acaba sem solução e é arquivada por falta de bens penhoráveis do devedor.

— Logo, os juízes acabam despendendo boa parte do seu tempo com processos que, em sua maioria, não geram qualquer resultado útil para o cidadão — argumentou ele.

O presidente da Associação de Notários e Registradores do Brasil (Anoreg), Cláudio Marçal Freire, afirmou que sua entidade representa profissionais de cartórios, que já realizam várias atividades extrajudiciais, ou seja, ajudam a resolver disputas e conflitos antes que eles cheguem ao sistema judiciário.

— A função do extrajudicial é realmente fazer essa seleção. Só vai ao Judiciário de fato, só deve ir ao Judiciário de fato, aquilo que depende da função jurisdicional, que não possa ser resolvido no extrajudicial. O extrajudicial integra a organização judiciária, é fiscalizado pelo Poder Judiciário, é regulamentado por lei — enfatizou Freire.

Para ele, as mudanças previstas no projeto de lei vão permitir a redução do custo da inadimplência no mercado, melhorando o ambiente de negócios e facilitando a obtenção de empréstimos. Ele disse que os cartórios ajudam na recuperação de dívidas públicas e privadas e que estão preparados para as mudanças.

A juíza Marília Sampaio, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), participou do debate como representante da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).

— O projeto propõe, em síntese, a desjudicialização da execução fundada em título extrajudicial ou judicial por quantia certa, com transferência para o tabelião de protesto, denominado então "agente de execução", da competência para conduzir a condução forçada de títulos executivos, tanto judiciais como extrajudiciais — resumiu a juíza.

Críticas

Apesar de reconhecer a intenção do projeto de dar mais rapidez a essas cobranças, Marília Sampaio disse que o maior problema em relação à cobrança de dívidas continuará o mesmo: a maioria dos devedores não tem recursos ou bens que possam ser usados para pagar suas dívidas.

— Essa realidade não deve mudar, seja na execução judicial, seja na execução extrajudicial. Não há garantias de que essa realidade de morosidade do processo há de se alterar substancialmente com a alteração do procedimento, tirando da via judicial para a via extrajudicial — argumentou ela.

A juíza também afirmou que o Poder Judiciário garante o devido processo legal na cobrança de dívidas ou expropriações de bens, com servidores que têm obrigação de serem imparciais. Além disso, ela pontuou que o sistema judiciário brasileiro está presente em todo o território nacional.

— Cada comarca hoje tem um fórum, um quadro de oficiais de justiça, com uma rede altamente capilarizada e que pode chegar, com mais facilidade, aos credores nos seus locais de habitação, enfim, nos lugares onde exercem as suas atividades; um quadro capilarizado que não necessariamente está presente na estrutura cartorária que se pretende implantar — acrescentou.

O vice-presidente da Federação das Entidades Sindicais dos Oficiais de Justiça do Brasil (Fesojus), Eleandro Alves Almeida, informou que há 35 mil oficiais de justiça no país. Ele destacou que esses profissionais já são agentes de execução de protestos, como os relacionados a dívidas não pagas.

— O oficial de justiça é, hoje, o agente de inteligência e execução do Poder Judiciário. E cabe a nós, oficiais de justiça, fazer o papel que se traz nesse projeto. (...) Os oficiais de justiça estão à disposição para trazer essa efetividade a que o projeto visa. Temos a capacidade técnica, jurídica e o conhecimento — salientou Eleandro.

Substitutivo

O relator Marcos Rogério aproveitou para comentar algumas mudanças que ele propôs em seu relatório.

— A palavra aqui, o ponto central, para mim, da inovação que trago no substitutivo é liberdade. O substitutivo encaminhado sugere que a desjudicialização se dê de maneira facultativa, enquanto o projeto original trata como obrigatória. [O substitutivo] Propõe que seja inicialmente facultativo e, se exitoso, passa a ser obrigatório. Transição mais suave e com menos impacto. (...) O risco aqui é dar certo. Se a pretensão de todos nós é a efetiva garantia para quem está lá na ponta esperando resposta para uma demanda em que ele foi vencedor, o risco é dar certo. (...) É a garantia de liberdade. Quem é que vai optar por um modelo ou por outro modelo? É o credor — declarou o senador.

