sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Família de oficial de Justiça do TJPE assassinado no Recife pede justiça: 'tenho um filho de 50 dias sem um pai', diz esposa

Morte cerebral de Jorge Eduardo Lopes Borges foi confirmada na quarta (7) e órgãos foram doados. Câmeras de segurança registraram quando ele foi baleado.

Esposa de oficial do TJPE assassinado no Recife diz que tem um filho de 50 dias sem um pai

A família do oficial de Justiça Jorge Eduardo Lopes Borges, de 41 anos, esteve nesta quinta (8) no Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, na área central do Recife. O servidor do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) foi baleado na cabeça, no domingo (4).

Enquanto aguardavam a liberação do corpo de Jorge, a esposa dele, a advogada Geisiele Barbosa, de 36 anos, disse que espera por Justiça (veja vídeo acima).

"Eu tenho um filho de 50 dias sem um pai. E o que ele [Jorge] mais queria era ser pai. E meu filho hoje está sem o colo. Não desejo isso para ninguém. E espero, de coração, que seja feita justiça.

O oficial de Justiça teve morte cerebral confirmada pelos médicos na quarta (7). Ele foi baleado por um motociclista quando estava dentro do próprio carro, na Zona Norte do Recife. Câmeras de segurança registraram o crime, que aconteceu na Estrada do Arraial, na Tamarineira.

Jorge Eduardo entrou no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) em 3 de setembro de 2007. Ele deixou mulher e dois filhos: uma menina de 6 anos e um bebê de 50 dias. O enterro dele foi previsto para às 16h30 desta quinta no Cemitério Memorial Guararapes, em Jaboatão dos Guararapes.


Parentes de oficial de Justiça assassinado no Recife comparecem ao IML para liberar corpo — Foto: Priscilla Aguiar/g1

Segundo Geisiele, o marido, que era doador de órgãos, ficaria feliz em saber que salvou vidas. "A gente conseguiu doar o fígado, as córneas e os rins. Era ele era uma pessoa boa e eu tenho certeza que está muito feliz por ter doado os órgãos e ter salvado vidas também", disse.

A mãe de Jorge Eduardo, Maria Nazaré Lopes Borges, de 66 anos, acompanhou a nora no IML. Ela disse acreditar que o assassinato do filho não tem ligação com a profissão que ele exercia (veja vídeo abaixo).


Mãe de oficial do TJPE acredita que o assassinato do filho não tem ligação com profissão

"Meu filho sabia tanto lidar com o ser humano que, em todo canto aonde ele chegava, mesmo ele sabendo que aquela pessoa estava errada, ele conversava de tanto jeito que ele saía de lá como amigo daquela pessoa. Ele não tinha inimigo nenhum e apareceu esse cão revestido de gente para tirar a vida do meu filho", disse.

Fora do trabalho, Maria Nazaré disse que o filho "não tinha inimizade com alguém", mas que "alguém tinha inimizade com ele". "Eu prefiro não citar agora. Prefiro que a Justiça descubra. Aí, todo mundo vai entender", afirmou.

A professora disse que ainda não acredita no que aconteceu com o filho. "É indescritível. No primeiro momento, a gente fica achando que é um sonho, um trote, coisa desse tipo. E, aos pouquinhos, a gente vai tomando consciência e a dor vai aumentando de uma maneira que a gente não consegue descrever", disse.

À tarde, parentes e amigos acompanharam o velório e o enterro, no Cemitério memorial Guararapes, em Jaboatão, no Grande Recife.

O presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça de Pernambuco (Sindojus-PE), Roberto Soto, foi ao velório e disse que a profissão é arriscada.

"Cumprimos mandados de várias varas criminais e cíveis. Fazemos apreensões de veículos e outras ações. Nos últimos dia, tivemos outros casos de violência", afirmou.

Investigações

VÍDEO: oficial de Justiça é baleado dentro do próprio carro na Estrada do Arraial

O assassinato do oficial de Justiça foi registrado por câmeras de segurança. Imagens enviadas para o WhatsApp da TV Globo mostram o momento em que o motociclista atira no carro da vítima, que estava parando em um sinal (veja vídeo acima).

Por nota, a Polícia Civil disse que está o crime é investigado pela 5ª Delegacia de Homicídios do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pesoa (DHPP) e que "seguem até elucidação total do crime".

A corporação não informou qual a linha de investigação considerada para o caso, se há um mandante e nem se o autor dos disparos foi identificado.

InfoJus Brasil: com informações do Portal G1

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