quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

CJF adia decisão sobre não absorção dos Quintos

Na tarde desta segunda-feira (26), representantes da UniOficiais/BR e UniOficiais/Sindojus-DF acompanharam a sessão do Conselho da Justiça Federal na expectativa de que fosse definida a interpretação mais ampla da aplicação da Lei nº 14.687/2023 no Processo SEI nº 0004055-21.2023.4.90.8000. Desse modo haveria a possibilidade de retroatividade da vedação de absorção dos quintos, absorção que ocorreu na primeira parcela do PCS implantada em fevereiro de 2023.

No entanto, a Ministra Maria Thereza de Assis Moura, relatora, adotou interpretação mais restritiva, permitindo a absorção da parcela de 2023, ou seja, para ela a vedação da absorção apenas se aplicaria nas parcelas de 2024 e 2025. Esse entendimento também foi acompanhado pela Desembargadora Marisa Santos.

Após a declaração dos votos, o Ministro Og Fernandes pediu vista e o julgamento foi adiado. Nesse cenário, a UniOficiais/Sindojus-DF continuará o trabalho para garantir o entendimento pela não absorção de nenhuma das parcelas, pedindo audiência com os conselheiros que ainda irão proferir os votos para aumentar as chances de um resultado favorável.

Isso porque é evidente o intuito do legislador de não permitir a absorção dos quintos por nenhuma das parcelas do PCS. "Entendimento contrário violaria a segurança jurídica e causaria injusto e significativo prejuízo aos servidores do Judiciário", finaliza o presidente Gerardo Lima.

Fonte: Sindojus-DF/UniOficiais

TJMG: EJEF “entra para a história”

Curso de Storytelling aborda como as técnicas podem inovar o Judiciário


Quem conta um conto não aumenta apenas um ponto, cria reticências para um novo mundo que se abre diante do poder transformador das histórias. Por meio delas, aprendemos, ensinamos, criamos conexões emocionais que tornam as informações mais compreensíveis e memoráveis, fortalecemos vínculos entre os membros de uma organização ou de uma sociedade; somos convidados a pensar, sentir e agir. As narrativas nos ajudam a inovar, colaborar, desenvolver e implementar políticas públicas; incentivam e conduzem mudanças organizacionais. Uma história da qual o TJMG quer fazer parte.

Em meio a este enredo, a EJEF inseriu em sua trajetória o curso Introdução em Storytelling, realizado nos dias 20 e 22/2 na modalidade a distância, com aulas síncronas (ao vivo), e no dia 27, presencialmente, na sede da Escola. A ação educacional trouxe como objetivo capacitar o aluno para que ele seja capaz de aplicar a metodologia de Storytelling (ou contação de histórias) em desafios reais do TJMG.

Participaram da formação magistrados e servidores convocados, além do público externo integrante da Rede Mineira dos Laboratórios de Inovação, indicados pela Unidade Avançada de Inovação em Laboratório (UAILab).
Desembargador Renato Dresch, que também participou do curso como aluno, falou da importância deste tema inovador, que tem sido cada vez mais difundido em toda a Administração Pública, principalmente no Poder Judiciário. “De nada adianta nós, como Escola, realizarmos ações educacionais, se o público-alvo não é atingido, não é tocado. A EJEF precisa se adequar constantemente para atingir um novo público, e não pensar que o público deve se adequar à Escola”, salientou.

Com este ímpeto de sensibilizar os participantes da ação educacional para a importância do tema em questão, e lhes fornecer técnicas para, a partir delas, alcançarem aqueles que recorrem ao Poder Judiciário, a docente Yna Honda descortinou um conteúdo rico em evidências que comprovam o poder transformador do Storytteling nas organizações; um convite aos alunos para fazerem parte desta rede inovadora. Relembrou que contar histórias é algo que as pessoas já fazem há muito tempo, desde a época em que nossos antepassados se reuniam ao redor da fogueira para falar sobre suas aventuras de caça; representam parte de quem somos. Elas servem para transmitir mensagens importantes, foram usadas na mitologia grega, nas parábolas da Bíblia, nas falas de Martin Luther King Jr. em seus discursos; quando ele disse “Eu tenho um sonho”, e contou sobre um futuro onde todos teriam os mesmos direitos, a história não era só dele, mas de milhões de pessoas, e acabaram ajudando a mudar as leis e a sociedade. “As histórias nos conectam, não importa o tempo que passe. Hoje são usadas para ensinar crianças nas escolas, na propaganda, no marketing, na comunicação em geral, no autoconhecimento, nas organizações, enfim, é uma maneira poderosa de compartilhar ideias e emoções” – destacou Yna.

Foto: Silvana Monteiro - CETEDDocente Yna Honda durante o encontro presencial na EJEF

A docente explicou que o impacto das histórias no cérebro humano é um capítulo que vem sendo cada vez mais estudado pela ciência nas últimas décadas. O “era uma vez” ativa áreas relacionadas à compreensão da linguagem, à formação de memórias e à conexão entre as pessoas. Se alguém nos conta sobre uma fuga, por exemplo, as partes do cérebro que imaginam o movimento físico também são estimuladas; fato que comprova que as histórias têm o poder de vivenciarmos experiências juntamente com o narrador. Tal compartilhamento pode gerar uma sincronia entre os cérebros de quem fala e de quem ouve a narrativa, fenômeno conhecido como acoplamento neural; “é como se ambos estivessem passando pelas mesmas experiências”, ilustrou.

Além disso, as histórias podem desencadear emoções e a liberação de substâncias químicas no cérebro como cortisol, que nos ajuda a focar, e a ocitocina, que aumenta a empatia e a conexão com os personagens daquele enredo. Comprovou-se, ainda, que as narrativas fortalecem a memória, portanto as informações apresentadas neste formato são mais fáceis de serem lembradas do que quando apresentadas como fatos soltos. “Isso acontece porque o cérebro organiza as informações de maneira lógica e conectada dentro da trama, tornando mais simples para nós armazenar e recuperar esses dados mais tarde. Criar conexão emocional através de histórias, tornam a informação mais compreensível e memorável” – observou Yna.

