sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Resolução 600 do CNJ: novos oficiais de Justiça em Goiás tomam posse tendo novas atribuições envolvendo inteligência processual


Na próxima segunda-feira (13) o Tribunal de Justiça de Goiás dará posse aos 35 novos oficiais de Justiça nomeados pelo presidente Carlos Alberto França em 19 de dezembro do ano passado. Eles foram aprovados no concurso realizado em 2024 (confira a lista aqui). Os novos integrantes do oficialato de Justiça Goiano iniciam a carreira no Judiciário juntamente com a entrada em vigor da Resolução nº 600, editada pelo Conselho Nacional de Justiça.

A normativa, publicada no dia 13 de dezembro de 2024, amplia as atribuições dos oficiais de Justiça, permitindo que eles tenham acesso direto a sistemas informatizados do Poder Judiciário para a localização de pessoas e bens. A medida tem como objetivo modernizar as ferramentas de trabalho dos oficiais e aumentar a eficiência no cumprimento de mandados judiciais.

De acordo com a resolução, os tribunais deverão ajustar seus atos normativos para incluir, entre as atribuições dos oficiais de Justiça, atividades de inteligência processual. Com isso, os profissionais poderão acessar sistemas como Sisbajud, Renajud, Infojud e Infoseg, por meio de login e senha individuais, dentro dos limites e finalidades especificadas em cada mandado.

Sisbajud

Com relação ao sistema Sisbajud, ele permite a inclusão de ordens de bloqueio de valores diretamente após o prazo de citação ou intimação, caso não haja pagamento ou indicação de bens pelo executado. No entanto, a resolução delimita o uso das ferramentas, proibindo ações como desbloqueio de valores e acesso a extratos bancários.

Os tribunais deverão cadastrar os oficiais no perfil específico criado no sistema corporativo do CNJ e oferecer treinamento adequado para a utilização das tecnologias. Além disso, os cursos de capacitação promovidos pelo CNJ continuarão a apoiar o desenvolvimento técnico dos profissionais.

Transformação tecnológica

Para o presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça do Estado de Goiás (Sindojus-GO), Eleandro Alves, os novos colegas chegam em um período de transformação tecnológica no Poder Judiciário nacional, e já serão capacitados em atividades de inteligência processual, visando mais celeridade no cumprimento de ordens judiciais, e os jurisdicionados em pouco tempo começarão a perceber a efetividade e agilidade com que as ordens judiciais serão cumpridas em Goiás.

InfoJus: com informações do portal Rota Jurídica

Posse de 35 novos Oficiais de Justiça no TJGO será realizada em janeiro


No próximo dia 13 de janeiro de 2025, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) realizará a solenidade de posse de 35 novos oficiais de justiça. A nomeação dos aprovados foi oficializada no dia 19 de dezembro de 2024, através do Decreto Judiciário nº 5.363/2024, assinado pelo presidente do TJGO, desembargador Carlos França.

O decreto nomeia, em caráter efetivo, os candidatos aprovados no 3º Concurso Público Unificado para o cargo de Oficial de Justiça Avaliador, parte do Quadro Único de Pessoal do Poder Judiciário estadual. A solenidade será um marco significativo para o sistema judiciário de Goiás, reforçando o compromisso com a eficiência e celeridade na prestação jurisdicional.

Confira o teor do decreto:

DECRETO JUDICIÁRIO Nº 5.363/2024

O DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, tendo em vista o que consta nos autos do PROAD nº 202412000591410, com fundamento no artigo 10 da Lei nº 17.663, de 14 de junho de 2012, e artigos 13, § 1º, e 14 da Lei nº 20.756, de 28 de janeiro de 2020, nomeia em caráter efetivo para exercerem o cargo de Analista Judiciário – Área Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador, classe A, nível 1, do Quadro Único de Pessoal do Poder Judiciário do Estado de Goiás, as aprovadas e os aprovados a seguir relacionados: GIULIA ROBERTA BIANCO, MURILO SOUSA E SILVA, ALINE CAVALCANTE SILVA, CAROLINE MEIRELLES BORGES DE SALES, MAXWELL PEREIRA DA SILVA, EDUARDO ALVES ARAUJO, LUIZ FERNANDO XAVIER GUIMARAES, WILSON RAMOS DO CARMO FILHO, THAIS TURIBIO ALVES DE ARAÚJO, CLARISSA BRASIL DA COSTA OLIVEIRA, MARINA BORGES DE FREITAS, JAIR HENRIQUE LEMES, WANESSA KARINE MOREIRA BARROS, SARA MICHELE ARAUJO MARGARIDA, LÍVIA CARDOSO OUVERNEY, ANA PAULA ARAUJO DE SOUSA, LUCAS ALVES DE SOUSA, RAIMUNDO VELOSO RODRIGUES NETO, HEWERTON CORDEIRO DOS SANTOS, MARIA TEREZA SANTOS SILVA, ROGÉRIO LEMES DO NASCIMENTO, MARKELE MORO DE MELLO, ERIC GABRIEL DE SOUSA, VICENTE MATIAS GARCIA BELO, VANCLEUCYO MACHADO DA SILVA, MATHEUS LIMA CAIXETA, GABRIELA MACHADO RIOS, LUCAS ALMEIDA DE CARVALHO, STEFANY MARTINS TEIXEIRA, VITOR HUGO DE PAULA SANTOS, RAPHAEL LEMES SILVA LOBO, RAFAEL GARCIA SILVA DE MATTOS, JOSÉ HIGOR LIMA BELARMINO, NAYARA BARBOSA SANTOS e STEPHANIE MATTIAZZI. Goiânia, datado e assinado digitalmente. Desembargador CARLOS ALBERTO FRANÇA Presidente

