FENASSOJAF E FOJEBRA REALIZAM DIA NACIONAL DE LUTAS DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA
Oficiais de Justiça, sejam eles do Estado ou do Judiciário Federal, tem seus
problemas em comum, suas dificuldades, suas particularidades frente às outras
classes de servidores do Judiciário. Por isto, além de ter as demandas em comum
com o universo de servidores públicos, tem as específicas da classe, que merecem
atenção das entidades representativas e um calendário de atividades especiais
para atender os interesses destes importantes profissionais da Justiça.
Como
acontece a cada ano, nos dias 21 e 22 de março foi realizado, na cidade de
Brasília, o “Dia Nacional de Lutas dos Oficiais de Justiça”, já tradicional no
calendário de mobilizações dos Oficiais de Justiça estaduais e federais.
Realizado na capital federal e sempre próximo à data do dia 25 de março, que em
alguns estados marca o dia do Oficial de Justiça, o evento reúne no Distrito
Federal, Oficiais de todo o país.
Este ano não foi diferente. As entidades
associativas FENASSOJAF – Federação Nacional das Associações de Oficiais de
Justiça Avaliadores Federais e FOJEBRA- Federação das Entidades de Oficiais de
Justiça Estaduais do Brasil realizaram o Dia Nacional de Lutas dos Oficiais de
Justiça 2012. Foi elaborado um calendário de reuniões e manifestações em prol
dos principais interesses dos Oficiais. As duas Federações contaram com o
imprescindível apoio das Associações de Oficiais de Justiça Avaliadores Federais
dos Estados (Assojafs) e também das Associações de Oficiais de Justiça
Estaduais.
A FENASSOJAF se fez presente e representada pelo presidente,
Joaquim José Teixeira Castrillon, além de vários diretores e representantes das
Assojaf's filiadas, vindos de todo o país para participar das atividades
programadas para o dia.
A FOJEBRA esteve presente na pessoa do seu
presidente, Paulo Sérgio Costa e também de presidentes e representantes de
diversas associações e sindicatos de Oficiais de Justiça Estaduais de vários
estados do país.
Nesse dia, sob a coordenação da Fenassojaf e Fojebra teve
início a mobilização dos Oficiais participantes, percorrendo os gabinetes de
deputados e senadores, bem como vários órgãos do Poder Executivo e
Judiciário.
O Dia Nacional de Lutas dos Oficiais surgiu da necessidade que os
Oficiais de Justiça, sejam eles federais ou estaduais, tinham e ainda tem de se
organizar e, juntando seus esforços buscarem junto às autoridades do poder
executivo, legislativo e judiciário o apoio necessário para verem aprovados seus
projetos. Além disto, neste dia especialmente defendem suas prerrogativas
funcionais para que possam manter o padrão de atendimento que os
jurisdicionados merecem ter. Boas condições de trabalho, além de prerrogativas
legais, também são buscadas pelos Oficiais para bem desempenhar seu
ofício.
APOSENTADORIA ESPECIAL - Iniciando as atividades do Dia Nacional
de Lutas, às 9 horas da quarta-feira (21), os representantes dos Oficiais
Federais e Estaduais se reuniram no saguão de entrada da Câmara dos Deputados.
Em seguida todos foram para a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço
Público da Câmara (CTASP), para pressionar a inclusão e votação do parecer do
Deputado Policarpo, referente oo PL 330/2006, que dispõe sobre a aposentadoria
especial.
Apesar de ser esperada a inclusão do relatório na pauta, o Governo,
possuidor de maioria na Comissão, impôs a retirada de pauta do relatório.
Foi
tentado junto ao presidente da CTASP a colocação novamente extra pauta do PL via
pedido assinado por nove deputados, o que não aconteceu pela falta de deputados
em número suficiente para suprir esse pedido.
Em seguida, os representantes dos
Oficiais de Justiça reuniram-se com o Deputado Sebastião Bala (PDT/AP),
presidente daquela comissão e obtiveram deste a promessa de reinclusão do
projeto na pauta da comissão, na próxima 4ª-feira, dia 28/03. A FENASSOJAF
estará presente na Comissão neste dia.