Foto: Patrícia Kubitschek - CETEDOs alunos puderam compartilhar conhecimentos durante a realização das oficinas

Rodrigo Martins Faria, juiz auxiliar da Presidência do TJMG e coordenador do Centro de Inteligência e do Laboratório de Inovação do TJMG (UAILab) destacou que o “Introdução ao Storytteling” é um dos eixos de atuação para o Laboratório de Inovação em 2024, bem como a neurociência e a gamificação. “Tratam-se de novas ferramentas que estão sendo utilizadas em todas as corporações do mundo, especialmente no setor público. No Poder Judiciário, o UAILab é um dos primeiros, se não o primeiro, que está trazendo essa abordagem como uma nova metodologia em busca da resolução de problemas para os usuários. Para além de ser uma mera técnica de contar histórias, o Storytteling representa uma maneira mais eficiente de transmitir a informação, captando melhor a atenção das pessoas e envolvendo o elemento emocional delas; conseguindo assim, registrar com mais precisão e consistência a informação para o receptor. Em parceria com a EJEF, o UAILab pretende por meio da realização de cursos como este, trazer novas ferramentas e estratégias de comunicação, fomentando e contribuindo com a missão de divulgar a cultura da inovação no TJMG” – ressaltou.

Jonathan Porto, oficial de justiça da comarca de Mateus Leme, conta que o curso tem o auxiliado de diversas maneiras. “Como agente público representante do Judiciário, lido com várias pessoas, portanto, com inúmeras histórias. O Storytteling está me ajudando a ter um olhar diferenciado, o qual eu passo a enxergar não somente o indivíduo quem estou citando, intimando ou praticando algum ato de comunicação ou de execução. Passo a olhá-lo além das características que o definem ou dos fatos ocorridos – há o caráter histórico dela. A técnica também pode contribuir no momento em que faço uma narrativa ou pratico algum ato referente à decisão judicial; de forma que a parte executada ou intimada passa a me compreender melhor e ter uma maior consciência do que está acontecendo, principalmente naquele momento quando é feita a abordagem. Além da prestação jurisdicional, pretendo ainda aprimorar minha comunicação com meus colegas de trabalho, sejam eles também agentes de execução, ou pertencentes a outros setores do TJMG” – destacou.

Foto: Patrícia Kubitschek - CETEDRodrigo Faria (Juiz e Coordenador do UAILab), Jonathan Porto (Oficial de Justiça), Guilherme Chiodi (Coordenador do Núcleo de Gestão da Inovação/NUGIN) e Jéssica Mesquita (UAILab)

Para a assessora Mayra Augusto de Carvalho, o Storytelling é um instrumento fomentador de comunicação eficaz entre o TJMG e os jurisdicionados. “Ele humaniza os casos, tornando-os mais compreensíveis e memoráveis para o público. O uso de histórias permite que as partes envolvidas transmitam suas motivações, circunstâncias e emoções em prol da justiça humanizada”, ponderou.

Foto: Patrícia Kubitschek - CETEDMayra Augusto de Carvalho (3ª Vara Empresarial da comarca de Contagem)

A utilização da técnica no contexto da Administração Pública, mais precisamente no Poder Judiciário está ligada à capacidade de comunicar efetivamente políticas públicas, inovações e mudanças. O Judiciário lida com processos, e, portanto, com termos que eventualmente não são compreendidos pelo cidadão por não fazerem parte do seu cotidiano. Nesse sentido, as histórias podem ser uma ponte, transformando a linguagem técnica em narrativas que ressoam com a experiência das pessoas. Para isso, o uso da linguagem simples (diferente de simplista), adotada de forma clara, direta, imediatamente compreensível e acessível a todos, independentemente do nível de especialização, representa uma importante aliada. Torna-se relevante destacar que não é necessário diluir o conteúdo para que ele seja comunicado de maneira eficaz. Há técnicas para a utilização da linguagem simples, que irão facilitar a conexão com o público, quebrar barreiras, aumentar a eficácia da mensagem e gerar engajamento.

No Judiciário, a inovação pode ser apresentada sob diferentes formatos, como a implementação de sistemas digitais para agilizar processos ou a introdução de novos métodos de mediação e conciliação. Neste cenário, o storytteling pode ser usado para contar histórias de sucesso acerca destas mudanças ao demonstrar, por meio de exemplos reais, como estão melhorando o acesso de todos à justiça. A capacidade de analisar dados e apresentá-los de uma forma compreensiva e envolvente representa um mecanismo que contribui para uma percepção mais positiva da instituição, fortalecendo, assim, seu vínculo com a sociedade.

Por meio de uma comunicação transparente e mais humanizada, o Storytteling promove uma melhor compreensão sobre os serviços prestados, aproxima a população das instituições públicas, gera credibilidade, inspira ação e mudança, além de fomentar uma cultura inovadora – terreno fértil para que muitas outras histórias sejam contadas com um final feliz.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Domicílio Judicial Eletrônico é implementado em toda a Justiça do Trabalho


A Justiça do Trabalho se tornou o primeiro ramo do Poder Judiciário a concluir a implementação do Domicílio Judicial Eletrônico. A solução, elaborada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cria um endereço judicial virtual para centralizar as comunicações processuais, citações e intimações de forma eletrônica às pessoas jurídicas e físicas.

