sexta-feira, 17 de maio de 2013

ACRE: Polícia Civil prende acusado de matar oficial de justiça na capital

Wilieisson é acusado de matar a tiros o funcionário do Tribunal de Justiça do Acre, José da Cruz Rocha, 43, no dia 28 de Abril deste ano.
 
Wilieisson Correia Sampaio/Foto: Assessoria
 
Investigadores da Polícia Civil do município de Cruzeiro do Sul (região do Juruá) prenderam Wilieisson Correia Sampaio, 28. Ele teve a prisão preventiva decreta pela a 1ª Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco, decorrente do trabalho investigativo da 4ª Regional (Tucumã).

Wilieisson é acusado de matar a tiros o funcionário do Tribunal de Justiça do Acre, José da Cruz Rocha, 43, no dia 28 de Abril deste ano, na Rua 7de Setembro, no conjunto Nova Esperança, bairro Floresta. Os policiais o localizaram na zona rural de Cruzeiro do Sul.

De acordo com o delegado Jarlen Alexandre, responsável pelo inquérito que culminou na prisão do suspeito, três dias depois da morte do oficial de justiça, a polícia identificou a autoria e descobriu também, que Wilieisson havia fugido da cidade. Com a ajuda de investigadores da Delegacia-Geral de Cruzeiro do Sul, a Polícia Civil conseguiu localizar o acusado.

Duas pessoas teriam testemunhado a morte do servidor do TJ, entre as quais o dono do estabelecimento onde ocorreu o sinistro. Nos próximos dias Wilieisson deve ser transferido para Rio Branco, onde aguardará o pronunciamento da Justiça.

Fonte: Assessoria Polícia Civil

Último do país a resistir, TJRS passa a divulgar salários de servidores

Imagem: www.diarioregionalrs.com.br
Último Tribunal de Justiça no país que resistia a cumprir norma do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) sobre a divulgação nominal de salários dos servidores, o TJ do Rio Grande do Sul passou a publicar na internet nesta semana salários e nomes de seus funcionários.

A mudança veio após a ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), negar pedido de liminar da Ajuris (Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul) contra a norma do CNJ. 
 
A Ajuris sustentou que o CNJ extrapolava suas atribuições ao ir contra a autonomia federativa, pois uma lei estadual de 2010 veda a divulgação nominal e mensal dos salários de todos os servidores dos três Poderes do Estado. 

Para a ministra, o CNJ agiu dentro dos "limites da sua competência administrativa" ao determinar "a medida a ser adotada para que se atingisse a máxima efetivação do direito público à publicidade dos dados estatais". 

Desde o ano passado, após regulamentação da Lei de Acesso à Informação, órgãos dos três Poderes pelo país começaram a divulgar nominalmente os ganhos de servidores e autoridades. 

Após resistência no Judiciário, o CNJ baixou uma resolução específica, determinando a "identificação nominal" dos ganhos e fornecendo um modelo de tabela. 

Até a semana passada, o TJ-RS publicava só uma lista com os salários, sem especificar quem ganha quanto na corte. 

O site oficial do TJ-RS traz agora o detalhamento da folha de pagamento de todos os seus servidores, separados por cargo e nome. Para saber o quanto recebem os funcionários é preciso clicar em cada um. 

PESQUISA DIFÍCIL
 
Mesmo nos sites dos 26 Tribunais de Justiça que já cumpriam a determinação, quem procurar a informação enfrentava dificuldades para encontrá-la, como mostrou a Folha no mês passado. 

Na maioria dos TJs, os links para o setor do site com esses dados estavam sob as cifradas expressões "Resolução 102" e "Anexo VIII". 

Além disso, os tribunais usam um modelo simplificado de tabela e deixam de citar a composição de itens relevantes dos salários. 

Não é possível saber, por exemplo, quanto os magistrados recebem de auxílio-moradia retroativo, benefício que costuma encorpar os vencimentos. 

