terça-feira, 21 de outubro de 2025

Câmara aprova aumento das penas de homicídio contra Oficiais de Justiça, agentes de segurança e seus familiares — punição pode chegar a 40 anos de prisão

Deputado Afredo Gastar (União Brasil - AL)

📅 Brasília, 21 de outubro de 2025

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (21) o Projeto de Lei nº 4176/2025, que aumenta as penas de homicídio e lesão corporal contra agentes públicos e seus familiares, elevando a punição máxima para 40 anos de prisão. A proposta, de autoria do deputado Coronel Ulysses (União Brasil–AC) e relatada pelo deputado Alfredo Gaspar (União Brasil–AL), será agora encaminhada ao Senado Federal.

O texto aprovado cria um crime autônomo para homicídio cometido contra servidores públicos ligados à segurança e à Justiça, substituindo a atual qualificadora prevista no Código Penal. Segundo o relator, a medida responde ao aumento de mortes e agressões contra agentes públicos, buscando dar “um recado claro ao crime organizado”.

“O cenário é desafiador e exige resposta adequada. A inexistência de tratamento penal condizente com a magnitude das condutas termina por encorajar os delinquentes e pode comprometer a atuação dos agentes estatais”, afirmou o deputado Alfredo Gaspar durante a sessão.


⚖️ O que muda com o projeto

Com a nova redação, o homicídio contra agentes do Estado deixa de ter pena de 12 a 30 anos e passa a ser punido com 20 a 40 anos de reclusão. A ampliação abrange tanto profissionais ativos quanto inativos e aposentados, além de familiares até o terceiro grau, inclusive por afinidade (como sogros, noras, genros, enteados e cunhados).

Entre os grupos protegidos pela nova lei estão:

  • Integrantes das Forças Armadas, polícias civis e militares, corpos de bombeiros e guardas municipais;

  • Servidores de órgãos do sistema penitenciário e socioeducativo;

  • Membros de institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identificação;

  • Servidores da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), Secretarias Estaduais de Segurança, Sedec e Senad;

  • Agentes de trânsito, guardas portuários e polícias legislativas;

  • Além de oficiais de Justiça, membros do Ministério Público, Defensoria Pública, Advocacia Pública e Poder Judiciário.


🚨 Lesão corporal também terá punições mais duras

O texto aprovado também endurece as penas para lesão corporal cometida contra agentes públicos e seus familiares. A pena atual, que vai de 3 meses a 1 ano, passará para 2 a 5 anos de reclusão.

Nos casos mais graves, os aumentos são significativos:

  • Lesão grave: de 1 ano e 4 meses–8 anos e 4 meses → 3 a 8 anos;

  • Lesão gravíssima: de 2 anos e 8 meses–13 anos e 4 meses → 4 a 12 anos;

  • Lesão seguida de morte: de 5 anos e 4 meses–20 anos → 8 a 20 anos.

Essas formas qualificadas passam a ser consideradas crimes hediondos, impedindo benefícios como anistia, graça, indulto e fiança, e impondo regras mais rígidas de progressão de pena.


🧾 Outras medidas do pacote de segurança

A proposta faz parte de um pacote de oito projetos elaborados pelo Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública (Consesp), que visa reforçar a proteção aos agentes públicos e endurecer o combate ao crime organizado.

Entre as medidas correlatas aprovadas, estão:

  • Restrições à liberação de presos em audiências de custódia, com a recomendação de conversão em prisão preventiva em casos de reincidência ou crimes violentos;

  • Criação do crime de “domínio de cidade”, com pena de 18 a 30 anos de prisão e agravantes quando houver uso de armamento pesado, explosivos ou tomada de prédios públicos;

  • Tipificação da extorsão por crime organizado e do uso de pessoas como escudo humano, com penas que variam de 6 a 15 anos.


🏛️ Próximos passos

Com a aprovação na Câmara, o texto segue agora para análise no Senado Federal. Caso seja aprovado sem alterações, será encaminhado à sanção presidencial.

📎 Com informações da Folha de S. Paulo e da Agência Câmara de Notícias
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Curso de capacitação aprimora atuação de Oficiais de Justiça em Cuiabá

 


📅 Cuiabá, 21 de outubro de 2025

Com foco na valorização e aprimoramento técnico dos Oficiais e Oficialas de Justiça, teve início em 14 de outubro, no Fórum de Cuiabá, um curso de capacitação e aperfeiçoamento profissional que se estenderá até 3 de novembro. A formação — promovida em parceria entre o Sindojus-MT e a Diretoria do Fórum de Cuiabá — busca fortalecer a atuação da categoria, promover a troca de experiências e incentivar o uso de novas tecnologias no cumprimento de mandados.