No horário das 12:00 horas aconteceria
uma audiência com o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT/RS), buscando
apoio ao projeto de Isenção de IPI, porte de arma, livre estacionamento e demais
projetos de interesse do Oficialato. A reunião foi adiada face estar o Deputado
Marco Maia recebendo uma delegação comercial da China, sendo reagendada a
reunião para o dia seguinte.
LIVRE ESTACIONAMENTO – Isenção de pagamento
de “Zona Azul” para os Oficiais de Justiça a serviço durante as diligências foi
outro assunto abordado nos trabalhos. Estava pautado para as 10:00 horas na
Comissão de Viação e Transportes o PL 6971/2006, de autoria do Deputado Maurício
Quintella Lessa (PR/AL), que altera a Lei 9503 de 23/12/1.997 (Código Nacional
de Trânsito) prevendo o livre estacionamento para os Oficiais de Justiça quando
em diligência. O Projeto foi retirado da pauta do dia para ser apensado ao PL
3335/2.012, de autoria do Deputado Roberto Policarpo (PT/DF), que trata de
maneira mais específica do livre estacionamento para os Oficiais de Justiça
quando em diligência.
PLANEJAMENTO E DEBATES - Após o almoço, os
Oficiais se concentraram no auditório localizado no 17º andar, Anexo I da Câmara
dos Deputados, para planejamento estratégico,e debates. Todos puderam se
manifestar, e após as discussões os Oficiais chegaram mediante consenso geral às
seguintes conclusões:
- apoio à PEC 77/2011, que institui o piso nacional dos
servidores do judiciário (relativo aos Oficiais dos Estados).
- realização do
“Censo Nacional dos Oficiais de Justiça”. As entidades presentes acordaram a
realização de um levantamento amplo sobre Os Oficiais de Justiça e seu trabalho
nos mais distantes rincões do País. Quantos somos, entre homens e mulheres,
nosso grau de instrução, aonde e como trabalhamos e sob quais condições são
perguntas que precisam ser respondidas com precisão, para que a
representatividade por parte das Entidades possa se fazer com o conhecimento
adequado da classe.
TRABALHO DE GRUPOS – Após as discussões por motivos
estratégicos, sendo alguns projetos de interesse específicos tanto dos Oficiais
Federais e outros dos Oficiais estaduais, foram divididos os presentes em
grupos para que cada equipe fosse tratar de um tema específico conforme a
própria categoria. Os colegas Oficiais Estaduais foram buscar apoio da PEC
77/2011, que institui o piso nacional dos servidores do judiciário. Os Oficiais
Federais prosseguiram no trabalho. Veja a sequência:
INDENIZAÇÃO DE
TRANSPORTE – uma das equipes de Oficiais Federais se reuniu com a Secretária do
Conselho da Justiça Federal (CJF), Dra. Eva Maria Ferreira de Barros, para
solicitar apoio reajuste da indenização de transporte. Esta verba indenizatória
de essencial importância no trabalho dos Oficiais, está defasada há muitos anos,
na prática congelada em um valor que já não atende as necessidades do serviço.
Segundo afirmou o Oficial Ronaldo Barbuy, um dos membros da equipe que se
deslocou ao CJF, a Indenização de Transporte não envolve somente gastos com o
combustível. Pneus, amortecedores, óleo e freios também são gastos. O nosso
patrimônio é colocado à disposição da Justiça e isto o faz ser muito rodado, o
que desvaloriza o carro e abrevia a hora da troca. E o problema dos acidentes
então? Bater e quebrar a lanterna de uma Ferrari, ou muito pior, atropelar
alguém com o próprio carro impõe pagar um bom seguro. E isto custa caro. No
quesito custo de deslocamento, o CJF está aquém da realidade dos Oficiais de
Justiça.
REUNIÃO COM PARGENDLER - No dia seguinte, 23 de março, o
Coordenador Regional Sul da Fenassojaf, Marcelo Ortiz, se reuniria com o
Ministro Ary Pargendler, Presidente do STJ – Superior Tribunal de Justiça e do
CJF. Apesar do agendamento prévio, uma viagem inesperada ocorreu na agenda do
Ministro, o que fez com que a FENASSOJAF novamente fosse recebida pela
Secretária do CJF Dra. Eva.