A ferramenta está em fase de implementação em todo o Poder Judiciário e, de acordo com o painel de monitoramento do sistema mantido pelo CNJ, até agora, 38 tribunais já concluíram a instalação da ferramenta. Deste total, 63% são tribunais da Justiça do Trabalho, que concluiu a adesão dos 24 Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) neste mês.
Celeridade e economia de recursos

O Domicílio Judicial Eletrônico foi elaborado para facilitar e agilizar as consultas para quem recebe e acompanha citações, intimações e demais comunicações de processo encaminhados pelos tribunais de todo o Brasil. A solução é gratuita e substitui as comunicações físicas e/ou a locomoção de oficiais de Justiça.

A ferramenta garante maior rapidez aos processos judiciais e uma maior contenção de recursos humanos e financeiros aplicados na prestação de serviços pelo Poder Judiciário.
Implementação em etapa

Na primeira etapa de implantação, o CNJ estipulou que somente pessoas jurídicas que sejam instituições financeiras podem se cadastrar no Domicílio Eletrônico, no entanto, o benefício vai ser ampliado para as demais PJs e pessoas físicas. Para acesso ao sistema, é necessário utilizar um certificado digital do tipo e-CNPJ.

InfoJus Brasil: com informações do CNJ

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Busca e apreensão de veículo sem ordem judicial

Artigo publicado no site Folha Max, clique AQUI para acessar e comentar.

Tem-se como objetivo no presente artigo tecer breves sobre o marco legal das garantias dispositivos da Lei Federal 14.711/2023 que instituiu um modelo de busca e apreensão extrajudicial de veículos e demais bens móveis nas hipóteses em que houver o inadimplemento das prestações oriundas de um contrato garantido por alienação fiduciária sem o exame prévio do Judiciário.

A Lei 14.711/2023 trouxe a possibilidade da busca e apreensão do veículo ser realizada no próprio Registro de Títulos e Documentos (cartório), afastando a obrigatoriedade de intervenção do Poder Judiciário para reaver o bem objeto da garantia. O processo judicial será facultativo (§ 11 do Art. 8º).

A Lei 14.711/2023 trouxe a possibilidade da busca e apreensão do veículo ser realizada no próprio Registro de Títulos e Documentos (cartório), afastando a obrigatoriedade de intervenção do Poder Judiciário para reaver o bem objeto da garantia. O processo judicial será facultativo (§ 11 do Art. 8º). A Unioficiais/BR - União dos Oficiais de Justiça do Brasil propôs ação no STF Processo: ADIn 7.600, levantou questionamentos sobre o artigo 6º do marco legal das garantias, especialmente no que diz respeito à permissão de busca e apreensão por meios extrajudiciais, sem a necessidade de intervenção do Poder Judiciário. Também já foi questionada pela AMB - Associação dos Magistrados Brasileiros protocolou Processo: ADIn 7.601 no STF contestando dispositivos do marco legal das garantias da lei 14.711/23, artigos 8-B, 8-C, 8-D e 8-E, acrescentados ao decreto-lei 911/69 pelo artigo 6º da lei 14.711/23 (que instituiu a busca e apreensão privada precedida de procedimento de monitoramento privado do devedor), assim como os artigos 9º (que instituiu a execução extrajudicial dos créditos garantidos por hipoteca) e 10º (que instituiu a execução extrajudicial da garantia imobiliária em concurso de credores) da mesma lei 14.711/23. A ação foi distribuída ao ministro Dias Toffoli, que também é o relator de processo semelhante ajuizado pela Unioficiais/BR - União dos Oficiais de Justiça do Brasil.

O novo Marco Legal insere o art. 853-A no CC. Pelo novo texto, qualquer garantia poderá ser constituída, levada a registro, gerida e ter a sua execução pleiteada por agente de garantia designado pelos credores. O agente atua em nome próprio e em benefício dos credores, com dever fiduciário, inclusive em procedimentos extrajudiciais e ações judiciais relacionadas ao crédito, e pode ser substituído a qualquer tempo pelo credor único ou pela maioria simples dos credores, em assembleia.

A lei está permitindo, pois, a perda da posse de bem móvel, mediante procedimento que a Constituição exige a prévia autorização judicial (CF, art. 5º, XI), vale dizer, mediante o procedimento de “busca e apreensão” privada, sem observância do princípio da reserva de jurisdição (CF, art. 5º, XI e XXXV) e com ofensa à garantia da inviolabilidade da intimidade e da vida privada (CF., art. 5º, X) sem observância do devido processo legal (CF., art. 5º, LIV).

Com todo respeito pelas opiniões contrarias, infelizmente isso não vai ocorrer, pois o procedimento aprovado possui problemas graves quanto ao cumprimento de medidas. Um deles está relacionado à ausência de ordem para a entrega do bem. No procedimento judicial, o juiz determina a apreensão do veículo, que pode conter ordem expressa de arrombamento e a utilização de reforço policial. Já no procedimento administrativo, não há previsão e nem possibilidade de isso ocorrer, já que não há utilização de força. Os procedimentos administrativos devem ser ainda mais morosos do que os judiciais. A nova Lei não prevê a necessidade de atuação de advogado(a).

A inconstitucionalidade é absoluta, sem o crivo do poder judiciário, para o fim de verificar a manifesta incompatibilidade das normas de direito federal com o texto constitucional.

Competirá ao Conselho Nacional de Justiça e às corregedorias dos Tribunais supervisionar a atuação dos delegatários que conduzirão este novo procedimento, a fim de analisar os resultados e realizar os ajustes que se fizerem necessários.

Caberá ao Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, 'o', CF) em declarar a nulidade, por vício de inconstitucionalidade dos artigos citados ou manter marco legal das garantias dispositivos da Lei Federal 14.711/2023.

Marcos A. Rachid Jaudy formado Universidade Candido Mendes (Turma Ulisses Guimarães-1985), 64 anos, advogado inscrito OAB/MT/SP +38 anos, e atuante em todo o país, teólogo, ex-Bemat/RJ, ex-Prof da Unic, exPrefeitura de São Paulo, Conseg/SP, membro da acrimesp, um eterno aprendiz.