🎓 Conteúdo e metodologia

Ministrado pelos Oficiais de Justiça Wendel Lacerda Oliveira, Luis Carlos Monteiro dos Santos e Sebastião Rodrigues de Souza Júnior, o curso aborda temas centrais da rotina judicial, como penhora, arresto, sequestro, busca e apreensão, tutela de urgência, avaliação judicial e procedimentos eletrônicos de intimação e comunicação de atos.

O conteúdo também inclui o Código de Normas Gerais da Corregedoria-Geral da Justiça (CNGC), Resoluções do CNJ e do TJMT, além da Lei nº 8.814/2008 e do Sistema de Desenvolvimento de Carreiras e Remuneração (Lei nº 10.255/2014).

Um dos pontos altos do curso é o módulo sobre o uso de inteligência artificial aplicada à rotina dos Oficiais de Justiça, apresentado por Sebastião Rodrigues, em consonância com a Resolução nº 600/2024 do CNJ, que prevê a adoção de agentes de inteligência no Poder Judiciário.

💬 Integração e reconhecimento

A coordenadora da Central de Mandados de Cuiabá, Waldete Abdala, destacou a importância do evento:

“Está sendo muito produtivo, sempre podemos levar algo para o nosso dia a dia. Agradeço aos colegas pelo tempo dedicado e pela troca de boas práticas.”

🌍 Expansão para outras comarcas

O presidente do Sindojus-MT, Jaime Osmar Rodrigues, anunciou que a capacitação será ampliada para outras regiões do Estado:

“A qualificação contínua é fundamental para o fortalecimento da categoria. O conhecimento técnico aliado às novas tecnologias contribui diretamente para a eficiência do serviço prestado à sociedade. Esta é apenas a primeira etapa — em breve, levaremos a formação também aos colegas de Várzea Grande.”

📎 Com informações do Sindojus-MT
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Projeto de Lei nº 4688/2025 inclui Oficiais de Justiça entre os agentes públicos com direito à proteção em situações de risco


O Projeto de Lei nº 4688/2025, apresentado pelo deputado Delegado Bruno Lima (PP/SP), em 21/09/2025, propõe garantir proteção estatal a agentes públicos em situação de risco decorrente do exercício da função — incluindo, entre eles, os Oficiais de Justiça.

A proposta busca assegurar medidas de segurança a servidores que enfrentam ameaças em razão de suas atividades profissionais, como magistrados, membros do Ministério Público, defensores públicos, parlamentares e também os Oficiais de Justiça, cuja atuação envolve o cumprimento de ordens judiciais, muitas vezes em contextos de alta vulnerabilidade e exposição.

🛡️ Medidas de proteção previstas

O texto do projeto estabelece que, em caso de risco comprovado, o servidor poderá solicitar proteção ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que realizará uma avaliação técnica para definir as medidas adequadas. Entre as ações possíveis estão:

  • Acompanhamento por equipe de segurança especializada;

  • Reforço na residência ou local de trabalho;

  • Sigilo de informações pessoais em cadastros públicos;

  • Fornecimento de veículos blindados ou escolta;

  • Inclusão em programas federais de proteção existentes.

O custeio das medidas será feito com recursos do próprio Ministério da Justiça, podendo ser complementado por convênios com Estados e Municípios.

⚖️ Contexto e justificativa

Na justificativa do projeto, o parlamentar destaca a crescente exposição de agentes públicos — especialmente aqueles envolvidos em atividades de enfrentamento ao crime organizado — e menciona episódios recentes de violência, como o assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, ocorrido em 15 de setembro de 2025.

Segundo o texto, é “imprescindível que o Estado brasileiro ofereça instrumentos legais claros e eficazes para resguardar esses profissionais”, de modo a garantir que possam desempenhar suas funções sem medo de represálias.

🏛️ Próximos passos

O PL 4688/2025 aguarda despacho da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados para início da tramitação nas comissões, devendo passar pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO), Comissão de Finanças e Tributação (CFT) e Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

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segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Santa Catarina sediará o VI Congresso Nacional dos Oficiais de Justiça — CONOJUS 2026

📅 De 22 a 24 de abril de 2026 – Florianópolis (SC), Brasil

O futuro do Oficial de Justiça se constrói aqui.