Marcelo Ortiz reforçou toda a argumentação,
reafirmando que a FENASSOJAF protocolou há mais de dois anos um pedido de
reajuste. Mas muitos problemas ainda tem que ser superados:
- Derrubada do
parecer do CJF: O parecer técnico elaborado pela área técnica do CJF (Conselho
da Justiça Federal) é manifestamente contrário à elevação do Valor da
Indenização de Transporte, hoje paga no valor de R$ 1.344,97. Segundo o parecer,
a Indenização de Transporte, ao invés de ser majorada precisa ser diminuída,
pois atende até com folga as necessidades para as quais se destina. Entretanto,
da leitura do parecer depreendemos que ele foi elaborado em bases totalmente
fora da realidade do trabalho dos Oficiais.
- Excesso de pedidos redundantes:
Ou por desconhecimento da existência do pedido da FENASSOJAF, ou mesmo movidos
pelo puro desespero de quem está sofrendo prejuízos, vários Oficiais de maneira
individual, ou mesmo através de Associações, também protocolam pedidos de
reajuste da Indenização de Transporte ao CJF. Todos estes pedidos tem que ser
juntados ao processo principal, pela identidade do pedido. Ocorre que para cada
juntada o processo volta novamente para autuação do novo pedido e da nova parte,
o que atrasa constantemente o andamento.
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA -
Outra equipe de Oficiais de Justiça Avaliadores Federais, no horário das15:00
horas, seguiu para a sede do Ministério da Previdência para tratar da
Aposentadoria Especial dos Oficiais de Justiça. A reunião foi com o Secretário
de Políticas de Previdência Social do Ministério da Previdência, Dr. Leonardo
Rolim, juntamente com o Diretor de Regimes Próprios de Previdência Dr. Otoniel
Guimarães.
Falando em nome do Ministério de Previdência Social, o Secretário
de Políticas de Previdência Leonardo Rolim, afirmou que a estratégia do Governo
é não votar o projeto na forma em que está atualmente, após ter sido desfigurado
por sucessivas emendas. Disse ainda que o governo não se recusa a debater o
projeto com os Oficiais de Justiça, mas para tanto teria que ser retomado o
projeto original sem o acréscimo de outras categorias que tem duvidosos direitos
de se aposentarem precocemente, mas que ele vê grandes chances dos Oficiais
terem aprovado seu pleito em projeto onde só eles estejam incluídos, dependendo
de um debate prévio onde os Oficiais demonstrariam tecnicamente os motivos e
números que embasam o projeto. Ou seja, antes de tentar a tramitação
legislativa, quando se quer aprovar algo, é preciso antes negociar com o
governo.
CONAPREV – Ainda segundo o Secretário Rolim, um PL que trate
da aposentadoria especial para os Oficiais de Justiça Avaliadores Federais teria
obrigatoriamente que beneficiar os Oficiais de Justiça Estaduais. Isto iria
fatalmente afetar as despesas dos cofres dos Estados. Assim, o PL de
aposentadoria especial teria obrigatoriamente que passar pelo Conaprev, para ser
discutido o impacto nos estados.
O Conaprev é uma entidade associativa
civil, sem fins lucrativos, composta por representantes de órgãos ou entidades
responsáveis pela gestão dos Regimes Próprios de Previdência Social - RPPS da
União, dos estados e do Distrito Federal, além de representantes dos municípios.
Ele tem o objetivo de servir como espaço de articulação entre essas diferentes
instâncias e contribuir para a superação dos problemas decorrentes da
implementação dos RPPS.
FRENTE NACIONAL- Ainda segundo o Dr. Rolim, os
Oficiais tem que atuar em defesa da aposentadoria especial na Frente Nacional
dos Regimes Próprios da Previdência, presidida pelo deputado Saraiva Felipe
(PMDB/MG), se fazendo necessário um amplo debate entre executivo, legislativo
e representantes dos Oficiais para que se faça uma espécie de meio de campo
entre governo e congresso. O Secretário deu o exemplo da aprovação recente do PL
que trata da aposentadoria da pessoa com necessidades especiais, onde um amplo
debate e um amplo acordo permitiu que o PL fosse aprovado de acordo com todos os
interessados e governo, indo após para votação em plenário sem maiores
discussões e entraves. Para isto, Rolim foi enfático ao ressaltar a importância
de se reunir também com os presidentes das Comissões de Seguridade Social,
Segurança Pública, CTASP, e CCJC para a costura da tramitação.