Goiânia, datado e assinado digitalmente.

Desembargador CARLOS ALBERTO FRANÇA
Presidente

A posse destes novos servidores promete fortalecer o quadro funcional do TJGO, contribuindo para a melhoria dos serviços prestados à população e para a celeridade dos processos judiciais.

InfoJus: com informações do TJGO

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Juíza autoriza uso do Serp-Jud para rastrear bens; entenda o sistema

Ferramenta foi habilitada em abril de 2024 e permite buscas unificadas em registros públicos.

Serp-Jud é alternativa recente no Judiciário para busca de bens e certidões.(Imagem: Arte Migalhas)


No último dia 7, uma juíza de Direito deferiu, em cumprimento de sentença, o pedido de uma advogada para a realização de pesquisa de ativos por meio do sistema Serp-Jud.

Relativamente recente, a plataforma começou suas operações em abril de 2024, tendo sido concebida para facilitar e agilizar a busca unificada de informações, incluindo bens.

O caso refere-se a um cumprimento de sentença em processo iniciado em 2015, que discutia a obrigação de pagamento, por uma construtora, de produtos descritos em notas fiscais de uma empresa mineradora.

A advogada Renata Belmonte, do escritório Albuquerque Melo Advogados, que representa a credora, solicitou a pesquisa de bens por meio do sistema Serp-Jud para viabilizar o cumprimento da sentença. A juíza de Direito Luísa Tostes Escocard de Oliveira, da 2ª vara de Aparecida/SP, autorizou a busca.

Processo: 0000009-43.2021.8.26.0028


O que é o Serp-Jud?

O Serp-Jud integra o Serp - Sistema Eletrônico dos Registros Públicos, criado pela lei Federal 14.382/22. Sua regulamentação foi estabelecida pelo provimento 139/23 do CNJ.

Por meio da plataforma, magistrados podem acessar sistemas desenvolvidos por registradores em uma interface única, o que proporciona maior eficiência e praticidade no exercício de suas funções.

O acesso é realizado pela PDPJ - Plataforma Digital do Poder Judiciário, utilizando certificado digital ICP-Brasil ou pelo IdRC - Sistema de Autenticação Eletrônica do Registro Civil.

A ferramenta conta com quatro módulos principais:
  • Busca de registros de nascimento, casamento e óbito: possibilita a localização rápida de informações civis.
  • Pesquisa nacional de bens: permite o rastreamento de propriedades e ativos em todo o território nacional.
  • Pesquisa PJ: auxilia na investigação e análise de estrutura e atividades de pessoas jurídicas.
  • Busca de garantias: facilita a avaliação de garantias associadas a bens e direitos.
O objetivo do sistema é modernizar os serviços judiciais, garantindo agilidade e integração nos processos relacionados aos registros públicos.


InfoJus: com informações do portal Migalhas

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Sindojus-CE solicita a reposição de 40 vagas de Oficiais de Justiça na comarca de Fortaleza

Há dez anos não é realizado concurso de remoção para a Ceman de Fortaleza. Desde então, 40 oficialas e oficiais deixaram o cargo, sendo por 29 aposentadorias, 7 falecimentos e 4 exonerações, sem que houvesse a devida reposição

Foto: Luana Lima/Sindojus Ceará

A comarca de Fortaleza tem enfrentado, ao longo dos últimos anos, uma diminuição progressiva do número de Oficiais de Justiça em função de aposentadorias, exonerações e falecimentos, sem reposições proporcionais e efetivas. Esse quadro compromete o atendimento eficiente da demanda crescente de mandados judiciais e afeta diretamente a prestação jurisdicional. No período de 2015 a 2024, o déficit de servidores se agravou, evidenciando a urgência de medidas para recomposição do quadro de Oficiais de Justiça na Capital, onde há dez anos não é realizado concurso de remoção – o último ocorreu em dezembro de 2014. Desde então, 40 oficialas e oficiais de Justiça deixaram o cargo, sendo por 29 aposentadorias, 7 falecimentos e 4 exonerações, sem que houvesse a devida reposição.

A Capital está com 17 rotas sem Oficiais de Justiça. Em todo o Estado, 119 oficialas e oficiais recebem abono de permanência, dos quais 62 (52,1%) são da Ceman de Fortaleza e, portanto, a qualquer momento podem se aposentar.