InfoJus Brasil: Fonte Folha Max

Sessão Solene marcará homenagens do Dia do Oficial de Justiça na Câmara dos Deputados


Afojebra, Fenassojaf e Fesojus-BR, em conjunto com a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Oficiais de Justiça, agendaram para o dia 20 de março as atividades em comemoração ao Dia Nacional do Oficial de Justiça.

Celebrado em 25 de março, o Dia do Oficial de Justiça foi instituído através da Lei Federal n.º 13.157/2015, com o objetivo de homenagear e reconhecer a atuação desses profissionais no sistema de Justiça brasileiro.

A programação deste ano de 2024 terá uma sessão solene na Câmara dos Deputados com as presenças do presidente da FPMOJ Ricardo Silva e o vice-presidente, Coronel Meira, em um debate sobre a atividade nas justiças estaduais e federal.

O evento acontecerá a partir das 9 horas, no Plenário Ulysses Guimarães da Câmara.

InfoJus Brasil: com informações da UniOficiais/Sindojus-DF

Presidente do TJCE autoriza o pagamento da diferença da Indenização de Transporte de Oficiais de Justiça

A conquista do reajuste da IT ocorreu em março de 2022, mas só foi executado em maio. Com a decisão, o pagamento referente a abril virá na folha de fevereiro, a ser pago em 1º de março


Foto: Luana Lima/Sindojus Ceará

Oficiais de Justiça do Ceará obtiveram, em março de 2022, depois de 11 anos de espera, uma importante vitória com a publicação da Lei nº 18.003/2022 – que atualizou, pela primeira vez, a Indenização de Transporte (IT) desses servidores. A verba indenizatória, a qual a categoria faz jus por utilizar o seu veículo particular para dar cumprimento aos mandados judiciais, estava congelada desde que fora instituída, em 2010. Apesar da materialização da conquista ter ocorrido em março, o reajuste só foi executado um mês depois, em maio. Com o objetivo de reaver essa diferença, o Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE) requereu, junto à administração do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), a diferença do pagamento referente ao mês de abril.

Depois de tomar conhecimento da fundamentação apresentada pela entidade, o presidente do TJCE, desembargador Abelardo Benevides, de imediato reconheceu a justeza da demanda e assinou despacho autorizando o pagamento dessa diferença. A decisão consta no Expediente da Presidência nº 11/2024, publicado no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) da última quarta-feira (21). O documento reconhece dívida de exercício anterior referente à parcela fixa da indenização. O pagamento virá na folha de fevereiro, a ser pago em 1º de março.

Respeito e valorização da categoria

A publicação destaca que a decisão está em consonância com o art. 112 da Lei nº 9.809/1973, o qual estabelece que “poderão ser pagas por dotações para despesas de exercícios anteriores as dívidas de exercícios encerrados devidamente reconhecidas pela autoridade competente”. Na avaliação do Sindojus, a decisão do chefe da Corte demonstra o respeito e valorização por parte da administração do TJ com a categoria dos Oficiais de Justiça, responsável por materializar as decisões judiciais.

InfoJus Brasil: com informações do Sindojus-CE

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Oficial de Justiça do STF intima Zambelli no plenário da Câmara para deputada apresentar defesa em caso de porte de arma

Antes, ela havia sido procurada em casa e no gabinete, mas sem sucesso. Aliados chegaram a reclamar e a dizer que era abordagem da PF, mas era um oficial de Justiça.

Deputada Carla Zambelli recebe intimação do STF no Plenário da Câmara.

O Supremo Tribunal Federal (STF) intimou na noite desta quarta-feira (21) a deputada Carla Zambelli (PL-SP), no meio do plenário da Câmara, a apresentar sua defesa na ação em que ela é ré por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. O conteúdo da intimação foi confirmado pelo STF.

Segundo a parlamentar, um oficial de Justiça da Corte havia tentado entregar a intimação em outras duas oportunidades, em sua casa e em seu gabinete na Câmara. A entrega da intimação ocorreu, enfim, durante a votação de um dos projetos da pauta da Casa desta quarta.

No momento da intimação, Zambelli se preparava para conceder uma entrevista à imprensa. Uma oficial da Corte se aproximou da deputada, que já tinha conhecimento das tentativas de intimação anteriores, e pediu que a parlamentar assinasse o documento.

Zambelli estava ao lado de aliados, como o deputado André Fernandes (PL-CE). A notificação não causou confusão na sessão, que seguiu sem interrupção. Minutos depois, a deputada se retirou do espaço para outros compromissos.

Aliados da deputada chegaram a ensaiar dizer que a PF havia invadido o plenário da Câmara. Tentaram repetir protestos adotados quando agentes da corporação fizeram operações contra deputados de oposição na Casa.

Apesar do pouco barulho de toda a movimentação, os parlamentares reclamaram da abordagem no plenário, que não chegou a ser notada por policiais legislativos da Casa que faziam a segurança dentro do plenário. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que estava comandando a sessão, nãoregistrou o fato.

Arma em punho

Zambelli virou ré em agosto de 2023. A denúncia se refere a um episódio de outubro de 2022, na véspera do segundo turno, quando a parlamentar discutiu com um apoiador do então candidato Lula, em uma rua de um bairro nobre de São Paulo. Ela perseguiu o homem com arma em punho.

Após o recebimento da denúncia e abertura da ação penal, a deputada é notificada para apresentar defesa sobre a acusação - fase que ocorreu nesta quarta.

Depois dessa fase, serão ainda realizados, por exemplo, depoimentos de eventuais testemunhas e mais para frente o interrogatório de Zambelli. Somente após isso ocorrerá o julgamento, que definirá se ela será condenada ou absolvida.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que o STF condene a deputada a uma multa de R$ 100 mil por danos morais coletivos, além da decretação da pena de perdimento da arma de fogo utilizada no crime, bem como o cancelamento definitivo do porte de arma.