A cidade de Florianópolis, em Santa Catarina, será o ponto de encontro dos Oficiais de Justiça de todo o Brasil e do mundo durante o VI CONOJUS – Congresso Nacional dos Oficiais de Justiça, que ocorrerá entre 22 e 24 de abril de 2026.

Com o tema central voltado ao fortalecimento da categoria, o evento pretende aprofundar debates sobre os desafios da profissão, valorizar o papel do Oficial de Justiça e estimular a troca de experiências e boas práticas entre profissionais e especialistas.

O VI CONOJUS contará com uma programação dinâmica, palestrantes renomados e atividades interativas, que abordarão temas como inovação tecnológica, segurança, valorização profissional, direitos e o futuro da execução judicial no país.

Mais do que um congresso, o evento será um marco na construção coletiva do futuro da carreira e na reafirmação do compromisso dos Oficiais de Justiça com a efetivação da Justiça e o atendimento ao cidadão.

🗓️ Inscrições: em breve!
🔗 Acompanhe atualizações no site oficial: www.viconojus.com.br

📎 Com informações do VI CONOJUS 2026
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Projeto “Oficial de Justiça 5.0” do TJMA é reconhecido como boa prática pelo CNJ


 📍 São Luís (MA), 20 de outubro de 2025

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reconheceu o projeto “Oficial de Justiça 5.0 – O Agente de Inteligência Processual”, desenvolvido no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), como boa prática nacional em inteligência processual e gestão judiciária. A iniciativa foi destacada pelo conselheiro do CNJ Marcelo Terto como referência em inovação, uso de tecnologia e aumento da produtividade no cumprimento de mandados judiciais.

O reconhecimento foi formalizado por meio de ofício encaminhado à Corregedoria-Geral da Justiça do Maranhão (CGJ-MA), elogiando os resultados expressivos alcançados pelo projeto, que tem contribuído diretamente para a celeridade processual, a redução de mandados pendentes e o fortalecimento da prestação jurisdicional.

📊 Resultados e metodologia

O projeto é fruto da atuação dos Oficiais de Justiça Charles Glauber da Costa Pimentel, Jaciara Monteiro Santos Rodrigues e Lucivan Brilhante de Lima, no âmbito do eixo Oficial de Justiça Extraordinário, integrante do programa Produtividade Extraordinária, instituído pela Portaria CGJ nº 399/2025.

A metodologia do “Oficial de Justiça 5.0” alia tecnologia, planejamento estratégico e inteligência de dados para aprimorar o cumprimento de mandados, promovendo eficiência, economia e qualidade na entrega da Justiça.

Entre 19 de maio e 11 de julho de 2025, o projeto atuou em 83 comarcas, com o cumprimento de 1.630 mandados e índice de resolutividade de 92%, envolvendo 44 servidores entre oficiais e equipes de apoio.

🗣️ Reconhecimento institucional

Durante reunião realizada na manhã desta segunda-feira (20/10), o corregedor-geral da Justiça do Maranhão, desembargador José Luiz Oliveira de Almeida, recebeu os coordenadores do projeto e elogiou os resultados alcançados.

“O aumento da produtividade na Justiça de 1º Grau é reflexo do trabalho de todos. Os números desse projeto retratam bem essa nova realidade”, afirmou o corregedor.

Além de otimizar o trabalho dos Oficiais de Justiça, o projeto também permitiu identificar gargalos na tramitação processual, reforçando a importância da ampliação do uso do Domicílio Judicial Eletrônico, conforme as diretrizes do CNJ.

📎 Com informações do TJMA
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TJDFT lança exposição fotográfica “A Justiça pela Lente do Oficial de Justiça” em celebração ao Dia do Servidor


 📍 Brasília (DF), 20 de outubro de 2025

Como parte das comemorações pelo Dia do Servidor Público, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) promoverá a mostra fotográfica “A Justiça pela Lente do Oficial de Justiça: o Poder Judiciário na casa do cidadão”, que será inaugurada no próximo dia 29 de outubro, às 16h, no Espaço Literário Desembargadora Maria Thereza Braga Haynes, localizado no 3º andar do Palácio da Justiça Rui Barbosa.