Novas unidades foram criadas sem a ampliação do quadro de Oficiais de Justiça

Para agravar a situação, novas unidades judiciárias foram criadas sem a correspondente ampliação do quadro, elevando a carga de trabalho dos atuais servidores. O diretor Jurídico Carlos Eduardo Mello destaca que esse cenário é insustentável e vai de encontro ao princípio da eficiência e celeridade no atendimento jurisdicional, resultando em um significativo aumento do tempo de tramitação processual, além da sobrecarga de trabalho, o que tem afetado a saúde física e mental destas oficialas e oficiais de Justiça.

“A insuficiência de oficiais leva ao acúmulo de mandados, pois o número reduzido de servidores ativos não consegue atender à crescente demanda judicial de forma satisfatória. Esse cenário impacta, inclusive, na execução dos mandados de urgência, que requerem o cumprimento célere por envolverem situações críticas, como medidas protetivas e questões que envolvem restrição de liberdade”, frisa Carlos Mello.

Para tentar evitar o colapso dos mandados judiciais e o impacto que essa crise causaria ao Judiciário cearense, oficialas e oficiais de Justiça vêm se desdobrando para dar andamento ao cumprimento das medidas, o que aumenta o risco de erro, além de submeter estes servidores(as) a longas jornadas de trabalho em busca de dar vazão a um volume de trabalho incompatível com o atual quadro.

O mesmo cenário não vem sendo observado em relação aos demais servidores, cujo quadro vem aumentando ao longo dos anos. Há, inclusive, previsão de criação de mais 620 cargos efetivos de técnicos e analistas judiciários ainda na atual gestão.

Em três anos, a demanda na Capital teve aumento de 42,91%

O presidente do Sindojus, Vagner Venâncio, ressalta que a inteligência artificial, com mais técnicos e analistas trabalhando, permite que os(as) magistrados(as) decidam de forma mais rápida e, consequentemente, expedientes sejam produzidos em uma velocidade exponencial, o que acarreta, na ponta, em um número muito grande de mandados judiciais expedidos. Enquanto em 2020 a Ceman de Fortaleza teve 207.554 mandados expedidos, em 2023 esse quantitativo saltou para 296.627, o que representa aumento de 42,91%. Em contrapartida, mesmo com as convocações registradas nos últimos dois anos, o TJCE conta hoje com apenas 648 Oficiais de Justiça – 75 a menos do que em 2015, quando o quadro era formado por 723.

Carlos Eduardo Mello acrescenta que a situação de Fortaleza, com um número insuficiente de Oficiais de Justiça, viola o princípio constitucional da eficiência, previsto no artigo 37 da Constituição Federal, o qual exige do poder público a manutenção de serviços públicos adequados e eficientes para atender à população.

“A defasagem no quadro de oficiais compromete a qualidade da prestação jurisdicional e impede a realização de um serviço público eficaz. A falta de servidores resulta no prolongamento dos prazos de cumprimento de mandados e na ineficiência no atendimento das demandas judiciais, impactando diretamente o direito do cidadão ao acesso à justiça”, observa o diretor Jurídico.

Quadro deficitário gera prejuízos à sociedade e à categoria

Além de afetar a sociedade em geral, esse cenário gera prejuízos significativos à classe dos Oficiais de Justiça, que enfrenta uma sobrecarga de trabalho incompatível com a estrutura disponível. Essa sobrecarga, associada à pressão para atender a demandas judiciais em tempo hábil, também tem impacto direto na saúde física e mental desses servidores, gerando exaustão, estresse e, em alguns casos, afastamentos por problemas de saúde relacionados ao trabalho.

A ausência de reposição regular de vagas gera ainda instabilidade na carreira, tendo em vista que a categoria enfrenta aumento constante de responsabilidades sem a contrapartida necessária em termos de suporte administrativo e de pessoal. A falta das condições necessárias para a recomposição do quadro também desestimula oficialas e oficiais, os quais veem seu trabalho se tornar cada vez mais desafiador e desvalorizado, o que contraria o próprio dever da administração pública de garantir condições adequadas para a realização das atividades essenciais do Estado.

Quantitativo de Oficiais de Justiça no Ceará é menor do que tribunais de pequeno porte

Quando comparado a outros tribunais do Nordeste, observa-se a quantidade diminuta de Oficiais de Justiça no Ceará – 648. No TJ de Pernambuco, por exemplo, que conforme o Relatório Justiça em Números 2024, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), é considerado de médio porte, igualmente ao Ceará, o quadro é formado por 776 Oficiais de Justiça – 128 a mais do que o TJCE. Mesmo em relação a tribunais de pequeno porte, como é o caso da Paraíba, o quadro é maior do que o do Ceará. O TJPB conta com 746 Oficiais de Justiça – 98 a mais do que no Judiciário cearense. Quando comparado à Bahia, outro estado da região Nordeste, cujo tribunal é considerado de grande porte, a disparidade fica ainda mais evidente. O TJBA tem 1.460 Oficiais de Justiça, mais do que o dobro do que no TJCE – 812 a mais.