Fonte: Folha de S. Paulo

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Presidente da Fenojus entrega pauta de reivindicações para ministro do trabalho e emprego

Fenojus pede agilidade na tramitação dos processos de criação de sindicatos de oficiais de Justiça

O ministro do trabalho e emprego Manoel Dias, em visita ao Ceará, cumpriu extensa agenda, onde participou do lançamento de programas sociais e compareceu à sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-CE) para solenidade de descerramento da fotografia do ex-superintendente Júlio Brizzi Neto. Na ocasião, o presidente da Fenojus João Batista Fernandes entregou ao ministro uma pauta de reivindicações da entidade.

No documento entregue ao ministro Manoel Dias, a Fenojus solicitou agilidade na tramitação processual dos pedidos de registro sindical dos sindicatos de oficiais de justiça dos Estados do Pará, Goiás, Piauí, Mato Grosso, Pernambuco, Roraima e Rio Grande do Norte. A Fenojus justificou o pedido ressaltando que todas as exigências legais foram atendidas, acostados todos os documentos e vencidos todos os prazos.

O ministro reconheceu que a categoria dos oficiais de justiça é uma das mais antigas do Brasil e o presidente da Fenojus assegurou que é “natural que os oficiais de justiça queiram se organizar em sindicatos próprios, pois suas condições de trabalho são únicas e distintas dos demais servidores do Poder Judiciário”.

InfoJus BRASIL: com informações do site da Fenojus

MATO GROSSO: Oficiais de Justiça aprovam contraproposta e descartam greve

Imagem: www.cisetcontrol.com.br
Os oficiais de Justiça acataram por unanimidade, em assembleia nesta quarta (15), a contraproposta de reajuste da Verba Indenizatória por Atividade Externa (Vipae), elaborada pelo sindicato em acordo com representantes da presidência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A partir de 1º de julho, os profissionais vão contar com pagamento diferenciado para o cumprimento de mandados nas zonas rurais. O valor será calculado com base no quilômetro percorrido, multiplicado por R$ 1,30.
 
A medida irá beneficiar principalmente os mais de 400 oficiais com atuação nas comarcas do interior. Eles fizeram questão de comparecer em peso à assembleia pela manhã, no plenário do Fórum de Cuiabá. 
 
Com a zona rural regularizada, o representante do sindicato na comissão de estudos, diretor-financeiro Jaime Osmar, também conseguiu acordo com a presidência do TJMT, sob o desembargador Orlando Perri, para que o valor da Vipae seja de R$ 1.483,00 até 60 mandados cumpridos. O montante sobe para R$ 1.814,55 aos profissionais que cumprirem entre 61 e 80 mandados. A verba foi fixada em 2.320,00 para quem executar entre 81 e 110 pedidos. “Passando deste número, os mandados começam a ser devolvidos”, explica o representante do Sindicato dos Oficiais de Justiça (Sindojus/MT), Wendel Lacerda.
 
Segundo ele, o Tribunal vai incluir no sistema Apolo uma ferramenta com a produtividade de cada profissional. “Se constatarmos que o mandado cumprido não foi incluído na cota do oficial, levaremos o caso à Corregedoria do TJMT”, frisa o presidente do Sindojus/MT, Éder Gomes. 
 
GREVE - Éder descarta a possibilidade de greve no momento por entender que há avanços nas negociações. “Estamos brigando desde o início pela legitimidade e legalidade. O movimento grevista precisa ser pertinente para aderirmos, o que não é o caso até agora. O nosso sindicato não pensou em paralisar as atividades porque estamos conseguindo negociar de forma positiva. Já participamos de várias greves e nunca obtivemos ganhos”, reforça o presidente. 
 
Segundo ele, as decisões sobre a Vipae tomadas em assembleia e acordadas com o TJMT só vão valer por seis meses. O presidente da corte, desembargador Orlando Perri, garantiu que implementará a Resolução 153, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), até janeiro de 2014. A medida extingue a Vipae e estabelece o pagamento antecipado, até mesmo de forma eletrônica, dos mandados a serem cumpridos. 
 
