quarta-feira, 29 de março de 2023

Projeto Conciliação em Domicílio, do TJMG, conquista prêmio do CNJ

Iniciativa permite ao oficial de justiça atuar como parceiro no processo conciliatório no cumprimento dos mandados

Prêmio Conciliar é Legal foi entregue pela presidente do CNJ, ministra Rosa Weber, durante solenidade nesta terça-feira (28), em Brasília (Crédito: Divulgação CNJ)

O projeto “Conciliação em Domicílio”, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, foi o vencedor da 13ª edição do prêmio “Conciliar é legal”, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na modalidade “Boas Práticas” e na categoria “tribunal”. O prêmio foi entregue nesta terça-feira (28/3) pela presidente do CNJ, ministra Rosa Weber, ao presidente do TJMG, desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho; à 3ª vice-presidente, desembargadora Ana Paula Nannetti; e ao oficial de justiça da Comarca de Governador Valadares e um dos autores da iniciativa, Luiz Antônio Braga de Oliveira.

Também representaram o TJMG na cerimônia de premiação, realizada no plenário do CNJ, em Brasília, o juiz auxiliar da 3ª Vice-Presidência, Marcus Vinícius Mendes do Valle, e o assessor de Gestão da Inovação (Agin), Diego Ávila da Silva.

“É com grande satisfação que comemoramos os sucessos de tantos projetos implementados no ano de 2022 com vista ao aprimoramento e a eficiência do poder judiciário por meio da pacificação dos litígios. A construção e o fortalecimento de um Poder Judiciário mais sensível, empático, inclusivo, criativo, eficiente e célere tem na conciliação uma poderosa aliada”, afirmou a presidente do CNJ, ministra Rosa Weber.

  Ministra Rosa Weber disse, durante a premiação, que a construção e o fortalecimento de um Poder Judiciário mais sensível, empático, inclusivo, criativo, eficiente e célere tem na conciliação uma poderosa aliada (Crédito: Divulgação/CNJ)

O projeto “Conciliação em Domicílio” está em expansão para todas as comarcas do estado de Minas Gerais e permite ao oficial de justiça atuar como parceiro no processo conciliatório no cumprimento dos mandados. Assim, o oficial de justiça possibilita que as partes firmem acordo a partir de suas casas, sem a necessidade de se deslocarem até o fórum ou às centrais de resolução de conflito. O projeto foi regulamentado pela Portaria Conjunta n. 1.445/PR/2023.

Na prática do cumprimento do mandado judicial, o oficial de justiça dará ciência à parte sobre a possibilidade de conciliação e, caso ela tenha interesse, o servidor prosseguirá com os trâmites necessários para o andamento da proposta. Em 2020, a Comarca de Governador Valadares recebeu o projeto-piloto, que resultou em uma exitosa experiência e na possibilidade de replicar essa prática em todas as comarcas do estado. A proposta é otimizar a conciliação, tornando-a também itinerante e, com isso, propiciar maior celeridade e eficiência para o Judiciário.
  Presidente José Arthur Filho disse que o projeto ‘Conciliar em Domicílio’ permite diálogo, escuta e empatia, premissas do Tribunal mineiro (Crédito: Divulgação\TJMG)

Segundo o presidente José Arthur Filho, a premiação é um reconhecimento à cultura da conciliação e mediação do TJMG. "Foi um prazer muito grande, uma satisfação enorme, o Tribunal ter esse reconhecimento do CNJ. Em especial, porque essa ideia do projeto premiado veio de um oficial de justiça. Isso é uma demonstração expressiva e efetiva de que o Poder Judiciário mineiro, em suas diversas áreas e segmentos, está percebendo que a mediação e a conciliaçao são formas importantes e pacificadoras de resolução de conflitos", afirmou o presidente do TJMG.