No que diz respeito ao quantitativo de Oficiais de Justiça por unidade judiciária, o Código de Processo Civil (CPC) estabelece que deve ter, no mínimo, a mesma quantidade de juízos. Nos casos de mandados de busca e apreensão, por exemplo, que obrigatoriamente deve ser cumprida por Oficial de Justiça, o CPC é claro: “Art. 846. Se o executado fechar as portas da casa a fim de obstar a penhora dos bens, o Oficial de Justiça comunicará o fato ao juiz, solicitando-lhe ordem de arrombamento. §1º Deferido o pedido, 2 (dois) Oficiais de Justiça cumprirão o mandado, arrombando cômodos e móveis em que se presuma estarem os bens, e lavrarão de tudo auto circunstanciado, que será assinado por 2 (duas) testemunhas presentes à diligência”.

Sindicato solicita reposição urgente dos cargos vagos em Fortaleza

Diante dessa situação, o Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE) protocolou novo requerimento à presidência solicitando a reposição urgente dos cargos vagos, bem como garantir que a quantidade de Oficiais de Justiça seja, no mínimo, a mesma de juízos, na forma da lei, o que não vem sendo respeitado no Interior e nem na Capital. O orçamento do TJCE é bastante confortável, proporcionando total condição para reposição dos cargos vagos, além da criação de novos cargos em todo o Estado.

A entidade protocolou ainda ofício junto à vice-presidência, à Corregedoria-Geral da Justiça, à Comissão de Ética, à diretoria do Fórum Clóvis Beviláqua e à Ouvidoria solicitando apoio e junção de esforços no sentido de que o pleito seja atendido, para que a justiça se materialize com uma melhor e mais eficaz prestação jurisdicional.

*Todos os requerimentos, ofícios e pedidos de providências protocolados encontram-se disponíveis aos sindicalizados na área restrita do site, em: “Jurídico” e “Informações Processuais”.

InfoJus: com informações do Sindojus-CE

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Recesso forense: veja as datas de retorno das atividades do Judiciário em 2025

Durante o recesso, ficam suspensos os prazos processuais, a realização de audiências e sessões de julgamentos

Estátua Justiça, em frente ao Supremo Tribunal Federal / Crédito: Carlos Moura/SCO/STF

O recesso forense do Poder Judiciário está chegando ao fim. Iniciado no dia 20 de dezembro de 2024, o intervalo do expediente para as celebrações de fim de ano acaba em 6 de janeiro de 2025. Com isso, as atividades serão retomadas na próxima terça-feira (7/1). Durante o recesso, os órgãos da Justiça funcionam em regime de plantão, atendendo somente casos urgentes.

Os prazos processuais e a realização de audiências e sessões de julgamentos continuam suspensos até o dia 20 de janeiro, conforme estabelecido pelo Código de Processo Civil. Contudo, há exceções para prazos de processos penais e ações especiais da Lei de Locações.

O recesso foi estabelecido pela Lei 5.010/1966, que determinou que seriam considerados feriados para a Justiça Federal, inclusive nos Tribunais Superiores, os dias entre 20 de dezembro e 6 de janeiro. No caso dos Tribunais de Justiça dos Estados, é a Resolução 244 do CNJ que permite a adoção do mesmo período de folga.

Nos casos do Supremo Tribunal Federal (STF), do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a suspensão dos prazos processuais segue até 31 de janeiro. Nesse período, somente casos urgentes podem ser apresentados por meio eletrônico.

Assumiu o plantão da presidência do STF, na última quarta-feira (1/1), o ministro Edson Fachin, atual vice-presidente da Corte. Ele sucede o presidente, ministro Luís Roberto Barroso, que ficou no plantão entre os dias 20 e 31/12, e retorna a partir de 20 de janeiro.

Dos demais ministros, seis seguem trabalhando: Alexandre de Moraes, André Mendonça, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Flávio Dino. Eles continuam ativos em decisões liminares, cautelares e tutelas de urgência nos processos em que sejam os relatores. Os outros três, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Nunes Marques, estão de férias.

InfoJus: com informações do portal Jota Info

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

STJ decidirá quais investimentos de até 40 salários mínimos são penhoráveis

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça vai especificar em quais tipos de investimento financeiro a quantia aplicada de até 40 salários mínimos será considerada penhorável.

Tese para impenhorabilidade de valores de até 40 salários mínimos visa reafirmar a jurisprudência do STJ

Esse ponto específico levou a ministra Isabel Gallotti a pedir vista nesta quarta-feira (18/12) em julgamento em que a Corte Especial vai fixar tese vinculante sobre o tema.

A jurisprudência é pacífica, mas, por causa de um precedente firmado em 2021 que não vinculou a análise das instâncias ordinárias, milhares de recursos continuaram chegando ao tribunal sobre a mesma questão.

Trata-se da interpretação do artigo 833, inciso X, do Código de Processo Civil. O dispositivo diz que é impenhorável a quantia depositada em caderneta de poupança até o limite de 40 salários mínimos — atualmente, R$ 56,4 mil.