A exposição integra a Semana do Servidor e permanecerá aberta ao público até 28 de novembro de 2025, com o objetivo de valorizar o papel essencial dos Oficiais e Oficialas de Justiça na efetivação das decisões judiciais e no contato direto com a sociedade.

Com capacidade para até 48 fotografias, a mostra reúne registros que evidenciam o olhar humano e o compromisso desses(as) servidores(as), que levam a Justiça a todos os cantos do Distrito Federal, aproximando o Poder Judiciário da vida cotidiana dos cidadãos.

A iniciativa reafirma o compromisso do TJDFT com o reconhecimento e a valorização dos(as) servidores(as) que contribuem diariamente para o funcionamento da Justiça.

📎 Com informações do TJDFT
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Oficiais de Justiça do Ceará denunciam adoecimento e sobrecarga de trabalho em ato realizado no TJCE

 


📍 Fortaleza (CE), 20 de outubro de 2025

Mais de 60 Oficiais e Oficialas de Justiça se reuniram, na última sexta-feira (16), em frente à sede do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), em Fortaleza, para denunciar o adoecimento da categoria diante da sobrecarga de trabalho e do déficit crescente de servidores. O ato, promovido pelo Sindojus-CE, integra a campanha permanente por melhores condições de trabalho e pela realização de um novo concurso público para recomposição do quadro funcional.

📊 Quadro em queda e carga em alta

Atualmente, o Judiciário cearense conta com 631 Oficiais de Justiça, número 13% menor que há dez anos. Em 2015, eram 723 profissionais — hoje, há 92 a menos. O quadro atual é inferior até mesmo ao de 2006, quando havia 640 na ativa.

Enquanto isso, o número de processos aumentou de 650 mil para mais de 1,5 milhão, crescimento de aproximadamente 130%. Além disso, 140 servidores recebem abono de permanência e podem se aposentar a qualquer momento, agravando o cenário.

A combinação de menos oficiais e mais mandados tem levado à exaustão física e mental, com jornadas que se estendem por todos os turnos, inclusive aos fins de semana e feriados.

⚖️ Categoria pede concurso amplo e reposição de cargos

O presidente do Sindojus-CE, Vagner Venâncio, defendeu a realização de um concurso robusto, com vagas imediatas e cadastro de reserva amplo. Segundo ele, a reposição é essencial para evitar o colapso na prestação jurisdicional.

“Essas designações temporárias apenas remanejam o problema e sobrecarregam outras comarcas. Precisamos de nomeações efetivas e um quadro estável”, afirmou.

💬 Vozes da base: adoecimento, falta de estrutura e desigualdade

A Oficiala Palmira Peixoto, de Quixadá, relatou que a lotação de sua comarca caiu de 11 para apenas 4 Oficiais, enquanto o acúmulo de mandados cresce a cada mês.
Roberto Galindo, de Maracanaú, destacou o adoecimento da categoria:

“A gente se acostumou com uma rotina tão absurda que o absurdo se tornou normal.”

A Oficiala Kaline Bravos denunciou a falta de estrutura física, citando que 14 Oficiais dividem uma sala de apenas 15 m², enquanto o número de mandados cresceu 16% em um ano.

Para o diretor jurídico Carlos Eduardo Mello, há tratamento desigual entre as carreiras do TJCE, com expansão do quadro de analistas e redução de Oficiais de Justiça.

“De 2015 a 2025, 92 cargos deixaram de ser recompostos. Onde estão esses cargos?”, questionou.

🚨 Risco de colapso e impacto social

Segundo o diretor José de Mendonça, o quadro de sobrecarga coloca em risco o próprio funcionamento da Justiça:

“Caso contrário, o sistema tende ao colapso — e, quando isso acontecer, todos perdem: a sociedade e o próprio Judiciário.”

A diretora Fernanda Garcia alertou que o déficit compromete o combate à violência doméstica, já que o número reduzido de Oficiais impacta diretamente o cumprimento das medidas protetivas.

🏛️ Próximos passos

Após o ato, os Oficiais acompanharam a sessão do Órgão Especial do TJCE e permanecem mobilizados. Uma reunião com o presidente do Tribunal, desembargador Heráclito Vieira Neto, e com a Corregedoria-Geral da Justiça está marcada para 27 de outubro.

“A mobilização continua. Estamos lutando não por reajuste, mas por condições dignas de trabalho, saúde e qualidade de vida”, destacou o presidente Vagner Venâncio.