Ele também ressaltou o caráter inusitado e inovador da ideia. "O oficial de justiça é a primeira pessoa que toma contato com o requerido, o executado, ou o devedor de um processo. E nesse caso ele entraria já não como aquele que vai citar, mas aquele que vai ter um olhar mais leve e, eventualmente, viabilizar uma conciliação e extinguir esse processo já no seu nascedouro", disse. "Essa é a importância da ideia e do reconhecimento pelo CNJ, que demonstra que estamos no caminho certo. O projeto ‘Conciliar em Domicílio’ permite diálogo, escuta e empatia, premissas do Tribunal mineiro. Portanto, estamos muito felizes com este prêmio e pretendemos continuar investindo sempre na promoção da paz social”, completou.

As ações ligadas à mediação, conciliação e aos métodos autocompositivos de solução de conflitos no âmbito do TJMG são coordenadas pela 3ª Vice-Presidência, que tem à frente a desembargadora Ana Paula Nannetti Caixeta. Ela reiterou a importância do prêmio. “Deve ser muito valorizado porque o projeto atende à integração dos jurisdicionados, notadamente daqueles que residem em locais distantes das sedes das Comarcas, e traz garantia ao princípio constitucional de amplo acesso à jurisdição. A ideia é inovadora e orgulha o nosso Tribunal de Minas Gerais”, afirmou.

A desembargadora Ana Paula Nannetti Caixeta destacou que o projeto foi fruto de um trabalho em conjunto com a 3ª Vice-Presidência e técnicos da Assessoria de Gestão da Inovação (Agin) (Crédito: Divulgação)

Ainda de acordo com a desembargadora, a equipe da 3ª vice-presidência está trabalhando na expansão do projeto com o intuito de ampliar a participação de outros oficiais de justiça nas 298 Comarcas do Estado de Minas Gerais.

O oficial de justiça Luiz Antônio Braga de Oliveira se sentiu honrado pelo prêmio e citou a força do trabalho em equipe para o sucesso do projeto. “É uma ferramenta autocompositiva que atende as pessoas em suas residências, o que atinge principalmente o público de baixa renda, que tem mais dificuldade para acessar o judiciário. Foi um trabalho em conjunto com a 3ª Vice-Presidência e com os técnicos da Assessoria de Gestão da Inovação (Agin). A conciliação em domicílio não depende de recursos físicos, então é uma modalidade fácil de ser implementada, pois ela só precisa do servidor na comarca”, frisou.
  Presidente do Sindojus-MG, Eduardo Rocha, o presidente José Arthur Filho, a desembargadora Ana Paula Nannetti Caixeta, o oficial de justiça Luiz Antônio Braga, o juiz auxiliar da 3ª Vice-Presidência, Marcus Vinícius Mendes do Valle, e o assessor de Gestão da Inovação (Agin), Diego Ávila da Silva (Crédito: Divulgação)

Prêmio Conciliar

O Prêmio Conciliar é Legal identifica, premia, dissemina e estimula a realização de ações de modernização no âmbito do Poder Judiciário que estejam contribuindo para a aproximação das partes, a efetiva pacificação e, consequentemente, o aprimoramento da Justiça. Nele, são reconhecidas as práticas de sucesso e a produtividade dos tribunais, estimulando a criatividade e disseminando a cultura dos métodos consensuais de resolução dos conflitos.

InfoJus Brasil: com informações do TJMG

terça-feira, 28 de março de 2023

Projetos de leis que afetam os oficiais de justiça são tema de debate em Encontro do Sitraemg

“Temos que retomar o contato com parlamentares e com os desembargadores e ministros. Temos que promover esse debate interno, na categoria”, disse a palestrante

18.03.2023 – Coordenador do Sitraemg Marcus Félix e a coordenadora do Sindjufe-MS e da Fenajufe, Márcia Valéria Ribas Pissurno

Neste momento há um movimento político organizado para que as atribuições dos oficiais de justiça passem a ser realizadas pelos cartórios de registro. A afirmação é da oficiala Márcia Valéria, coordenadora geral do Sindjufe-MS e da Fenajufe. Ela apresentou os Projetos de Leis de interesses do segmento na tarde de sábado, 18 de março, no Encontro dos Oficiais de Justiça do Sitraemg.