Em 2021, o STJ estendeu a impenhorabilidade para casos de conta corrente ou qualquer aplicação financeira, desde que o montante sirva para assegurar a sobrevivência do devedor.

Relatora dos recursos especiais afetados para definição da tese, a ministra Maria Thereza de Assis Moura propôs simplesmente confirmar a orientação.

A tese proposta foi a seguinte:

É impenhorável a quantia até 40 salários mínimos:

a) Depositada em caderneta de poupança, ainda que esta seja usada para depósitos e pagamentos como se fosse conta corrente;
b) Mantida em papel moeda, depositada em conta corrente, aplicada em fundo de investimento ou outro investimento financeiro que possua características de reserva continuada e duradoura, destinado a conferir proteção individual ou familiar em casos de emergência ou imprevisto grave

A impenhorabilidade não se aplica a:

a) Investimentos em aplicações especulativas e de alto risco;
b) Sobras que remanesçam dos meses anteriores em conta corrente tradicional ou remunerada, ainda que, inicialmente, o recurso seja impenhorável na forma do artigo 833, IV do CPC

Só até 40 salários mínimos

Isabel Gallotti pediu vista para detalhar o que são exatamente investimentos em aplicações especulativas de alto risco, levando em conta que o enunciado vai orientar juízes e tribunais e, por isso, não pode deixar dúvidas interpretativas.

A vista foi motivada pela manifestação do advogado da União, Daniel Costa Reis, que pediu ao colegiado para estabelecer uma posição menos ampliativa. Ele apontou que os fundos de investimento, regulamentados recentemente pela Lei de Liberdade Econômica, abrem quatro possibilidades: renda fixa, ações, cambiais e de multimercado.

Entre elas, apenas os fundos de renda fixa se assemelham à caderneta de poupança. Em tese, eles podem servir para reunir valores que assegurem a subsistência do devedor ou como reserva de emergência.

“Quem investe em fundo cambial e de ações está disposto a experimentar riscos. São investimentos voláteis, com alto grau de especulação. Naturalmente, não servem para constituir reserva financeira para acautelar o mínimo existencial”, disse o advogado.

A União também tentou excluir da regra da impenhorabilidade os valores que os devedores guardam em papel moeda (dinheiro vivo), até o momento sem sucesso.

A princípio, a tese proposta por Maria Thereza de Assis Moura seria aprovada sem destaques ou divergências, e a vista de Isabel Gallotti serviria apenas para melhor detalhar as exceções à regra.

REsp 2.015.693
REsp 2.020.425

Danilo Vital é correspondente da revista Consultor Jurídico em Brasília.

InfoJus: com informações da Revista Consultor Jurídico

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Portaria institui selo de qualidade para oficiais de Justiça do TJDFT


A Corregedoria do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) editou a Portaria GC 208, de 20 de dezembro de 2024, que regulamenta a entrega do Selo de Qualidade para os oficiais de justiça. A iniciativa busca reconhecer e incentivar a rapidez no cumprimento das atividades desempenhadas por esses profissionais essenciais ao sistema de justiça.

Critérios de Avaliação

Conforme a portaria, o Selo de Qualidade será concedido com base em critérios objetivos relacionados a agilidade e rapidez na devolução dos mandados judiciais nos últimos seis meses. Os parâmetros incluem:
  • Selo Ouro: Cumprimento de 95% a 100% dos mandados dentro de 10 dias do prazo previsto.
  • Selo Prata: Cumprimento de 90% a 94% dos mandados dentro de 15 dias do prazo previsto.
  • Selo Bronze: Cumprimento de 85% a 89% dos mandados dentro de 20 dias do prazo previsto.
É importante destacar que os critérios não se aplicam aos oficiais que atuam em setores com atividades específicas, como plantões noturnos e finais de semana, além de presídios. Esses profissionais possuem parâmetros diferenciados devido à natureza singular de suas funções.

Os oficiais agraciados com o Selo de Qualidade nas categorias ouro e prata terão, além do reconhecimento, um elogio individual registrado em suas pastas funcionais. A entrega do selo ocorrerá semestralmente, nos meses de março e setembro, após a análise e verificação dos dados pela Coordenadoria de Administração de Mandados (COAMA).

A portaria também prevê situações que impedem a participação no programa, como:
  • Penalidades disciplinares ou assinatura de Termo de Ajuste de Conduta Funcional;
  • Exercício de função comissionada ou cargo em comissão;
  • Cessão a outros órgãos;
  • Afastamento por motivos de saúde por mais de 15 dias no período avaliado;
  • Outras situações previstas na legislação.
O Selo de Qualidade trata apenas da rapidez na devolução do mandado judicial, não adentrando no mérito e na eficiência no cumprimento da ordem judicial.

A portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Segue abaixo o inteiro teor da portaria:

Portaria GC 208 de 20 de dezembro de 2024

 Institui e regulamenta a entrega de Selo de Qualidade aos oficiais de justiça no âmbito da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.