À época da aceitação da denúncia, o relator do caso, ministro Gilmar Mendes, afirmou que, mesmo que Zambelli "tenha porte de arma, o uso fora dos limites da defesa pessoal, em contexto público e ostensivo, ainda mais às vésperas das eleições, em tese, pode significar responsabilidade penal".

Segundo Gilmar, a tese de legítima defesa colocada pelos advogados deve ser analisada ao longo do processo penal.

"O conteúdo das evidências adquiridas na Etapa da Investigação Criminal é suficiente ao recebimento da denúncia, abrindo-se espaço à instrução e julgamento da hipótese acusatória, diante do afastamento da hipótese defensiva", escreveu o ministro.

Ao comentar o recebimento da denúncia, em agosto passado, a defesa de Carla Zambelli afirmou que, no caso, “agiu dentro do exercício regular de seu direito”.

“Ademais, possuía registro e porte de arma, concedido pelo poder público, portando-a naquela data em função das dezenas e diversas ameaças de morte, bem como ameaças à sua integridade física e do filho.”

InfoJus Brasil: com informações do G1

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

PERNAMBUCO: Homem é preso após ameaçar e tentar esfaquear Oficial de Justiça

Homem tentou esfaquear oficial de Justiça em Cedro/PE e foi preso em flagrante


Um ato de violência chocante foi direcionado ao Oficial de Justiça Aridânio de Azevedo Araújo, enquanto ele cumpria seu dever profissional. Enquanto tentava realizar uma intimação ao autuado Lourival José Filho, também conhecido como Lourin, Aridânio foi alvo de desacato, ameaças e perseguição, enfrentando um agressor armado com uma faca-peixeira. O incidente ocorreu na última sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024, no Sítio Caldeirão, zona rural do município de Cedro, no Sertão de Pernambuco.

Segundo Boletim de Ocorrência, a situação escalou rapidamente quando Lourival se recusou a aceitar a intimação, agindo de forma violenta e ameaçadora. Armado com uma faca, ele partiu para cima de Aridânio, forçando o oficial a buscar refúgio na vizinhança enquanto seu veículo era vandalizado, Matéria Relacionada (clique aqui).

A rápida intervenção da polícia militar do 8°BPM foi crucial para conter o agressor e levá-lo à Delegacia Regional de Salgueiro, onde Lourival José Filho foi preso em flagrante. Durante a audiência de Custódia, o juiz Carlos Eduardo das Neves Matias decretou a prisão preventiva do agressor, que foi encaminhado ao presídio de Salgueiro.

O Presidente do TJPE demonstrou apoio contínuo ao Sindojus-PE durante todo o processo, garantindo suporte institucional, incluindo assistência social e psicológica, quando necessário. O Sindojus-PE, por sua vez, reiterou seu compromisso em acompanhar de perto o desenrolar do ocorrido, oferecendo total apoio a Aridânio de Azevedo Araújo e garantindo que o criminoso seja responsabilizado por seus atos.

A diretoria do Sindojus-PE enfatizou a importância da segurança e proteção dos oficiais de justiça em seu exercício profissional, e reafirmou seu compromisso em garantir um ambiente de trabalho seguro e protegido para todos os seus membros.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

TV JUSTIÇA: Validade de trecho do “Marco Legal das Garantias” será decidida pelo STF

Ação Diretra de Inconstitucionalidade (ADI) para impedir busca e apreensão sem ordem judicial é destaque na TV Justiça. 

Assista e comente no Youtube:


InfoJus Brasil: o portal dos Oficiais de Justiça do Brasil





Entidades vão ao STF contra Marco Legal das Garantias e ‘privatização’ da Justiça

Associações de magistrados e de oficiais de Justiça contestam apreensão de bens móveis de forma extrajudicial

Crédito: Unsplash

Entre sexta (9/2) e quarta-feira (14/2), duas entidades de classe acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) contra regras do Marco Legal das Garantias que permitem a busca e apreensão e a transferência da propriedade de bens dados como garantia para empréstimos sem o exame prévio do Judiciário.

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a União dos Oficiais de Justiça do Brasil (UniOficiais-BR) questionaram a constitucionalidade das previsões, contidas na Lei 14.711/2023.
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A primeira ação, ajuizada pela UniOficiais-BR, contesta a possibilidade de busca e apreensão de bens móveis de forma extrajudicial. No Brasil, normalmente o objeto é um veículo dado como garantia para um financiamento, mas também pode ser o caso de uma máquina, por exemplo.

Os oficiais de Justiça operam junto aos magistrados e realizam pessoalmente diligências relacionadas aos processos judiciais. Atuam para as decisões serem cumpridas adequadamente. Daí, uma das razões para a associação se opor às mudanças.

Uma modalidade extrajudicial de busca e apreensão, segundo a entidade, permite que essa medida seja realizada por cartórios, Departamentos de Trânsito e empresas credenciadas, em uma “privatização das atribuições dos juízes e oficiais de Justiça” que a “compromete e pode gerar consequências muito graves”.

A norma está contida no artigo 6º do Marco Legal das Garantias. A UniOficiais/BR afirmou que ela viola direitos fundamentais, o devido processo legal e a reserva de jurisdição (que impede outros órgãos de exercerem as funções do Judiciário).

Quando sancionou a lei, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou o artigo por inconstitucionalidade. Na mensagem enviada ao Congresso, o governo afirmou que a medida ofereceria risco ao relativizar direitos e garantias individuais, independentemente de decisão judicial.

O veto foi baseado em uma manifestação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, então comandado por Flávio Dino. Hoje, o ministro aguarda a posse no STF. A cerimônia deve ocorrer no próximo dia 22 de fevereiro.

Essa foi uma das razões pelas quais o presidente da UniOficiais-BR, Gerardo Lima, mostrou confiança na tese de inconstitucionalidade. O dirigente disse que o caso não se enquadra na hipótese de impedimento e espera que o ministro mantenha o mesmo posicionamento no julgamento da ADI.