A palestrante dividiu os PLs que afetam o segmento em dois grupos: aqueles que trazem benefícios aos oficiais de justiça e os projetos que atacam os direitos e retiram as suas atribuições.

Os temas já tinham sido abordados nas palestras e nas falas do Encontro dos Oficiais de Justiça do Sitraemg. E a palestrante falou dos bastidores dos projetos que tentam retirar atribuições do segmento, transferindo-as para os cartórios de registro.

Ela explicou que há um discurso de que o “grande problema” do Judiciário estaria na demora das execuções. “Essa ideia pesa sobre nós, oficiais de justiça, porque quem faz as execuções somos nós”, disse.

Segundo explicou, projetos com esse objetivo começaram a aparecer no Congresso Nacional a partir em 2019. De acordo com a palestrante, a Associação dos Notórios e Registradores do Brasil (Anoreg) tem feito um forte lobby sobre deputados e senadores e outras entidades. “Estão vendendo a ideia da desjudicialização em todo os país”, pontuou.

A coordenadora da Fenajufe e do Sisejufe-MS enfatizou que é necessário que mais colegas participem dos encontros e reuniões sindicais, somando forças em defesa do segmento. “Temos que retomar o contato com os parlamentares e com os desembargadores e ministros. Temos que promover esse debate interno, na categoria”, disse.

Além da luta específica para os oficiais de justiça, Márcia Valéria pontuou a importância do engajamento nas lutas do conjunto do funcionalismo. “A gente tem que estar juntos, nas pautas dos outros segmentos. É um trabalho e uma luta coletiva”, destacou.

VEJA AS FOTOS:








InfoJus: com informações do Sitraemg

Conselho Federal da OAB participa do 4° Congresso Nacional dos Oficiais de Justiça


O Conselho Federal da OAB esteve, na última quinta-feira (23/3), no 4° Congresso Nacional dos Oficiais de Justiça (Conojus), que acontece em Teresina (PI). O conselheiro federal pelo Piauí Carlos Junior participou do encontro em nome da OAB Nacional. O representante da advocacia no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Marcello Terto e Silva também esteve presente.

Terto e Silva realçou a importância da reflexão sobre o oficialato de Justiça, “que congrega agentes públicos responsáveis por atribuições históricas de conexão ou longa manus do Poder Judiciário com o jurisdicionado. Sem contar novas nuances ligadas à cultura da consensualidade, a necessidade de desenvolvimento nacional de políticas públicas voltadas para esses servidores especializados é inadiável, porque imprescindível para a maior eficiência da atividade jurisdicional”, disse.

Carlos Junior ressaltou a relevância do encontro para a sociedade como um todo, e não apenas para a categoria. “Nós discutimos a importância do trabalho dos oficiais de justiça para o jurisdicionado, falamos também da importância da conexão entre a OAB e o oficialato de Justiça, para que eles possam, evidentemente, cumprir suas determinações e os processos fluírem com mais rapidez com a compreensão e apoio da Ordem”, pontuou.

“Tratamos ainda da relevância daquele evento para demonstrar à sociedade a necessidade de manutenção daqueles profissionais que são essenciais para a tramitação processual”, disse Carlos Junior. Ele participou tanto da abertura do Congresso quanto no primeiro painel, CNJ e oficiais de Justiça em prol dos jurisdicionados, cujo palestrante foi o conselheiro Terto e Silva.

O objetivo da edição do encontro é discutir questões relevantes sobre as novas perspectivas e atribuições da carreira de Oficial de Justiça diante da virtualização dos processos judiciais, e a consequente redução dos atos de comunicação como citações, intimações e notificações, dentre outras funções. Desta forma, o debate se dá sobre melhorias na prestação jurisdicional, assim como sobre a definição de outras atribuições que podem ser adicionadas ao cargo de Oficial de Justiça.