Éder demonstra otimismo com a contraproposta referendada pela categoria. “Foi uma reunião excelente. O sindicato continua com a postura de negociar com a presidência do Tribunal de Justiça para termos avanços”. 
 
Empossados em 10 de maio, o grupo de oficiais que passou a integrar a categoria também elogiou os trabalhos. “Acho de extrema importância a luta do Sindojus/MT pelo respaldo aos oficiais de Justiça. Este realinhamento é importante”, destaca Ana Paula de Oliveira Moraes (24).
 
REIVINDICAÇÃO - Em 7 de janeiro deste ano, os oficiais de Justiça deixaram de cumprir diligências da Justiça Gratuita que excedem ao teto de 1.396,97, por mês, por decisão referendada na assembleia geral extraordinária da categoria em 28 de novembro de 2012. A exceção é para os alvarás de soltura de réu preso, medicamentos, e a Lei Maria da Penha (separação de corpos).
 
Na última semana, o Sindojus/MT não concordou com a alegação dos representantes da comissão designada pela presidência de que o reajuste de 6,20%, aprovado para todos os servidores e que entrará em vigor a partir de maio de 2013 , vai suprir as necessidades dos oficiais de Justiça para cumprir até 70 mandados. Superando este número, a cada 10 mandados, seria acrescido R$ 100 até chegar a 120 mandados, com valor máximo de R$ 1.983 mil.
 
A proposta foi descartada e o sindicato apresentou um novo estudo, aprovado pela comissão e referendado nesta quarta pelos oficiais de Justiça. “Depois da instituição da resolução do CNJ, nossa luta vai ser para implementarmos o curso superior à categoria, sem prejuízos para aqueles que não conseguiram ainda cursar uma faculdade”, aponta Éder.
 
Fonte: 24 Horas News

Presidente do TJAP recebe visita de Membros da Comissão de Oficiais de Justiça do Amapá

Representantes da Comissão de Oficiais de Justiça do Estado do Amapá estiveram no Tribunal de Justiça, onde foram recebidos pelo Presidente da Instituição, Desembargador Luiz Carlos. Na ocasião foi conversado sobre a mudança no sistema de distribuição de mandados, que agora é feito por zonas, devido o crescimento urbano de Macapá, além da apresentação de pleitos pela categoria para melhoria dos serviços prestados pelos servidores para dar maior celeridade ao andamento processual. 


Para o Representante da Comissão, Gesiel Oliveira, a visita não poderia ter sido melhor. Ele destacou que o Presidente do TJAP, foi muito cordial e sensível aos pedidos feitos pela comissão e um deles, foi a aquisição de Tablet’s. “Precisamos desses equipamentos para o melhor desempenho do trabalho executado pelos Oficias de Justiça, que vão poder enviar de imediato os dados de Atos Judiciais, como Intimações e Penhoras, para o Sistema Tucujuris. E para nossa alegria, o Presidente apoiou a ideia”.


Outro ponto importante tratado no encontro foi em relação à ampliação da estrutura física do espaço no Fórum onde funcionam os serviços judiciais. Hoje em Macapá trabalham 64 Oficiais de Justiça e, em todo Estado, esse número sobe para 120. “O Presidente do TJAP aprovou a iniciativa, e pediu um tempo para analisar melhor a situação, para só depois tomar uma decisão em relação a este pleito. Caso positivo, é o que esperamos, ele vai fazer a adequação que for necessária”, finalizou Gesiel Oliveira


Texto: Sérgio Bringel
Colaborador da Assessoria de Comunicação do TJAP

 Fonte: TJAP

FENAJUD apoia greve dos servidores do TJRO

 
Federação Nacional dos Servidores do Poder Judiciário nos Estados- FENAJUD, apoia greve dos trabalhadores do  Judiciário do Estado de Rondônia. A paralisação é por tempo indeterminado. Adecisão foi tomada nesta segunda-feira (13).Grevistas se concentraram em frente à sede do TJRO, em Porto Velho e em outras 22 Comarcas do interior. Servidores reivindicam reajuste salarial de 10% e auxílio -saúde.