Lima insistiu que as medidas de busca e apreensão devem ser feitas por quem tem conhecimento técnico-jurídico. Tirar isso delas é abrir espaço para “atos de arrombamento sem autorização, abordagem de veículos em movimento no meio da rua, situações de agressão”.

“É algo extremamente perigoso”, alertou. “Os atos de força no Brasil são todos praticados pelo Estado” e, quando ele cede esse poder a particulares, há “um risco enorme, inclusive de vários outros processos, porque as pessoas vão ficar insatisfeitas e ingressar na Justiça”.

A AMB, que representa os juízes, viu na legislação os mesmos vícios, mas foi além. Questionou também os artigos 9º e 10. O nono trata da possibilidade de o credor tomar um imóvel dado como garantia e vendê-lo. O décimo, do procedimento para os credores habilitarem seus créditos nos casos de execução do imóvel.

“Ao permitir a busca e apreensão de bens móveis por meio de procedimento extrajudicial — isto é, sem a necessidade de autorização do juiz —, a Lei n. 14.711/2023 transferiu para o oficial de registro uma competência que a Constituição reservou ao Poder Judiciário”, afirma Frederico Mendes Júnior, presidente da AMB.

“Quando assumem funções típicas do Judiciário, os tabeliães dos cartórios não oferecem a mesma garantia de imparcialidade e independência dos magistrados — o que gera insegurança jurídica, além de dar margem a violações de direitos, sobretudo dos devedores”, conclui Mendes Júnior.

Ambas as ações pedem uma decisão liminar para suspender os efeitos das normas. A matéria será apreciada na ADI 7.600, relatada por Dias Toffoli, e na ADI 7.601, que também deve ser distribuída para o ministro em razão da semelhança entre elas.

ARTHUR GUIMARÃES – Repórter em Brasília. Atua na cobertura jurídica do JOTA, com foco no STF. Formado em jornalismo pela Faculdade Cásper Libero. Antes, trabalhou no Suno Notícias cobrindo mercado de capitais. Email: arthur.guimaraes@jota.info

sábado, 10 de fevereiro de 2024

Oficial de Justiça consegue intimar 3ª mais rica do Brasil em ação milionária

Lúcia Borges Maggi, mãe do ex-governador Blairo Maggi e uma das donas da empresa Amaggi, é considerada a terceira mulher mais rica do Brasil

Divulgação/Amaggi

A Justiça do Mato Grosso não conseguiu encontrar Lúcia Borges Maggi, a terceira mulher mais rica do país, para intimá-la numa ação movida contra a família Maggi e a empresa Amaggi. Lúcia, de 91 anos, é viúva de André Maggi, mãe do ex-governador Blairo Maggi e uma das donas da maior produtora brasileira de soja.

Um oficial de Justiça iniciou a procura por Lúcia no dia 11 de janeiro. Ele esteve em diversos endereços relacionados à empresária e tentou contato por meio de seis números de telefone, mas não obteve sucesso.

Na certidão entregue à Justiça, o oficial declarou que cumpriu as formalidades legais e encontrou “indícios de ocultação” por parte de Lúcia, o que o levou a dar por feito o processo de intimação no dia 24 de janeiro. Portanto, a intimação é válida para os efeitos legais.

Outro oficial de Justiça também teve dificuldades para intimar Pedro Jacyr Bongiolo, ex-presidente do Conselho de Administração da Amaggi. Ele afirmou que percorreu mais de 500 quilômetros até conseguir cumprir o mandado através do porteiro do prédio onde Bongiolo mora.

A ação foi movida por Carina Maggi Martins, uma filha que o patriarca da família, André Maggi, teve fora do casamento. Dias antes de morrer, André deixou o quadro societário da Sementes Maggi Ltda. e da Agropecuária Maggi Ltda. e doou R$ 53,2 milhões de cotas das empresas para Lúcia.

Carina afirma que foi enganada por Lúcia e pelos irmãos no processo de partilha dos bens de André. Ela contratou uma perícia grafotécnica particular que apontou divergências nas assinaturas de André nos documentos firmados antes da morte do patriarca.

André Maggi morreu no dia 22 de abril de 2001. Ele tinha mal de Parkinson em estágio avançado e sofreu uma parada cardíaca.

Uma audiência entre as partes do processo estava marcada para quinta-feira (8/2), mas a Justiça decidiu adiá-la devido às dificuldades que os oficiais tiveram para localizar os envolvidos.

A coluna tentou contato com Lúcia, mas não houve retorno. O espaço está aberto para eventuais manifestações.

InfoJus Brasil: com informações do Portal Metrópoles, com edições.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Entidades nacionais terão atividades em comemoração ao Dia Nacional do Oficial de Justiça

SAVE THE DATE: ENTIDADES NACIONAIS E FPMOJ TERÃO ATIVIDADES NO DIA 20 DE MARÇO EM COMEMORAÇÃO AO DIA NACIONAL DO OFICIAL DE JUSTIÇA


As entidades nacionais – Afojebra, Fenassojaf e Fesojus-BR, em conjunto com a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Oficiais de Justiça, agendaram para o dia 20 de março as atividades em comemoração ao Dia Nacional do Oficial de Justiça.

Celebrado em 25 de março, o Dia do Oficial de Justiça foi instituído através da Lei Federal n.º 13.157/2015, com o objetivo de homenagear e reconhecer a atuação desses profissionais no sistema de Justiça brasileiro.

A programação deste ano de 2024 terá uma audiência na Câmara dos Deputados com as presenças do presidente da FPMOJ Ricardo Silva e o vice-presidente, Coronel Meira, em um debate sobre a atividade nas justiças estaduais e federal.