InfoJus Brasil: com informações da OAB nacional

Oficiais de Justiça do Judiciário de Rondônia recebem acompanhamento psicológico


A Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ), em colaboração com as lideranças dos oficiais de justiça e a Divisão de Saúde (Disau) do Tribunal de Justiça, realiza o acompanhamento psicológico com os oficiais e oficialas de justiça. A iniciativa busca solucionar questões relativas ao congestionamento no cumprimento dos mandados, tendo como foco a atenção à saúde mental dos oficiais.

Esse acompanhamento oportunizou a redistribuição de mandados dentre os outros profissionais com disponibilidade, ao tempo em que a atenção às questões relativas à saúde mental foi trabalhada pela equipe do programa, medida necessária, pois o adoecimento afeta não apenas o desempenho no trabalho, mas também a qualidade de vida das pessoas. Também houve readaptação de servidores(as) na Central de Mandados (CEM), na qual contaram com um acompanhamento humanizado.

Os(as) participantes aprovaram a iniciativa e registraram melhora nas relações de trabalho e também nos aspectos pessoais, de modo que a ação institucional e a colaboração dos colegas da equipe foram essenciais para os resultados positivos da ação.

A partir do mês de abril, uma série de atividades preventivas e terapêuticas serão oferecidas aos oficiais e oficialas. Com o objetivo de promover a saúde e o bem-estar serão realizados grupos terapêuticos, palestras e outras atividades nas áreas de odontologia, nutrição, fonoaudiologia, psiquiatria e medicina do trabalho. A iniciativa também se estenderá aos profissionais que atuam no interior, que receberão atividades virtuais focadas especialmente em cuidados psicológicos.


Assessoria de Comunicação Institucional

InfoJus: com informaçõesdo TJRO

Judiciário de Mato Grosso parabeniza oficiais de Justiça pelo seu dia

Notícia publicada pelo TJMT no dia 27/03/2023

O Poder Judiciário de Mato Grosso parabeniza todos(as) os(as) oficiais e oficialas de Justiça pelo Dia Nacional do Oficial de Justiça, celebrado no último sábado (25 de março). Esses(as) profissionais são responsáveis por garantir a efetivação das decisões judiciais, materializando as determinações dos magistrados e magistradas para levar justiça e segurança jurídica à população.

No cumprimento de suas atribuições, contribuem para a promoção da cidadania e da equidade social, desempenhando um papel fundamental no acesso à justiça. Além disso, tem um importante papel pedagógico, orientando e informando a população sobre seus direitos e deveres, bem como auxiliando na compreensão e aplicação das leis.

A data faz alusão à primeira constituição brasileira, promulgada em 25 de março de 1824, que mencionava a existência desse importante servidor do Poder Judiciário. É essencial destacar que a função do oficial de Justiça é o complemento das decisões dos(as) magistrados(as), realizando todas as intimações, atos de comunicação, atos de busca e apreensão, atos de expropriação e atos de reintegração de posse a partir das decisões de juízes, juízas, desembargadores e desembargadoras, representando o(a) magistrado(a) e afirmando suas decisões.

O trabalho desses profissionais é fundamental para garantir a efetividade da justiça, cumprir as decisões judiciais e respeitar os direitos dos(as) cidadãos(ãs). Além disso, são responsáveis por informar a todos sobre seus direitos e deveres, ajudando a promover a conscientização e a educação jurídica.

Alcione dos Anjos
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br

TJRJ homenageia oficiais de Justiça com vídeo institucional

Notícia publicada por DECOI - TJRJ em 27/03/2023 01:28


Seja no cumprimento de ordens de despejo, prisão e penhora, seja em casos mais delicados, como a concessão de medidas protetivas, pedidos urgentes de transferência hospitalar ou a busca e apreensão de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, a figura dos oficiais de Justiça (OJAs) se faz presente no cotidiano da população. São eles os responsáveis por dar efetividade às decisões judiciais em seu sentido mais prático.

Neste dia 25 de março, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro reafirma seu compromisso com a valorização do trabalho dos oficiais de Justiça e os parabeniza pela coragem e empenho na missão de dar efetividade à Justiça.