Rolim
enfatizou também a necessidade de se discutir texto original do atual PL, sem as
emendas apresentadas pelo deputado Roberto Policarpo, a qual segundo ele
desrespeita PECs 41 e 45, Dr. Leonardo Rolim disse que as emendas resgatam
benefícios que foram extintos com a reforma da previdência de
2003.
SEMINÁRIO – Ante à sincera fala do Secretário de Políticas da
Previdência, os presentes perceberam que a discussão sobre o intento da
Aposentadoria Especial necessitaria ser aprofundada para ser bem sucedida. Foi
solicitado ao Secretário pelo presidente da Fenassojaf, Joaquim Castrillon, que
o pedido de aposentadoria especial feito pelos oficiais fosse objeto de
realização de um seminário para debater especificamente o tema em conjunto com o
Ministério da Previdência e os representantes das poder legislativo, com o que
Dr. Leonardo Rolim concordou. Em breve a Fenassojaf e Fojebra apresentarão
requerimento ao Ministério formalizando o pedido.
Finalizou-se a reunião
sendo explicada pelo Secretário a aprovação da PEC 270,recentemente aprovada no
Senado. Por tratar-se de PEC não teve a necessidade de assinatura do chefe do
poder executivo, enfatizando que referido projeto de emenda à constituição, que
trata da aposentadoria do servidor por motivo de doença ou invalidez só valerá
para quem adentrou no serviço público até dezembro de 2.003. O servidor que
entrou no serviço público após esta data infelizmente e nos termos da PEC está
fora da cobertura da mesma, para quem entrou antes de 2.003 a aposentadoria será
integral e para quem entrou depois será proporcional.
DIRETOR GERAL DO
TST - Finalizada a reunião no Ministério da Previdência, seguiram os Oficiais de
justiça no horário das 17:30 para uma reunião com o Diretor Geral do TST, Dr.
Gustavo Caribé. Assunto, onde foi protocolado junto ao mesmo pedido acompanhado
de memorial explicativo, de reajuste da Indenização de Transporte, sendo
recebido o pedido pelo Dr. Caribé, com a ressalva que o assunto é afeito ao
CSJT, mas que ele seria apreciado pelo MM. Presidente do TST, que também é
presidente do CSJT.
AUDIÊNCIA PÚBLICA - Na manhã da quinta-feira (22),
aconteceu uma Audiência pública no Senado Federal, na Comissão de Direitos
Humanos, presidida pelo Senador Paulo Davi, no Anexo II do Senado, para tratar
do PLC 30/2007 (porte de arma).
Através de vários convidados inscritos e
previamente convidados pela presidência da Comissão de Direitos Humanos do
Senado Federal, foi debatido o tema em plenário.
Pedro de La Rue Tolentino
Filho, presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais na CDH do Senado,
falou em defesa de sua entidade e também em defesa do porte de arma para os
agentes públicos, especialmente para os Oficiais de Justiça, em que pese o mesmo
ser representante de entidade diversa.