A categoria está mobilizada em todo o Estado com 70% de adesão à greve.  O Sinjur pronunciou que “é inaceitável a posição da administração em argumentar que falta previsão orçamentária". O sindicato enfatiza que "os números publicados pelo TJRO confirmam isso" e entende que mesmo se não houvesse, a Administração teria que buscar recursos, pois " é um direito garantido pela Constituição e ainda recomendado pelo CNJ", destacou a diretoria.

Segundo o presidente do Sinjur, Francisco Roque, os trabalhadores pleiteiam reajuste salarial de 10% no vencimento, além do reajuste do auxílio-saúde. “A Administração do Tribunal de Justiça, não tem respeito pela categoria, pois afirmou várias vezes que não há como pagar o reajuste dos trabalhadores por conta da queda de arrecadação do Estado, além da crise mundial que está abalando Rondônia. Mas, diversos benefícios estão sendo pagos para os magistrados como o auxílio alimentação de R$ 700,00 e o reajuste de 15% nos salários, parcelado. Tem dinheiro para pagar os magistrados, mas não há para pagar os funcionários”, ressaltou Francisco.


Quando houve a elaboração do orçamento, no ano passado, a diretoria do Sinjur apresentou um projeto ao TJRO em que colocava 10% de reajuste salarial, fora outros benefícios, e quando o orçamento foi aprovado, todos os pleitos dos trabalhadores foram descartados.

Comarcas 

Nas Comarcas do interior a categoria também segue firme e unida, com paralisação de 70% dos trabalhadores, apenas os serviços essenciais estão sendo mantidos. Comarcas como Guajará Mirim a  Cerejeiras a adesão está sendo enorme. O trabalhador está muito insatisfeito e está demonstrando isso na greve.

Presidente do TJRO ironiza o Auxílio Saúde

Também nesta segunda-feira (13), o Presidente do Tribunal de Justiça, Roosevelt Queiroz, falou na abertura da sessão do Pleno, de maneira nada harmoniosa, que iria colocar em votação o “AUXÍLIO GARDENAL” o que é uma brincadeira de péssimo gosto em relação ao pleito da categoria que pede o reajuste do Auxílio Saúde. “Isso é uma posição clara de deboche e desrespeito com os trabalhadores do Poder Judiciário. Mas ele está enganado. Isso só fortalece mais o nosso movimento”, falou Chagas Teixeira, Diretor de Finanças do Sinjur.

Em momento algum a categoria tem desrespeitado a atual administração, a luta dos trabalhadores é para garantir que alguns dos direitos sejam respeitados, o que não vem acontecendo. A categoria demonstra total repúdio às palavras do desembargador e exige o mínimo de respeito, postura igual a está não são pertinentes a um gestor.  O movimento da categoria deve permanecer por tempo indeterminado, a luta vai continuar até que um resultado positivo para a classe seja alcançado.

Em relação ao auxílio saúde, o reajuste foi aprovado pelo Tribunal Pleno e a partir de 01 de junho o valor será de R$ 250,00.

Reunião com Presidente do TJRO

No início da tarde desta terça-feira (13), a comissão de trabalhadores foi recebida pelo Presidente do TJRO, mas não houve avanço. O Presidente disse que precisa se reunir com o governador para definir o índice da reposição salarial. O Presidente Roque disse que o horário precisa ser modificado e em resposta o Presidente do TJRO disse que já trabalha nesse sentido.

Greve continua

A greve continua em todo o Estado de Rondônia. O Comando de Greve definiu que na Comarca de Porto Velho, nesta tarde (13),  haverá uma passeata saindo do TJRO para o Fórum Cível. Mais faixas e materiais para apoio a greve foram encomendados e serão encaminhadas ainda hoje para as Comarcas.