Para homenagear a categoria, o Departamento de Comunicação Interna do TJRJ (DECOI) produziu um vídeo que conta um pouco da rotina de trabalho do OJA. O vídeo apresenta uma simulação da rotina de um oficial de Justiça do TJRJ, representado pela OJA Simone Stephen.

A oficial de Justiça Simone Stephen aponta que estes servidores atuam como longa manus, isto é, a "mão do juiz" em cada localidade: "o oficial de Justiça é um agente comunicador. É através dele que as decisões vão se materializar". Segundo Stephen, esse processo de comunicação deve ser realizado com empatia, respeitando as particularidades e limitações de cada jurisdicionado: "Muitas vezes, é preciso transformar a linguagem jurídica das decisões em uma linguagem mais acessível ao cidadão".

Em sua rotina de trabalho, muitos são os desafios enfrentados por estes integrantes do Poder Judiciário para o cumprimento dos mandados. "Em algumas ordens, é necessário inclusive o apoio da Polícia Militar. Nos casos de violência contra a mulher, por exemplo, quando há ordem de afastamento do agressor, nós retiramos o agressor da casa da vítima", conta Stephen.

O oficial de Justiça também dá boas notícias. Na simulação exibida no vídeo institucional, a OJA realiza a entrega de um mandado com a decisão do juiz de autorização de cirurgia médica.

Assista ao vídeo e acompanhe essa jornada em tempo real:


InfoJus Brasil: com informações do TJRJ

sábado, 25 de março de 2023

Dia do Oficial de Justiça


 

Oficiais de Justiça: elo na relação entre o Judiciário e o cidadão


Com a fé pública que lhe é nata, o oficialato de Justiça estabelece a ponte entre o Judiciário e os jurisdicionados, elo indissolúvel na relação da Justiça com o cidadão. Executa com inteligência processual as diligências e decisões judiciais, permitindo que a Justiça, de fato, seja feita.

Apesar de ser uma profissão secular, ainda é grande o desconhecimento em relação ao papel do oficialato de Justiça na efetivação das decisões judiciais. No senso comum, permeia a ideia de que esse agente de Estado atua na singela entrega de mandados judiciais, o que nem de longe representa sua importância no sistema judiciário brasileiro.

Esse desconhecimento aumenta o desafio dos oficiais e oficialas de Justiça, que, além de cumprirem seu papel com determinação, eficiência, efetividade e celeridade, precisam empreender um grande esforço para que todos enxerguem a completude de sua atuação, que vai do ato de citação judicial ao alcance da própria mediação e pacificação de conflitos.

Para além das agruras diariamente enfrentadas no cumprimento do mandado judicial, o oficialato de Justiça, hodiernamente, no que diz respeito à profissão, passa por grandes e importantes transformações. A categoria vem, dedicadamente, se preparando para essa nova modelagem de atuação, incorporando novas tecnologias, atribuições e incumbências necessárias na era do processo judicial eletrônico, que em suas melhorias e adaptações já caminham para a Justiça 4.0.

Na sociedade moderna em que vivemos é preciso uma mudança cultural e um entendimento de que quando o Poder Judiciário estende "a mão" do juiz à rua, com todas as ferramentas tecnológicas hoje disponíveis ao processo eletrônico, se faz necessário que o oficialato de Justiça "longa manus" realize de forma concentrada o máximo de atos judiciais e ordinatórios no cumprimento do mandado judicial, para que os conceitos e princípios da efetividade e celeridade processual sejam realmente aplicados em prol dos jurisdicionados, preservando assim a garantia constitucional da duração razoável do processo.

Nessa mesma linha de pensamento, a necessária incorporação de novas tecnologias ao processo judicial eletrônico (inteligência artificial, WhatsApp etc) não pode ocorrer desrespeitando princípios da Constituição Federal de 1988 e do Código do Processo Civil, colocando em zona cinzenta a validade do cumprimento de atos judiciais, o zelo pela segurança, sigilo e controle no acesso a informações protegidas por sigilo fiscal e processual.