📎 Com informações e fotos do Sindojus-CE
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domingo, 19 de outubro de 2025

Corregedoria do TJBA apura desaparecimento de 641 mandados judiciais em Luís Eduardo Magalhães e amplia investigação


Uma falha grave foi identificada no Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA): 641 mandados judiciais expedidos pela 2ª Vara Cível da Comarca de Luís Eduardo Magalhães não foram localizados na Central de Mandados nem estavam em posse dos Oficiais de Justiça responsáveis pelo cumprimento das ordens.

A situação, revelada em um ofício da 2ª Vara Cível encaminhado à Corregedoria Geral da Justiça (CGJ), acendeu um alerta sobre o risco de prejuízo à celeridade e à efetividade da prestação jurisdicional na região. O documento também levantou a hipótese de que alguns processos possam conter mais de um mandado expedido, devido ao número de destinatários.

Medidas urgentes e ampliação da apuração

Diante do cenário, o juiz assessor especial da Corregedoria, Eduardo Carvalho, determinou a adoção de medidas imediatas e a ampliação da investigação para todas as unidades da comarca.

“Objetivando solucionar a pendência, entendo necessário, inicialmente, saber, com precisão, quantos e quais mandados encontram-se nesta mesma situação”, destacou o magistrado na decisão administrativa.

A 2ª Vara Cível foi notificada e terá 30 dias para apresentar à Corregedoria a relação exata dos mandados não cumpridos, considerando possíveis alterações processuais, como extinções, arquivamentos ou perda de objeto desde 2023.

Verificação estendida a toda a comarca

A determinação da Corregedoria não se restringe à unidade de origem. Todas as varas de Luís Eduardo Magalhães — incluindo a 1ª Vara dos Feitos Relativos às Relações de Consumo, Cíveis e Comerciais e Acidente de Trabalho, a Vara Crime, Júri, Execuções Penais, Infância e Juventude, e a Vara do Sistema dos Juizados Especiais — também foram notificadas para verificar a existência de mandados na mesma situação.

Cada unidade deverá revisar seus registros e confirmar se há ordens judiciais pendentes de cumprimento, mas que não constam na Central de Mandados nem em posse dos Oficiais de Justiça.

Corregedoria avalia retorno de Força-Tarefa

A coordenação do Projeto Mandare, iniciativa da CGJ voltada ao aprimoramento das Centrais de Mandados, sugeriu o retorno da Força-Tarefa à comarca, com o objetivo de dar cumprimento aos mandados desaparecidos e reforçar os controles administrativos locais.

A Corregedoria Geral da Justiça informou que, após o levantamento completo dos dados, adotará medidas corretivas e preventivas para assegurar o cumprimento das ordens judiciais e evitar novas falhas no controle de mandados.

📎 Com informações do Portal BNews
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sábado, 18 de outubro de 2025

Vitória judicial garante manutenção da vantagem “opção” nas aposentadorias de Oficiais de Justiça filiados à UniOficiais/BR

Uma decisão da 16ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal (SJDF) reconheceu o direito dos Oficiais de Justiça filiados à UniOficiais/BR à manutenção da vantagem denominada “opção”, prevista no artigo 193 da Lei nº 8.112/1990, em suas aposentadorias — uma conquista histórica para a categoria.

A sentença, proferida em 16 de outubro de 2025 pelo Juiz Federal Leonardo Tocchetto Pauperio, no processo nº 1065218-69.2023.4.01.3400, garante que os servidores aposentados sob o entendimento do Acórdão nº 2.076/2005 do Tribunal de Contas da União (TCU) tenham preservado o direito à vantagem e à restituição de eventuais valores descontados, consolidando o reconhecimento da segurança jurídica e da confiança legítima nas aposentadorias já concedidas. 

Ação coletiva movida pela UniOficiais/BR

A decisão é resultado da ação civil coletiva proposta pela União dos Oficiais de Justiça do Brasil – UniOficiais/BR, com atuação do advogado Russielton Sousa Barroso Cipriano, em face da União Federal. A entidade buscava o reconhecimento de que o novo entendimento do TCU, fixado pelo Acórdão nº 1.599/2019, não poderia retroagir para prejudicar servidores que se aposentaram com base no entendimento anterior.