Fonte: FENAJUD

terça-feira, 14 de maio de 2013

RS: oficial de Justiça e escritório são condenados por pagamentos indevidos

Improbidade administrativa

Servidor e escritório são condenados por reembolso ilegal

Pagar oficial de Justiça para executar o seu dever funcional caracteriza evidente indução a ato de improbidade administrativa, especificamente aquele definido no inciso I do artigo 9º, e no caput do artigo 11º, da Lei 8.429/1992 — receber vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto.

O entendimento, lastreado na Lei de Improbidade Administrativa, levou a 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul a condenar os denunciados em um caso de pagamento de ‘‘gratificação’’ de R$ 100 a oficial de Justiça, para que este agilizasse mandados e citações patrocinados por escritório de advocacia com atuação nacional.

Na primeira instância, a sentença proferida pela 3ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Porto Alegre absolveu o servidor do Judiciário gaúcho, o escritório e seus dois advogados da acusação de improbidade, por falta de provas do conluio. A denúncia foi formulada pelo Ministério Público, nos termos do artigo 9º, inciso I, da referida Lei.

Com a reforma da decisão de primeiro grau, o colegiado condenou o oficial de Justiça a recolher ao erário o valor ilicitamente ganho e a pagar multa civil, fixada em cinco vezes o valor do acréscimo patrimonial percebido. O escritório e seus dois funcionários foram condenados ao pagamento de multa, fixada em 20 vezes o valor pago ao agente público, e proibidos de contratar com o poder público pelo prazo de três anos.

Reembolsos ilegais

Ao prover a Apelação do MP, o desembargador-relator Luiz Felipe Silveira Difini afirmou ser ilegal qualquer valor pago a título de “reembolso” das despesas em questão. Para ele, o ato de improbidade pode se dar a título de dolo ou de culpa. E embora se deixe de falar em conluio prévio entre o escritório e o servidor do Judiciário, este último foi negligente ao não verificar a origem e a razão de depósito em sua conta-corrente.

O desembargador Carlos Roberto Lofego Caníbal destacou que o escritório de advocacia é réu em inúmeras ações idênticas no colegiado e vem sendo acusado desse mesmo procedimento em nível nacional. Disse que este admitiu que tem o costume de pagar condução de até R$ 200 e não pedir recibo dos gastos.

E mais: que, de livre e espontânea vontade, remunera os oficiais de Justiça em valores muito superiores aos constantes da Tabela (Regimento de Custas) por entender que não é justo que retirem dinheiro de seu próprio bolso para cumprir os mandados.

‘‘Ora, que não é justo, de fato, não é. Mas tal não é o que ocorre. E, além disto, seria fantasioso o réu pretender que este Tribunal acredite que ‘brinda’ os oficiais com quantia muito superior ao efetivamente devido por sentir-se penalizado com a sua situação’’, arrematou. O acórdão foi lavrado na sessão do dia 24 de abril.

Denúncia de improbidade

O MP gaúcho, por meio da Promotoria de Justiça e Defesa e Defesa do Patrimônio Público, ajuizou Ação Civil Pública pela prática de atos de improbidade administrativa, consistentes no pagamento/recebimento de propina envolvendo o oficial de Justiça Paulino Luiz da Silva.

O objetivo era agilizar os mandados e citações do escritório ML Gomes Advogados Associados SC Ltda, que tem sede na capital de São Paulo. Além destes, foram citados, como envolvidos no pagamento irregular, Maria Luíza Correa de Vasconcelos e João Antônio Belizário Leme, advogados do escritório.

A denúncia tomou como base um depósito de R$ 100, feito por meio de cheque, na conta que o servidor mantém no Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul). O valor teria sido depositado em contraprestação aos serviços prestados de forma célere e eficaz no cumprimento de mandados.

Conforme o MP, a gratificação fere as disposições legais contidas na Lei 8.121/1985, que rege custas e despesas de condução para cumprimento das citações. Este não foi um caso isolado, pois, segundo a Promotoria, era política do escritório reembolsar outros oficiais de Justiça encarregados de cumprir os mandados liminares sob seu patrocínio.