Nesse toar, é preciso que os poderes constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário) e todas as entidades que compõe a família judiciária (Conselho Nacional de Justiça, Ordem dos Advogados do Brasil, Ministério Público e Defensorias Públicas Estaduais), em primazia, valorizem a liturgia do devido processo legal, incentivem a vigilância dos princípios do

Direito Processual Civil, da dignidade da pessoa humana, da legalidade, do contraditório, da ampla defesa, da duração razoável do processo, da eficiência, da efetividade e da proteção da confiança.

É preciso valorização do Poder Judiciário ao oficialato de Justiça, instrumentalizando e dando a ele a importância devida no palco do processo judicial eletrônico. Sem atuação do oficial e oficiala de Justiça, em privilégio à segurança, sigilo e controle no acesso a informações protegidas por sigilo fiscal e processual, o cumprimento de determinados atos e decisões judiciais por quem não o é beiram à usurpação de função pública, deixando o jurisdicionado desprotegido e carente da real justiça. Sem o oficialato de Justiça para executar as decisões do Judiciário, elas não passam de papeis que não chegam onde o jurisdicionado está e necessita. Sem os oficiais e oficialas, a Justiça não sai do "papel".

Por isso, neste 25 de março, quando se comemora o Dia do Oficial de Justiça, real agente de inteligência e execução do Poder Judiciário e profissional essencial na relação Justiça—jurisdicionado, é preciso estar, mais do que nunca, atento à atuação deste agente de Estado, aos desafios enfrentados e sua valorização institucional.

Eleandro Alves Almeida é presidente da Federação das Entidades Sindicais dos Oficiais de Justiça (Fesojus-BR), presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça Avaliadores do Estado de Goiás (Sindojus-GO), graduado em Direito, pós-graduado em Direito Processual Penal e MBA em Poder Justiça pela FGV.

InfoJus Brasil: com informações da Revista Consultor Jurídico

sexta-feira, 24 de março de 2023

Oficial de Justiça: muito além de um cumpridor da ordem judicial


                                               
Por Emanuelly Neri, Jornalista

Por ocasião do Dia Nacional do Oficial de Justiça, celebrado neste sábado, 25 de março, publicamos matéria em reconhecimento à valorosa contribuição deste profissional ao Poder Judiciário

 Oficiala Ielva Stela

“Nossa profissão tem mil facetas. Levamos à sociedade as decisões emanadas da Justiça, mas também fazemos o papel de psicólogos, conciliadores e, muitas vezes, precisamos agir como policiais”, a declaração é da oficiala Ielva Stela de Oliveira Viana, 72 anos, e há 27 anos exercendo esse cargo tão essencial ao bom funcionamento do Poder Judiciário cearense, que conta, atualmente com 640 profissionais ativos, trabalhando na Capital e Interior do Estado.

Comemorado nacionalmente neste sábado (25/03), a profissão de oficial de Justiça vai muito além de um cumpridor da ordem judicial. Com atuação externa, a profissão possibilita o contato direto com a população. “O oficial leva os serviços da Justiça aos mais diversos locais e pessoas, do mais humilde ao mais privilegiado”, informou o coordenador da Central de Cumprimento de Mandados Judiciais (Ceman) do Fórum Clóvis Beviláqua, Wagner Sales Barbosa.

  Oficial Wagner Sales

Ele explica que os profissionais, na maioria dos casos, orientam a parte intimada em como ela deve proceder, fazendo com que o intimado se sinta amparado e assistido. “O oficial faz esse trabalho de comunicação e orientação todos os dias da semana, independente de feriado. Em ações de despejo, por exemplo, o oficial procura, em muitos momentos, diante da situação de desespero de uma família, se colocar no lugar do outro e levar uma palavra de conforto”.