Também participaram do debate Júlio Fontela, diretor da Associação Nacional de Oficiais de Justiça e Avaliadores Federais; o professor e ex-juiz Joel Dias Figueira Júnior; e a advogada Cláudia Quintino Rima, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Fonte: Agência Senado

InfoJus Brasil: o portal dos Oficiais de Justiça do Brasil

Fesojus participa de sessão do senado que debate desjudicialização da execução civil

A Diretoria da Fesojus-BR se encontra em Brasília para acompanhar de perto  a sessão de debates temáticos que o Senado realiza na tarde de hoje, 9 de maio, para discutir o projeto de lei que dispõe sobre a desjudicialização da execução civil (PL 6.204/2019). O requerimento da sessão temática (RQS 276/2022) foi apresentado pelo senador Marcos Rogério (PL-RO), relator do projeto.

Veja a sessão de debates:


InfoJus: Com informações da Fesojus

Em Brasília, Fesojus-BR pressiona pelo fim do projeto de desjudicialização

Imagem: TV Senado

ADiretoria da Fesojus-BR se encontra em Brasília para acompanhar de perto a sessão de debates temáticos que o Senado realiza na tarde de hoje, 9 de maio, para discutir o projeto de lei que dispõe sobre a desjudicialização da execução civil (PL 6.204/2019). O requerimento da sessão temática (RQS 276/2022) foi apresentado pelo senador Marcos Rogério (PL-RO), relator do projeto.

Visto como um retrocesso, o projeto de desjudicialização vem sendo refutado pela Federação desde que entrou em pauta no Senado. Nesse sentido, a entidade vem realizando um intenso trabalho junto aos integrantes do Senado Federal para barra-lo, o que acabou por acelerar as discussões sobre o tema.“Entendemos que essa desjudicialização é uma ‘uberização’ da justiça; um desserviço para a sociedade”, ressalta o vice-Presidente da Fesojus-BR, Eleandro Alves Almeida, um dos Diretores da Federação a acompanhar o debate de hoje.


Em breve, mais informações.

Por Assessoria Fesojus-BR,

jornalista Patrícia Claudino.

Fonte: Fesojus

sábado, 7 de maio de 2022

Oficial de Justiça é encontrado morto dentro do Fórum de Quixadá (CE) com marca de tiro

Maikon foi encontrado morto dentro da sala dos oficiais, por volta de 23h, segundo a Polícia (Foto: divulgação)

Quixadá: Um oficial de justiça foi encontrado morto dentro do Fórum de Quixadá, sertão do Ceará. Um policial militar que estava de serviço encontrou a vítima sem vida. O oficial era casado, e as primeiras suspeitas é de que teria tirado a própria vida com um tiro de arma de fogo.

Maikon Gomes Coutinho, 39 anos, era natural de Tauá/CE e atuava como oficial de Justiça na Comarca de Quixadá. De acordo com a Polícia Militar o crime só foi percebido por volta de 23h, embora possa ter sido praticado antes. Um policial militar que fazia a segurança do Fórum percebeu que o carro de Maikon ainda estava no estacionamento, mas notou a ausência dele no local.

O PM de serviço acionou a Polícia e realizou buscas no interior do Fórum e encontrou o oficial morto. O Revista Central apurou com uma fonte que Maikon Gomes Coutinho estava na sala dos oficiais, na parte dos fundos do Fórum. O profissional teria tirado a própria vida com um tiro de arma de fogo. Ainda segundo a fonte, a arma era de seu uso particular.

Maikon era natural de Tauá, era casado com uma advogada e filho do ex-vereador do município, Antônio Coutinho. Segundo as apurações do radialista Wirismar Holanda, antes de tirar a própria vida a vítima teria ligado para sua esposa, Vérika Sales. Em seguida ela tentou retornar a ligação para o marido, mas as chamadas não eram mais atendidas.

Equipes da Perícia Forense (Pefoce) recolheram o corpo do interior do Fórum e levaram para Quixeramobim onde será necropsiado. Em seguida o corpo de Maikon será levado para Tauá, onde deve acontecer ainda neste sábado (6) o velório.

Em nota o Tribunal de Justiça do Ceará lamentou a morte do Oficial de Justiça:

"NOTA DE PESAR

O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) lamenta profundamente o falecimento do oficial de justiça Maikon Gomes Coutinho, ocorrido na última sexta-feira (06/05), no Fórum da Comarca de Quixadá.

Maikon deixará muitas saudades entre todos os colegas que tiveram a honra de trabalhar com a excelente pessoa e profissional que ele foi.

O Judiciário cearense colabora com as investigações para apurar as circunstâncias da morte.

Nossas sinceras condolências aos familiares e amigos nesse momento de luto."

InfoJus Brasil: com informações do portal Revista Central e TJCE

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