Sentença improcedente

Em sentença proferida no dia 31 de agosto de 2010, o juiz Alexandre Schwartz Manica, titular da 3ª Vara da Fazenda Pública da Capital, avisou, inicialmente, que a questão não era nova. A partir de 1998, disseminou-se pelo estado a ideia de que haveria um esquema de corrupção envolvendo servidores do oficialato do Poder Judiciário gaúcho e o escritório ML Gomes Advogados Associados.

Na verdade, lembrou, o ‘‘reembolso’’ ou ‘‘gratificação’’ era prática comum adotada em todo o território nacional com a finalidade de ressarcir as despesas de condução no cumprimento dos Mandados de Busca e Apreensão e Reintegração de Posse de veículos: aluguéis de depósitos, chaveiros, guinchos etc. Muitas vezes, o próprio servidor providenciava esses serviços, e precisava desse dinheiro para executá-los. Havia até uma tabela indicativa do teto desses reembolsos.

Após sindicâncias e até processos-crime, entretanto, nada ficou provado, em face das dúvidas a respeito da adesão espontânea e consciente dos servidores à provável ‘‘teia de corrupção’’. A maior incerteza, segundo juiz, dizia respeito à impossibilidade de comprovar que os oficiais de Justiça tivessem conhecimento dos depósitos efetuados pelo escritório em suas contas. Afinal, na época, as contas desses servidores eram praticamente de domínio público.

Neste e noutros casos similares, Manica disse que a controvérsia tem de ser analisada à luz da Lei 8.429/1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional.

O juiz lembrou que a condenação por prática de improbidade administrativa deve vir embasada em prova que não deixe nenhuma dúvida quanto ao cometimento do ato ímprobo. Ou seja, para sua tipificação, não se admite a forma culposa, mas dolosa. Assim, seria imperioso comprovar que a conduta do oficial de Justiça prejudicou o cumprimento das demais ordens judiciais, para favorecer o andamento das ações patrocinadas pelo escritório, independentemente da quantia percebida.

‘‘Cabe salientar a prescindibilidade da prova do dano ao erário, pois insuficiente a mera demonstração de que a conduta do agente corrupto desobedeceu à moralidade, honestidade, imparcialidade e lealdade à função que exerce junto ao Poder Público’’, completou.

Ao fim, o titular da 3ª Vara da Fazenda Pública afirmou que o MP não conseguiu demonstrar que o oficial de Justiça tinha ciência destes depósitos — nem se estes decorriam de favorecimento indevido pelo cumprimento de diligência. Portanto, disse, é perfeitamente possível que o escritório tenha feito os depósitos sem o conhecimento do oficial denunciado.

‘‘Assim, é impossível o enquadramento dos réus como agentes ímprobos como quer o Ministério Público, nos termos do artigo 9º, inciso I, da Lei 8.429/92, pois ausente o elemento subjetivo do servidor público em praticar o crime a ele imputado em associação com os demais demandados’’, concluiu.

Clique aqui para ler a sentença e aqui para ler o acórdão.

Fonte: Revista Consultor Jurídico, 14 de maio de 2013

segunda-feira, 13 de maio de 2013

AMAPÁ: oficial de Justiça é agredido com chutes e socos

Oficial de Justiça agredido Diego Rafael Santos-foto do arquivo
O suspeito é reincidente, trata-se do sargento Roberto Carlos Dias Nery

O Oficial de Justiça Diego Rafael Vieira dos Santos, lotado na central de mandados da comarca de Macapá, foi agredido com chutes na altura do estômago, um soco na boca, quando cumpria um mandado de busca e apreensão expedido pela 2a. vara cível da Capital (09/05).