O CORREGEDOR DA JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS, NO USO DE SUAS ATRIBUIÇÕES LEGAIS E REGIMENTAIS, E EM VISTA DO DISPOSTO NO PROCESSO SEI 0038710/2024,

RESOLVE:

Art. 1º Instituir e regulamentar a entrega de Selo de Qualidade aos oficiais de justiça no âmbito da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.

Art. 2º Para recebimento do selo de qualidade serão utilizados critérios objetivos, tendo como parâmetros as seguintes informações:

I - cumprimento e certificação de 95% a 100% de todos os mandados ordinários distribuídos nos 6 (seis) meses anteriores à apuração em número igual ou inferior a 10 (dez) dias do prazo previsto no art. 3°, inciso I, da Portaria GC 44, de 16 de março de 2022;

II - cumprimento e certificação de 90% a 94% de todos os mandados ordinários distribuídos nos 6 (seis) meses anteriores à apuração em número igual ou inferior a 15 (quinze) dias do prazo previsto no art. 3°, inciso I, da Portaria GC 44, de 16 de março de 2022;

III - cumprimento e certificação de 85% a 89% de todos os mandados ordinários distribuídos nos 6 (seis) meses anteriores à apuração em número igual ou inferior a 20 (vinte) dias do prazo previsto no art. 3°, inciso I, da Portaria GC 44, de 16 de março de 2022.

§ 1º Os parâmetros acima minudenciados não serão utilizados como critério para os oficiais de justiça atuantes junto ao setor 103-plantão noturno e fins de semana, setor 100-presídio diurno e setor 101-presídio noturno, tendo em vista as singularidades de suas atribuições.

Art. 3º O selo de qualidade será concedido por ato do Corregedor aos oficiais de justiça e compreende as seguintes categorias:

I - ouro: cumprimento do parâmetro do inciso I do artigo 2º;

II- prata: cumprimento do parâmetro do inciso II do artigo 2º;

III- bronze: cumprimento do parâmetro do inciso III do artigo 2º.

§ 1º Dadas as peculiaridades, os oficiais atuantes nos setores 103-plantão noturno e fins de semana, 100-presídio diurno e 101-presídio noturno, farão jus ao recebimento do selo ouro, desde que atingidos os seguintes parâmetros:

a) os oficiais de justiça vinculados ao setor 103 - plantão noturno e fins de semana - cumprindo e certificando os mandados judiciais relativos às medidas protetivas de urgência dentro das 48 horas seguintes à distribuição, conforme previsto na Portaria GC 133, de 27/7/2021, distribuídos nos 6 (seis) meses anteriores à apuração.

b) os oficiais de justiça vinculados ao setor 100 - presídio diurno - farão jus ao selo ouro cumprindo e certificando os mandados judiciais relativos a réus presos no prazo de 5 (cinco) dias, conforme previsto no § 1º do artigo 178 do Provimento Geral da Corregedoria, distribuídos nos 6 (seis) meses anteriores à apuração.

c) os oficiais de justiça vinculados ao setor 101 - presídio noturno - farão jus ao selo ouro cumprindo e certificando os alvarás de soltura no prazo de 24 (vinte e quatro) horas contados da distribuição, salvo quando distribuídos na véspera de finais de semana e feriados, conforme previsto nos 6° e 7° da Portaria GC 176, de 4/11/2014, distribuídos nos 6 (seis) meses anteriores à apuração.

Art. 4º O Selo de Qualidade será entregue, semestralmente, nos meses de março e setembro em data a ser definida pela Corregedoria da Justiça, após apresentação de processo administrativo próprio a ser instaurado pela Coordenadoria de Administração de Mandados (COAMA), cujos dados para apuração devem ser extraídos da Central Eletrônica de Mandados (CEMAN).

Art. 5º As informações e as documentações de que tratam o art. 2º e o § 1º do art. 3º desta Portaria serão analisadas pela COAMA, considerando os seguintes períodos para entrega do Selo de Qualidade nos meses de março e setembro:

I - para a premiação em março serão considerados todos os dados apurados no período de julho a dezembro;

II - para a premiação em setembro serão considerados os dados apurados no período de janeiro a junho.

Art. 6º Ao Oficial de Justiça agraciado com o selo de qualidade ouro e prata também terá averbado elogio individual em pasta funcional.

Art. 7º Não poderão participar e receber o Selo de Qualidade os oficiais de justiça que estejam no período de apuração inseridos em qualquer uma das seguintes situações:

I - tenham recebido penalidade disciplinar ou firmado Termo de Ajuste de Conduta Funcional;

II- exercício de função comissionada ou cargo em comissão;

III- cedidos a outro órgão ou entidade pública;

IV- afastados por motivos de saúde, durante os 6 (seis) meses do período de apuração, por prazo superior a 15 (quinze) dias;

V- afastados provisoriamente, na forma do art. 147 da Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990;

VI- cumprindo alguma penalidade administrativa do art. 127 da Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990.