Através da fala do presidente da
Fojebra, Paulo Sérgio da Costa, foi informado às autoridades presentes e
participantes das dificuldades encontradas pelos Oficiais de terem o porte de
arma atualmente deferido pela Polícia Federal nos estados, em flagrante
desrespeito à Instrução Normativa de no. 93/2005, espantosamente de lavra da
própria Polícia Federal quando regulamentou o cumprimento da Lei do
Desarmamento, onde expressamente consta que para obter o porte de arma os
Oficiais de Justiça ficam desobrigados a comprovarem a periculosidade do
trabalho e riscos no exercício da função, o que está obrigando vários Oficiais
de Justiça, tanto estaduais como federais no país inteiro a se valerem de
mandados de segurança junto ao poder judiciário para terem, acesso ao porte de
arma dentro da lei
Também teve fala garantida na audiência pública o Sr. Benê
Barbosa, presidente da ONG MVB (Movimento Viva Brasil), que luta em defesa do
porte de arma responsável e contra as arbitrariedades e equívocos da política
governamental de desarmamento da população, sendo o mesmo enfático na defesa do
porte de armas para os Oficiais de Justiça, marcando a diferença enorme que
existe entre desarmar a população e desarmar os agentes públicos, notadamente os
Oficiais de Justiça que são o braço da lei nas ruas, os quais estão hoje
sujeitos a todos tipo de atrocidades e crimes, mortos e feridos durante o
exercício de uma função primordial do estado que é levar justiça a todos e fazer
valer as leis e a eficácia das sentenças e decisões judiciais.
Pelo governo
falou o Sr. Marivaldo de Castro Pereira, Secretário de Assuntos Legislativos do
Ministério da Justiça, secundado em sua fala também por outro representante do
governo, Sr. Sérgio Torres, Assessor da Secretária Executiva do Ministério da
Justiça. Ficou claro nas falas e intervenções de ambos os representantes do
atual governo que este não quer e nem deseja conceder porte de armas para mais
nenhuma categoria profissional que não sejam as já contempladas por lei, sendo
patente a confusão de entendimento que o governo e seus representantes tem do
que é política de desarmamento da população e a concessão de porte de armas para
agentes públicos que tem por dever de ofício arriscar suas vidas no cumprimento
da lei, ou seja, comparando e colocando no mesmo patamar o cidadão comum com
aqueles que arriscam suas vidas no dia a dia para efetivar o cumprimento das
leis e a eficácia destas, ficando esses agentes públicos, na ótica do governo,
totalmente à mercê da ira das partes prejudicadas com o cumprimento das
determinações oriundas dos deveres do estado.
Mas o contraponto feito por
estes mesmos representantes foi a possibilidade de realização de um seminário
congregando os interessados no porte de armas, reunindo representantes das
comissões do Congresso Nacional, representantes dos órgão técnicos do Ministério
da Justiça e representantes dos Oficiais de Justiça, sendo que o requerimento
para a realização desse seminário já foi decidido pelos representes dos Oficiais
presentes, devendo em breve ser protocolado perante o Ministério da
Justiça.
JURÍDICO DA FENASSOJAF - Defendeu o porte de arma para os
Oficiais de Justiça o Dr. Rudi Cassel, advogado e Assessor Jurídico da
Fenassojaf e também de diversas outras entidades representativas de Oficiais de
Justiça Estaduais e Federais, sendo por este levados à discussão todos os
argumentos técnicos e legais existentes hoje para que se conceda o porte aos
Oficiais de Justiça, mostrando de maneira cabal que não existe outro motivo nas
hostes do governo para a negativa de concessão do porte senão por ideologia, já
que é mais que comprovado que até mesmo pela legislação atual, sem necessidade
de lei específico, os Oficiais de Justiça já podem ter o porte de arma, baseado
na própria Lei do Desarmamento e respectiva Instrução Normativa da Polícia
Federal, sendo ilegal conforme várias decisões dadas em mandados de segurança
deferidos pela Justiça Federal a negativa de porte para os Oficiais que o
requereram e tiveram a pretensão negada.
PRESIDÊNCIA DA CÂMARA DOS
DEPUTADOS - Após a audiência pública no Senado Federal, uma reunião foi
realizada com o Assessor do Presidente da Câmara, Marco Maia (PT/RS), Gilmar
Luiz Pastorio, para tratar da tramitação de vários projetos de lei de interesse
dos Oficiais de justiça, como o porte de arma, aposentadoria especial, isenção
de IPI, estacionamento livre e livre trânsito (isenção de pagamento em praças de
pedágio) dos oficiais de justiça quando em diligência. Os Oficiais se queixaram
de que projetos importantes para a classe estão “engavetados” na Câmara e nunca
são votados.