“Nosso objetivo é que os Oficiais federais de todo o Brasil já se programem com antecedência para estarem conosco no dia 20 de março em Brasília. O evento está sendo construído em conjunto e de maneira muito harmônica com a Afojebra e a Fesojus. Tem sido muito produtiva essa construção coletiva!”, afirma a presidenta da Fenassojaf Mariana Liria.

Mais informações sobre essa atividade serão divulgadas em breve.

“Vamos lá mostrar o nosso orgulho de ser Oficial de Justiça!!”, finaliza Mariana.

InfoJus Brasil: com informações da Fenassojaf

PL de iniciativa do Sintrajud, que garante isenção do IPVA para oficiais de justiça, tramita na Alesp

Foi apresentado na Alesp o Projeto de Lei de iniciativa do Sintrajud e autoria do deputado Carlos Giannazi (PSOL), que trata da isenção do IPVA aos oficiais de justiça; Sindicato acompanha o andamento do projeto e reforça a importância da mobilização da categoria para a aprovação da lei.

Oficiais de justiça e diretoria do Sintrajud em reunião na Alesp com o deputado Carlos Giannazi (PSOL). Foto: arquivo Sintrajud

Nesta semana, foi protocolado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) o Projeto de Lei 40/2024, que dispõe sobre a concessão de isenção do IPVA, demanda antiga dos oficiais de justiça. O PL, de autoria do deputado Carlos Giannazi (PSOL), se tornou uma realidade pela articulação do Sintrajud em conjunto com o deputado e visa garantir a isenção para o segmento de São Paulo, do Judiciário da União (Justiça Federal, Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Militar) e do Judiciário Estadual.

O Projeto foi publicado no Diário Oficial do Estado nesta quinta, 8 de fevereiro, e agora passa a tramitar na Alesp e sua aprovação dependerá, principalmente, da mobilização e articulação dos servidores no estado de São Paulo. Apenas a mobilização poderá garantir vitórias para os servidores.

Segundo a proposta de autoria do Sintrajud, ficam isentos do pagamento de IPVA, bem como da taxa de licenciamento, os veículos automotores utilizados para o desenvolvimento das atividades pertinentes às atribuições legais aos oficiais. Os benefícios previstos somente se aplicarão aos servidores enquanto estiverem em atividade e no efetivo cumprimento de suas atribuições legais.

Na avaliação do segmento, o Poder Público deixa de despender grandes somas com a aquisição de veículos, não arca com os custos de manutenção, depreciação e tampouco precisa contratar motoristas para a função, ou seja, quem paga por todos esses custos são os trabalhadores. “É uma medida de justiça a isenção de IPVA, uma vez que o oficial utiliza de carro próprio no exercício da sua função a serviço da Justiça. Portanto, do Estado”, defende Lynira Sardinha, oficiala de justiça aposentada e diretora do Sindicato.

Para fortalecer a luta do segmento estadualmente e assim dar visibilidade à pauta e destacar a relevância da aprovação do PL 40, o Sintrajud irá construir um processo de mobilização, com diversas ações para debater o projeto, que deve envolver o conjunto dos oficiais de justiça de São Paulo, do Judiciário da União e do Judiciário Estadual, segmento que também será beneficiado com a lei.

A isenção de IPVA e taxa de licenciamento para os oficiais, nos veículos utilizados em seu trabalho, longe de um privilégio, trata-se de uma questão de justiça com os servidores. “Nada mais legítimo do que uma contrapartida do Poder Público, uma vez que os Oficiais de Justiça utilizam os próprios veículos particulares a serviço do Estado, em atividade essencial para efetivar as ordens judiciais”, defende o servidor e oficial de justiça Marcos Trombeta, também dirigente do Sindicato.

Compromisso com a pauta

No dia 6 de dezembro de 2023, os oficiais e a diretoria do Sintrajud estiveram na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), solicitando apoio do deputado Carlos Giannazi (PSOL) à justa demanda do segmento, que dispõe de concessão de isenção do IPVA. Diante do grupo, o parlamentar manifestou apoio e comprometeu-se a dar encaminhamento à pauta junto à Casa de Leis, e assim, corrigir uma distorção do Estado nociva ao segmento.

O Sindicato acompanhará o desenrolar da pauta na Casa Legislativa e articulará junto aos parlamentares, inclusive, com ações de corpo a corpo pela aprovação da lei 40/2024. A entidade salienta, uma vez mais, a importância da participação dos oficiais de justiça neste processo e reafirma o seu compromisso com a categoria e aponta que só com mobilização será possível avançar nessa luta.

InfoJus Brasil: com informações do Sintrajud

UniOficiais/BR ingressa com ADI contra busca e apreensão sem ordem judicial

A Associação Nacional União dos Oficiais de Justiça do Brasil – UniOficiais/BR ingressou com a Ação Direta de Inconstitucionalidade com pedido de medida cautelar nº 7600 contra o novo art. 8º-C do Decreto-lei nº 911/69 (alienação fiduciária em garantia), que passou a permitir a busca e apreensão de bens móveis de forma extrajudicial. Esse dispositivo legal foi inserido após derrubada do veto presidencial aposto de forma parcial ao Marco Legal das Garantias (Lei nº 14.711/2023).

Em síntese, com a nova disciplina seria possível realizar busca e apreensão de bens móveis sem a necessidade de autorização judicial e por meio de expediente junto aos cartórios extrajudiciais. No caso dos veículos, a busca ainda poderia ser realizada diretamente pelos Detrans e empresas credenciadas.

Entretanto, esse modelo pode violar princípios fundamentais, como inviolabilidade do domicílio e devido processo legal. Inclusive, entidades privadas (empresas credenciadas junto aos Detrans e com potencial interesse na medida) teriam poder para realizar diretamente atos constritivos de busca e apreensão.