O veículo a ser apreendido era uma S-10 rodeio, que foi localizada no cruzamento da Av. Cora de Carvalho com Rua Professor Tostes, ao lado da Escola Estadual Anchieta, onde tudo aconteceu. O Oficial Diego estava acompanhado de um preposto, designado pela parte autora, que presenciou a tudo e servirá como testemunha na fase de instrução do processo criminal que foi instaurado.

O suspeito de agressão é o reincidente sargento Roberto Carlos Dias Nery, que já se envolveu em um caso semelhante, quando a oficial de justiça Karem Tomé (lactante à época, leia a matéria AQUI) foi vítima. Na época (18/01/12), a oficiala "foi agarrada pelos dois braços e arremessada contra um muro da casa com o rosto virado para a parede, além de ter sofrido dois socos nas costas" conforme relatou a denúncia do MPE, feita pelo promotor Marcelo Moreira, no processo no. 0007775-88.2012.8.03.0001 do Juizado Especial Criminal da Comarca de Macapá.

A corregedoria da PM foi comunicada do fato envolvendo a oficiala Karem, mas o processo foi arquivado depois de alguns meses. A juíza Suley Pini do Juizado Especial Cível sentenciou contra o Sargento Roberto Nery, determinando pagamento de indenização cível à ofendida.

No caso atual do Oficial de Justiça Diego Rafael, o agressor foi chamado por telefone pelo seu filho que estava na posse do automóvel no momento da apreensão. Com a chegada do Policial Militar ao local, o "clima esquentou" visto que ele não aceitou entregar o carro. Mandou inclusive seu filho dar a partida, e o oficial de justiça em um "ato de coragem e perigo" para sua vida se colocou na frente do carro, que estancou na hora da partida, momento em que foi fechado pelo carro do preposto do banco para impedir a sua fuga. Foi nessa hora que o agressor se irritou e desferiu um forte chute na altura do estômago do Oficial. Não satisfeito, deu um soco na boca da vítima, xingou-o com palavreado de baixo calão, ofendendo-o e ameaçando-o, na frente de muitas transeuntes, que a tudo presenciaram. Em seguida saiu do local com seu filho, deixando o oficial sangrando.

A viatura da polícia que foi chamada pelo número 190, chegou com muito atraso e o agressor já havia se evadido do local. O oficial de justiça Diego é reconhecido como um serventuário exemplar da Justiça, pai de família, ao qual não restou outra alternativa, a não ser procurar o Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) Pacoval e registrar um boletim de ocorrência. A vítima também fez exame de corpo de delito na POLITEC. O Ministério Público do Estado, Tribunal de Justiça do Amapá e o Comando da Polícia Militar ainda não se manifestaram sobre o caso.

InfoJus BRASIL: com informações da AOJAP

TJMG abre concurso com 99 vagas para Oficial de Justiça Avaliador

Com o objetivo de preencher 99 vagas e formar cadastro reserva, o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJ-MG) realizará concurso público para Oficial Judiciário, na especialidade de Oficial de Justiça Avaliador.

Para exercer a função, o candidato interessado deve ter o ensino médio completo. O salário é de R$ 2.162,60 em jornada de 30h semanais para realizar trabalho de campo, cumprindo, na forma da lei, a citação, intimação, notificação, prisão, penhora e apreensão, promover as avaliações judiciais nos casos indicados em lei, fazer hasta pública onde não houver leiloeiro público e executar atividades afins identificadas pelo superior imediato.

Os contratados serão submetidos ao regime estatutário e atuarão nas regiões de Belo Horizonte, Barbacena, Juiz de Fora, Muriaé, Governador Valadares, Uberlândia, Uberaba, Varginha, Poços de Caldas, Divinópolis, São Sebastião do Paraíso, Montes Claros, Paracatu e Teófilo Otoni.

Além da escolaridade citada, o candidato deverá atender alguns requisitos como: ser brasileiro, nato ou naturalizado; ter, no mínimo, 18 anos; estar em dia com as obrigações eleitorais; estar em dia com as obrigações militares, se do sexo masculino; achar-se em pleno gozo de seus direitos políticos e civis; e ser moralmente idôneo, não registrar antecedentes criminais.