O CORAÇÃO FALOU MAIS ALTO
A oficiala Ielva Stela recorda de um momento que marcou sua trajetória profissional, quando foi realizar o primeiro cumprimento de mandado de penhora. “Cheguei em uma casa e não tinha quase nada, mas vi um som que cobria o valor da dívida. Quando afirmei que ia penhorá-lo, a senhora começou a chorar e disse que o objeto era um presente que ela ia dar pra sua filha, que completaria 15 anos em poucos dias. Não tive coragem de fazer a penhora. Sei que foi a única vez que deixei de cumprir corretamente uma ordem judicial, mas meu coração falou mais alto. Passado algum tempo, contei o ocorrido à juíza. Alguns anos depois, fui escolhida por ela como funcionária padrão”.

Oficiala Virgínia Gurgel

AMOR À PROFISSÃO
O cargo de oficial desperta o lado humano da pessoa, seja em quem exerce a função há muitas décadas, seja em quem assumiu recentemente, como é o caso de Virgínia Gurgel Matos, que tomou posse em setembro de 2021, aos 33 anos, para trabalhar na Comarca de Quixadá. Exercer a profissão era um sonho que ela sempre almejou. “Sonhei muito com esse cargo. Desde as primeiras diligências, me identifiquei com a atividade. É uma profissão dinâmica e com um papel social muito forte. Conheci realidades que me fizeram refletir e também ser muito grata por tudo que meu trabalho proporciona”. Virgínia enfatizou que a atividade proporciona conhecimentos que vão muito além do Direito. “Estou aprendendo a ser mais humana, empática e compreensiva. Não é segredo para minha família e meus amigos o quanto eu amo ser oficiala de Justiça”.

O QUE FAZ UM OFICIAL
O oficial de Justiça executa vários mandados expedidos por juízes, como intimações, notificações, penhoras, arrestos, prisões, além de diligências que lhes são atribuídas, entre elas, auxiliar nas sessões de julgamentos, atender às partes e prestar informações solicitadas. Nos últimos três anos, devido a pandemia da Covid-19, os profissionais ganharam o auxílio das novas tecnologias (E-mail, WhatsApp e Videoconferências) na execução dos trabalhos. “A era do avanço tecnológico trouxe melhorias à confecção das certidões, que antes eram lavradas a próprio punho. Hoje, os meios eletrônicos integram o dia a dia dos oficiais. As intimações estão sendo realizadas por WhatsApp, remotamente”, disse Wagner Sales.

Fonte: TJCE

IV Conojus reuniu Oficiais de Justiça de todo o Brasil em Teresina (PI)

“Estratégias para a solução dos principais desafios do Oficial de Justiça”, foi tema de mesa de debates presidida por Gerardo Lima (presidente da UniOficiais) e os palestrantes/ debatedores Daniel e Mauro Faião (Escola de Oficiais) e Keyder Loiola (Procurador de São Paulo). 

Encerrou nesta sexta-feira (24/03) o IV Congresso Nacional dos Oficiais de Justiça - CONOJUS, realizado no Blue Tree Hotel, em Teresina (PI), nos dias 23/03 e 24/03.

Com o tema "Oficial de Justiça é o elo diário entre a Justiça e o Jurisdicionado" o evento debateu questões relevantes sobre as novas perspectivas e atribuições da carreira de Oficial de Justiça face a virtualização premente dos processos judiciais, a qual diminuirá, drasticamente, os atuais atos de comunicação como citações, intimações e notificações, dentre outras funções. Desta forma, buscou-se debater melhorias na prestação jurisdicional, assim como definir outras atribuições que podem ser adicionadas ao cargo de Oficial de Justiça.

Vanessa de Marchi, do canal Papo de Oficial, fala sobre inovações tecnológicas. 

O Congresso foi organizado pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça do Piauí (Sindojus-PI) e Federação das Entidades Sindicais dos Oficiais de Justiça do Brasil (Fesojus).

Além de delegações estrangeiras, participaram do Conojus dirigentes das entidades nacionais (Fesojus, Afojebra, UniOficiais e Fenassojaf), diretores de sindicatos e associações dos diversos Estados e Oficiais de Justiça estaduais e federais de todo o Brasil.


InfoJus Brasil: O portal dos Oficiais de Justiça
De Teresina/PI

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