DIFICULDADES TÉCNICAS – O Assessor começou explicando as
dificuldades técnicas para a tramitação de um PL. A pauta do congresso tem que
obedecer as prioridades dos artigos 64 e 62 da Constituição Federal. Aquele (64)
trata da urgência constitucional, e este das Medidas Provisórias, que trancam a
pauta por 60 dias, prorrogáveis por mais 60 (!) dias. Em 2009, o então
Presidente da Câmara Michel Temer (PMDB/SP) criou uma possibilidade de votar
projetos, “em janela” para fugir destes entraves, ou seja temas que não podem
ser tratados por Medida Provisória. Ainda segundo Pastorio, 90% dos Projetos de
Lei que estão parados há muitos anos estão neste rol. “Mesmo com todos os 513
deputados da Câmara a favor, às vezes não dá para votar, só pode votar fugindo
dos artigos 62 e 64. Este impedimento é eminentemente técnico, não tem caráter
político pois é feito em cima da legislação” esclarece o assessor.
Na fala do
assessor do presidente da Câmara ficaram claras quais serão as dificuldades dos
Oficiais para a aprovação dos projetos de seu interesse. Mas a devida explicação
foi feita pelo assessor para que as entidades representativas dos Oficiais de
Justiça tenham êxito na aprovação dos seus projetos. A mesma necessidade de
entendimentos foi declarada pelos representantes dos Ministérios da Previdência
e da Justiça: que o sucesso depende do prévio entendimento entre as entidades
representativas dos Oficiais de Justiça com os órgãos técnicos do governo
federal e de seus ministérios, significando isso que tem que ser levados aos
órgãos do poder executivo dados técnicos em defesa dos projetos e ser feita uma
discussão prévia, que um acordo feito entre o governo e as entidades
representativas não teria depois nenhum óbice para ser aprovado em plenário de
ambas as casas do Congresso Nacional.
Foi enfático em dizer que o problema
principal dos projetos de interesse dos Oficiais em trâmite perante o Congresso
Nacional, tais como o PL da aposentadoria especial e do porte de arma, é a
desfiguração do projeto original. Ou seja, a inclusão de várias categorias
nesses projetos que nada tem a ver com a necessidade de se aposentarem antes
dos demais trabalhadores ou a necessidade de terem porte de arma para o
exercício da função. Disse mais, que tem certeza que o Governo não se opõe aos
projetos específicos para os Oficiais de Justiça, respaldados que estão pela
realidade do exercício do cargo no dia a dia. Mas o que atrapalha mesmo são os
penduricalhos que foram acrescidos e a inclusão de diversas outras categoria de
agentes públicos que nada tem a ver com os dois projetos.
Finalizou se
colocando à disposição para auxiliar os Oficiais de Justiça nos pleitos destes
dentro da Câmara dos Deputados.
AGENDA COMPLETA – Após as reuniões do
dia, os Oficiais discutiram e planejaram as atividades a serem desenvolvidas
pela Fenassojaf dentro do Congresso Nacional e perante os Ministérios e
Tribunais Superiores visitados, sendo que após isso dirigiram-se os diretores da
Fenassojaf e das Assojaf's que ainda permaneceriam em Brasília para a sede da
Federação para debater os acontecimentos dos dois dias de atividades, tabulando
as conversas e encontros realizados.
CONCLUSÃO – Ante a importância dos
trabalhos realizados, e a quantidade e profundidade das informações obtidas, a
Direção da FENASSOJAF se empenha para que o que aconteceu nesses dias
proveitosos chegue o mais breve possível ao conhecimento de todos os colegas
Oficiais de Justiça Avaliadores Federais do país.
Cansados mas satisfeitos
pelo resultado obtido, com certeza estaremos no próximo ano e no próximo Dia
Nacional de Lutas em 2.013 bem mais perto dos nossos objetivos do que estamos
hoje. Afinal é na luta constante e sem trégua que alcançaremos nossos objetivos.
Garra, obstinação e força para isto é o que mais tem o Oficial de Justiça.
Desistir não é opção!
FENASSOJAF E FOJEBRA - UNIDAS NA CONSTRUÇÃO DO DIA
NACIONAL DE LUTAS DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA
Fonte: FENASSOJAF