As inscrições poderão ser efetuadas no período de 15 de julho a 15 de agosto de 2013 pelo site www.makiyama.com.br, mediante o preenchimento da ficha de inscrição e pagamento da taxa de R$ 50,00.

Os candidatos serão avaliados por meio de prova objetiva com 60 questões sobre Língua Portuguesa e Noções de Informática, Noções de Direito e Conhecimentos Específicos. Esta avaliação será aplicada no dia 15 de setembro, nos municípios de Belo Horizonte, Diamantina, Governador Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros, Uberlândia e Varginha.

Este concurso terá a validade de dois anos, contado da data de publicação do ato de homologação, prorrogável uma vez por igual período, a critério do TJ-MG.

sábado, 11 de maio de 2013

MATO GROSSO: Servidores do Judiciário iniciam a greve a partir de segunda

 
Tribunais parados

Os servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso decidiram cruzar os braços, por tempo indeterminado, a partir desta segunda-feira (13/5). Segundo documento do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do estado (Serjusmat), apenas 30% dos mais de 5 mil funcionários devem executar os serviços essenciais a partir da data. Na pauta dos grevistas estão o reajuste de salário, do auxílio-alimentação e a progressão, horizontal e vertical, de carreira de acordo com a avaliação de desempenho individual. Desde março de 2013, as entidades de classe negociam com o Judiciário estadual as reivindicações de categoria.

Em ofício encaminhado pelo TJ-MT ao sindicato em 24 de abril, o presidente da corte, desembargador Orlando Perri, destacou que a administração do biênio 2013/2015 tenta construir ações para valorizar as carreiras. Porém, ele afirma que “a eclosão de um movimento grevista em nada contribui neste momento, uma vez que o acirramento dos ânimos não se patenteia a melhor via na busca de soluções”.

Em comunicado nesta sexta-feira (10/5), o presidente do Serjusmat, Rosenwal Rodrigues dos Santos, destacou a importância do movimento. "É necessário ainda frisarmos que os pedidos dos servidores são legítimos e legais, ou seja, não estamos pedindo aumento salarial, mas tão somente que se cumpra a lei criada pelo próprio poder, o SDCR [Sistema de Desenvolvimento de Carreiras e Remuneração dos Servidores do Judiciário do Mato Grosso, previsto pela Lei Estadual 8.814/08]”. Para a quinta-feira (16/5), o sindicato prevê uma passeata em Cuiabá.

A assessoria de imprensa do TJ-MT classificou, em nota oficial, como “extemporânea” a decisão de deflagrar a greve. Também informou que já são feitos estudos de impacto na folha de pagamento para atender às queixas dos servidores e que, há pouco mais de dois meses no comando, a atual presidência da corte faz constantes reuniões com membros das entidades de classe.

Leia a nota do TJ-MT:

A propósito do anúncio de greve neste Poder, a partir de segunda-feira (13), o Tribunal de Justiça de Mato Grosso, em respeito à sociedade e aos próprios servidores, presta os seguintes esclarecimentos: 

1 – Consideramos extemporânea a decisão do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sinjusmat) em deflagrar greve geral no decorrer de uma negociação; 

2 – Acreditamos que essa precipitação punirá indevidamente e tão somente o jurisdicionado e o cidadão; 

3 – A atual administração do TJMT, embora esteja há pouco mais de dois meses no comando desta Corte, tem realizado constantes reuniões com membros das entidades representativas dos servidores, demonstrando de forma inequívoca a disposição em manter diálogo permanente e fazer uma gestão pautada na transparência; 

4 – Por fim, em que pese nossas limitações orçamentárias para o exercício de 2013, determinamos estudos de impacto na folha de pagamento, visando a possibilidade de contemplar as reivindicações, que se amoldem dentro da Lei.

InfoJus BRASIL: Com informações da Revista Consultor Jurídico

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