Art. 8º Nas circunscrições judiciárias em que todos os oficiais de justiça sejam contemplados com selo de qualidade, em qualquer categoria, os servidores vinculados ao núcleo ou posto de distribuição de mandados terão anotado elogio coletivo em pasta funcional.

Art. 9º Os casos não previstos nesta Portaria serão instruídos pela Secretária de Administração de Mandados e Guarda de Bens Judiciais (SEAMB), apreciados pela Secretaria-Geral da Corregedoria (SGC) e submetidos à deliberação da Corregedoria.

Art. 10. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.


Desembargador MÁRIO-ZAM BELMIRO ROSA
Corregedor da Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

InfoJus: o portal dos oficiais de Justiça do Brasil


Frente Parlamentar Mista dos Oficiais de Justiça terá nova gestão em 2025


A partir de janeiro de 2025, a Frente Parlamentar Mista dos Oficiais de Justiça passará por uma importante transição de liderança. O atual vice-presidente, Coronel Meira, assumirá a presidência da entidade, sucedendo o deputado Ricardo Silva, que deixará o cargo para tomar posse como prefeito de Ribeirão Preto (SP).

Reconhecimento ao trabalho realizado

Em novembro, entidades representativas da categoria – FESOJUS-BR, FENASSOJAF e AFOJEBRA – realizaram em Brasília uma cerimônia especial para homenagear parlamentares que se destacaram na defesa dos interesses dos oficiais de Justiça. O evento destacou, em particular, o trabalho do deputado Ricardo Silva, que encerra sua gestão com um legado de avanços e diálogo efetivo com o Congresso Nacional.

Representando a FESOJUS-BR, estiveram presentes o vice-presidente Eleandro Alves Almeida e o diretor financeiro Luiz Arthur de Souza. Durante a cerimônia, parlamentares e lideranças reconheceram o papel estratégico da Frente Parlamentar Mista no fortalecimento das pautas prioritárias da categoria e na ampliação da interlocução com o Legislativo Federal.

Expectativas para a nova gestão

O Coronel Meira assume o cargo com o compromisso de dar continuidade às ações estratégicas iniciadas por Ricardo Silva, além de ampliar as conquistas da categoria. “Sinto-me honrado em suceder Ricardo Silva e dar seguimento a esse trabalho tão relevante. Nosso objetivo é intensificar as articulações e assegurar que os direitos dos oficiais de justiça sejam respeitados e valorizados”, afirmou.

Com energia renovada, a nova gestão enfrentará os desafios de 2025 reforçando a importância da Frente Parlamentar Mista como um canal essencial entre os oficiais de justiça e o Legislativo Federal. A expectativa é que a entidade continue sendo um pilar no avanço das demandas da categoria, promovendo o fortalecimento e a valorização desses profissionais que desempenham um papel crucial no sistema judiciário brasileiro.

InfoJus: com informações da Fesojus

Oficiais de Justiça cumprem reintegração de posse em prédio do INSS no Rio de Janeiro


Dezesseis Oficiais de Justiça da Seção Judiciária do Rio de Janeiro estiveram, na última segunda-feira (16), em uma operação de reintegração de posse de um prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) localizado no centro da capital fluminense.

Distribuído no final do mês de novembro, o mandado envolvia a organização dos ocupantes por Movimentos Sociais e dependeria de diversas diligências prévias para a obtenção de todos os meios que permitissem a realização efetiva da ordem judicial.

Segundo informações obtidas pela Fenassojaf, além do risco preeminente que envolve o cumprimento de uma reintegração de posse, esta ainda trazia maior apreensão aos Oficiais e demais envolvidos por se tratar de uma data próxima ao natal e no mesmo dia em que ocorre, semanalmente, o evento “Samba da Pedra do Sal” nas proximidades do prédio, com aglomeração de pessoas.

Já no início de dezembro, os Oficiais de Justiça iniciaram a pré-execução do mandado, com visitas ao prédio e conversas com o líder do movimento. Foram realizadas tratativas também com o Corpo de Bombeiros para o caso da necessidade de ambulância para situações urgentes, o que não ocorreu.

O local, com oito andares, contém cerca de 40 salas por andar e abrigava 138 famílias com quatro idosos, nove gestantes, 19 pessoas com deficiência e 75 crianças e animais.

“Com a reintegração marcada para a segunda-feira (16), a Prefeitura estendeu os benefícios oferecidos com o aluguel social para todos os ocupantes já cadastrados, medida que foi bem-recebida pelas famílias”, explica o Oficial de Justiça Marcio Cotta.

No dia da reintegração de posse, a equipe composta pelos 16 Oficiais de Justiça, assistentes sociais, policiais e representantes da Defesa Civil, do INSS e da Prefeitura do Rio de Janeiro atuaram na operação iniciada às 8 horas. Marcio explica que além de coordenarem o contato dos ocupantes com os assistentes sociais e de manterem as tratativas com os policiais militares sobre a ordem do local e possíveis resistências; e federais para apoio na segurança dos servidores, os Oficiais verificaram a retirada dos bens e lavraram o auto com a relação dos pertences de cada morador.