A identificação desses riscos e da consequente inconstitucionalidade foi devidamente apontada pelo veto presidencial orientado pelo Ministério da Justiça. E o STF em oportunidades anteriores julgou inconstitucional a indisponibilidade de bens na via administrativa por envolver forte intervenção no direito de propriedade, exigindo, para tanto, observância da cláusula de reserva de jurisdição.

Na referida ADI, a UniOficiais/BR relata que a atribuição de busca e apreensão cível de bens móveis consiste em atribuição exclusiva dos Oficiais de Justiça, profissionais extremamente qualificados, dotados de conhecimento jurídico, fé pública, aprovados em rigoroso concurso público e com a expertise e imparcialidades necessárias para praticar esses atos, de forma a equilibrar os direitos do credor e do devedor. E requer medida cautelar para suspender de imediato a aplicação da norma, impedindo todos os riscos nela envolvidos.

A UniOficiais/BR demonstrou ainda o cabimento e a legitimidade para a propositura dessa ação constitucional. Isso porque a norma atacada retira atribuições relevantes dos Oficiais de Justiça e o objeto da referida associação consiste na defesa da categoria, atendendo a pertinência temática. Além disso, a entidade possui associados em mais de 9 Estados da Federação, o que configura o caráter nacional, nos termos da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

O Ministro Dias Toffoli foi designado relator da ação e irá analisar o pedido cautelar (liminar). O futuro da dinâmica das buscas e apreensões de bens móveis no Brasil depende desse julgamento.


InfoJus Brasil: com informações da UniOficiais/BR

Atualizado: 09/02/2024 às 20:07h

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Sindojus-CE apresenta proposta de criação de Centrais Especializadas a representantes da Defensoria Pública

Fotos: Defensoria Pública do Ceará

O Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE) se reuniu ontem (6) com representantes da Defensoria Pública do Ceará (DPCE), oportunidade em que apresentou a proposta da entidade de criação de Centrais Especializadas no cumprimento de mandados oriundos dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. O presidente do Sindojus, Vagner Venâncio, e a diretora Fernanda Garcia explicaram que o intuito é dar maior celeridade ao cumprimento dessas medidas e oferecer um atendimento qualificado a essas vítimas, bem como aos agressores, com o objetivo de preservar vidas e evitar a revitimização, fortalecendo a rede de proteção à mulher no Estado.

“O nosso objetivo é dar vazão a essa ordens judiciais de forma cada vez mais célere, com uma equipe de Oficiais de Justiça especializada só no cumprimento de mandados relacionados à violência doméstica, nessa ação conjunta com os diversos atores envolvidos na rede de enfrentamento para potencializar o cumprimento dessas ordens judiciais inerentes à violência contra a mulher”, esclareceu Vagner Venâncio.

Fortaleza concentra 44% das demandas

Os dirigentes apresentaram dados referentes a esse tipo de atendimento. Foram expedidos, em todo o ano passado, 53.372 mandados judiciais oriundos dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, o que representa uma média de 146 medidas expedidas por dia. A comarca de Fortaleza, que conta com dois Juizados, concentra maior parte da demanda – 44% –, seguida das comarcas de Juazeiro do Norte (14,1%), Crato (13,6%), Caucaia (11,5%), Maracanaú (8,4%) e Sobral (8,1%), as quais possuem um Juizado cada. Os dados são do Sistema de Estatísticas e Informações (SEI) do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).

Outro assunto tratado foi sobre a qualificação das partes assistidas pela Defensoria Pública. Os representantes da categoria dos Oficiais de Justiça solicitaram que houvesse mais informações para viabilizar, inclusive, intimações junto à Defensoria por meios remotos (WhatsApp).

O encontro contou com a participação do subdefensor público-geral, Leandro Bessa; da supervisora do Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Nudem), Jeritza Rocha Lopes; e do coordenador das Defensorias da Capital, Manfredo Rommel Cândido Maciel, que receberam muito bem a proposta apresentada pelo Sindojus. Eles informaram que, em breve, a Defensoria Pública deverá se reunir com o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Abelardo Benevides, quando deverá mencionar a visita dos representantes da categoria dos Oficiais de Justiça e a concordância com a proposta de criação de Centrais Especializadas no Estado, visando a dar maior agilidade ao andamento das denúncias.

Relevância do Oficial de Justiça na rede de proteção

O Oficial de Justiça é o servidor do Poder Judiciário responsável pelo cumprimento das medidas protetivas de urgência, assim como todos os atos de comunicação de um processo judicial, é, portanto, quem está na casa dessa mulher e pode ter um atendimento especializado voltado para o acolhimento dessas vítimas. Muitas vezes é também quem tem o primeiro contato com o agressor, por isso a importância de serem treinados e qualificados para desenvolver um atendimento padronizado, no sentido de alertar o agressor das consequências de desobedecer a medida protetiva.
Audiência pública e projeto de indicação na Alece

A criação de Centrais Especializadas foi um dos pontos de debate da audiência pública realizada em dezembro do ano passado, no Senado Federal, por iniciativa da senadora Augusta Brito (PT-CE). O evento tratou, entre outros assuntos, sobre a necessidade de identificar a violência doméstica e o feminicídio por meio de dados e da atuação do Oficial de Justiça. Tramita ainda, na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), um projeto de indicação de autoria do deputado Guilherme Landim (PDT) que dispõe sobre a criação e instalação de Centrais Especializadas nas comarcas que possuem Juizados de Violência Doméstica e Familiar no Ceará.

Essa é uma demanda que vem sendo pleiteada pelo Sindojus desde 2021. O pedido foi reiterado no ano passado, por meio de requerimento protocolado no mês de maio junto à nova administração do TJ destacando, além do protagonismo do judiciário cearense, que a medida visa a oferecer melhores condições para o atendimento especializado na execução de medidas em favor das mulheres vítimas de violência doméstica, as quais passarão a contar com um atendimento padronizado e ainda mais qualificado.

InfoJus Brasil: com informações do Sindojus-CE

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