A sentença reconhece que os Oficiais de Justiça aposentados sob as regras anteriores ao novo acórdão têm direito adquirido à manutenção da rubrica “opção” e que a mudança posterior do TCU não poderia atingir situações já consolidadas.

“Impõe-se o reconhecimento do direito à aposentadoria mediante a incorporação da vantagem ‘opção’ apenas aos associados da parte autora que tiveram a aposentadoria concedida com fundamento na orientação do TCU firmada no Acórdão nº 2.076/2005”, afirma o magistrado. 

Além disso, o juiz determinou que a União restituísse os valores indevidamente descontados, conforme parâmetros do Manual de Cálculos do Conselho da Justiça Federal (CJF), e fixou honorários advocatícios em favor da entidade autora.

Relevância da decisão para a categoria

A vitória é considerada um marco jurídico importante na defesa dos direitos previdenciários dos Oficiais de Justiça, uma vez que impede a aplicação retroativa de norma administrativa que restringia benefícios legalmente assegurados.

O presidente da UniOficiais/BR / Sindojaf, Gerardo Lima, destacou que a decisão fortalece a luta pela segurança jurídica e estabilidade funcional dos servidores:

“Essa sentença faz justiça com os Oficiais de Justiça que se aposentaram de boa-fé e segundo as regras vigentes à época. O Estado não pode mudar o entendimento depois de anos e retirar direitos já consolidados. É uma vitória de todos.”

A UniOficiais/BR reafirmou que continuará atuando com firmeza e técnica jurídica na defesa dos direitos dos Oficiais de Justiça em todo o país, reforçando o compromisso com a categoria e com a valorização da carreira.

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Afojebra alerta, em nota técnica, para impactos da Reforma Administrativa sobre o serviço público e o Judiciário


A Associação Federal dos Oficiais de Justiça do Brasil (Afojebra) divulgou, nesta sexta-feira (17/10/2025), uma nota técnica que analisa os impactos adversos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Administrativa sobre os servidores públicos e o funcionamento do Poder Judiciário. O documento, elaborado sob uma perspectiva técnico-jurídica, orçamentária e institucional, alerta para os efeitos negativos da proposta, especialmente no que diz respeito à autonomia administrativa, à estabilidade funcional e à estrutura das carreiras públicas.

Segundo a análise, a PEC promove alterações significativas nos artigos 37 a 41 da Constituição Federal, afetando diretamente o regime jurídico dos servidores públicos e reconfigurando garantias constitucionais essenciais — como a estabilidade, a progressão de carreira e a isonomia remuneratória.

Principais pontos da nota técnica

Entre os temas destacados, a Afojebra chama atenção para a fragmentação das carreiras e o desestímulo à permanência no serviço público, além de alertar para o risco de subjetividade nas avaliações de desempenho e a possível extinção de direitos históricos e benefícios compensatórios.

Outro ponto considerado crítico é a proibição de fundos de custeio de pessoal, prevista no artigo 9º da proposta, que veda a criação de fundos públicos destinados ao custeio de servidores ativos e inativos, permitindo apenas fundos previdenciários.

O documento também enfatiza que a PEC pode causar perda de segurança jurídica, erosão de direitos adquiridos e ameaçar a autonomia administrativa e orçamentária dos Poderes, com impacto direto sobre a independência do Judiciário e a efetividade dos serviços prestados à sociedade.

A nota técnica conclui que a aprovação da Reforma Administrativa representaria um retrocesso institucional, fragilizando o Estado e enfraquecendo o serviço público essencial à população brasileira.

Abojeris reforça alerta e chama à mobilização

Para a Associação dos Oficiais de Justiça do Rio Grande do Sul (Abojeris), é fundamental que os servidores estejam informados e mobilizados diante dos riscos trazidos pela proposta em tramitação no Congresso Nacional.
A entidade destaca que a PEC abre espaço para a terceirização ampla, reduz concursos públicos e coloca em risco a continuidade dos serviços públicos essenciais.

A Abojeris ainda aponta que o modelo proposto favorece a privatização de áreas estratégicas do Estado, citando como exemplo os casos da CEEE e CORSAN, em que as privatizações resultaram em aumento de tarifas e queda na qualidade dos serviços.

A entidade convoca os servidores e a sociedade civil para participar das mobilizações nacionais contra a Reforma Administrativa, com destaque para o ato marcado para o dia 29 de outubro, em Brasília, em defesa do serviço público e da população brasileira.

📎 Com informações da Abojeris
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