“Registramos um momento de risco, quando determinamos o fim da ocupação e encontramos pessoas na entrada do prédio e outras querendo retornar”, conta o Oficial de Justiça.

Após fazer a varredura de todo o prédio já sem os ocupantes, foi lavrada a certidão de reintegração de posse com o efetivo cumprimento do mandado. A equipe deixou o local por volta das 16 horas.

Marcio Cotta destaca que, além de todo o trabalho que envolve o planejamento de uma diligência como a ocorrida na última segunda-feira, alguns Oficiais de Justiça permaneceram no prédio durante as oito horas sem qualquer pausa para descanso, água ou local para sentar.

A Fenassojaf parabeniza os Oficiais de Justiça da SJRJ envolvidos na reintegração de posse e destaca a complexidade do trabalho de inteligência que envolve o cumprimento da execução. “Operações como essa demonstram não apenas o risco como também a complexidade do trabalho do Oficial de Justiça; e provam que a nossa tarefa enquanto face humana do Judiciário é insubstituível e sempre será presencial. Parabenizamos os colegas envolvidos pelo sucesso da operação!”, finaliza a presidenta Mariana Liria.


InfoJus Brasil

Fonte: Fenassojaf

Oficiais de Justiça e a proteção dos direitos fundamentais: Decisão judicial em Limeira (SP) demonstra relevância da categoria


Em uma decisão que ressalta a importância das informações detalhadas fornecidas por oficiais de Justiça para a administração da Justiça, o Juiz Plantonista da Circunscrição de Limeira (SP), que durante o plantão judiciário engloba as cidades de Limeira, Araras e Cordeirópolis (SP), deferiu medidas protetivas de urgência em favor de J.J. da C. e sua filha adolescente, T.S. da C., mesmo diante de parecer contrário do Ministério Público. O caso destacou a atuação do oficial de Justiça Waldeck Rodrigues de Moraes, cuja certidão foi fundamental para a análise do contexto de risco.

Os Fatos

No cumprimento do mandado de intimação na cidade de Cordeirópolis (SP), referente a uma decisão judicial que havia indeferido medidas protetivas inicialmente requeridas por J.J. da C. contra seu filho, R.S. da C., no dia 24 de dezembro de 2024, o oficial de Justiça Waldeck Rodrigues de Moraes certificou situação preocupante que envolvia a segurança de T.S. da C., de 14 anos. Seguindo seu relato:

“[...] o genitor da adolescente informou que o averiguado frequentemente leva parceiros usuários de droga para a residência familiar e que objetos pessoais da filha já foram vendidos para sustentar o vício em drogas. Além disso, um vizinho teria alertado sobre a presença de um procurado pela Justiça escondido na laje da casa. O genitor manifestou temor por sua integridade física e pela possibilidade de que a adolescente pudesse sofrer abusos ou outras consequências graves."

A certidão foi encaminhada ao juízo, que reconsiderou a decisão inicial e deferiu as medidas protetivas solicitadas. O mesmo oficial de Justiça, com apoio da Guarda Municipal, cumpriu as medidas protetivas deferidas no dia 25 de dezembro de 2024.

A Decisão Judicial

A decisão do Juiz Plantonista, proferida em 25 de dezembro de 2024, destacou a necessidade de uma abordagem sensível e protetiva, com base na Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). O magistrado sublinhou que é essencial presumir a veracidade das alegações da vítima e de seus representantes legais, especialmente em casos que envolvam riscos à integridade física e psicológica de mulheres e adolescentes.

A decisão determinou o afastamento de R.S. da C. do lar, a proibição de contato com a vítima e seus familiares e o monitoramento de cumprimento das medidas, sob pena de prisão preventiva. A medida também recomendou o uso de aplicativos como o SOS Mulher e o Juntas para reforçar a proteção da adolescente e de sua família.

O Papel dos Oficiais de Justiça

Este caso reafirma a importância dos oficiais de Justiça como agentes essenciais do Poder Judiciário. A capacidade de observar, relatar e registrar fielmente as circunstâncias encontradas no cumprimento de mandados é fundamental para que magistrados tenham acesso a informações completas e precisas, muitas vezes decisivas para a concessão de medidas urgentes.

Waldeck Rodrigues de Moraes demonstrou um compromisso exemplar com sua função, indo além do simples cumprimento formal do mandado e certificando detalhes que ajudaram a prevenir um possível desfecho trágico. Seu trabalho reflete a relevância da categoria na proteção dos direitos humanos e na promoção da justiça.

Conclusão

O caso de Cordeirópolis (SP) ilustra a importância de valorizar e fortalecer o papel dos oficiais de Justiça no sistema judiciário brasileiro. A precisão e a sensibilidade no relato das situações enfrentadas no cumprimento de suas funções não apenas subsidiam decisões mais acertadas, mas também contribuem diretamente para a segurança e a proteção de pessoas em situação de vulnerabilidade.

InfoJus: o portal dos Oficiais de Justiça

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