segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Peluso nega pedido para suspender decisão que limita poder do CNJ

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cezar Peluso, negou no sábado (24) pedido feito pela AGU (Advocacia-Geral da União) para que fosse suspensa decisão liminar sobre o poder de investigação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). 

Na segunda-feira (19), último dia do ano judiciário, o ministro do STF Marco Aurélio Mello concedeu uma liminar para impedir que o conselho investigue juízes antes que os tribunais onde eles atuam analisem sua conduta --o que, na prática, suspendeu todas as apurações abertas por iniciativa do CNJ. 

A decisão deve ser levada a plenário na primeira sessão do ano que vem, no início de fevereiro, para que seus colegas avaliem o tema. 

No seu pedido, a AGU afirmou que o ministro violou o regimento interno do STF e tomou a decisão já durante o recesso. "O dispositivo destaca que é atribuição do presidente do STF decidir questões urgentes nos períodos de recesso ou de férias", diz nota da AGU. 

Ontem, Pelusou negou o pedido e o encaminhou para que Marco Aurélio dê informações sobre o caso.
Na segunda-feira, o ministro Ricardo Lewandowski também suspendeu apuração sobre a folha de pagamento de servidores do Judiciário em 22 tribunais. O CNJ averiguava movimentações financeiras atípicas. 

As decisões criaram uma crise que abalou a cúpula do Judiciário e que trouxe novamente à tona a discussão sobre a transparência da Justiça brasileira. 

As liminares atenderam a pedidos feitos por três associações de juízes. Elas afirmam que o CNJ atuava de forma inconstitucional. 

As mesmas associações entraram durante a semana com um pedido para que Procuradoria-Geral da República investigue a corregedora do CNJ, Eliana Calmon. 

Fonte: www.folha.com.br

domingo, 25 de dezembro de 2011

Você Sabia?

Que ao comprar o primeiro imóvel, financiado pelo SFH, você tem direito a desconto de 50% nas despesas de cartório. (escritura, registro do imóvel, etc.). 

É o que diz o art. 290 da Lei 6.015/1973, em pleno vigor:

"Art. 290 - Os emolumentos devidos pelo atos relacionados com a primeira aquisição imobiliária para fins residenciais, financiada pelo Sistema Financeiro Habitacional (SFH), serão reduzidos em 50%".

Os cartórios não avisam os clientes desse direito. Mas é só você solicitar e terá o desconto de 50%. Vale a pena. Muitas das vezes os emolumentos passam de R$1.200,00 (hum mil e duzentos reais) e com o desconto será de apenas R$ 600,00 (seiscentos reais).

Fonte: InfoJus BRASIL.

25/12/2011 - Noticiário Jurídico

A Justiça e o Direito nos jornais deste domingo

Processos contra autoridades no STF
O Supremo Tribunal Federal apagou de seus registros de processos 89 das cerca de 330 ações penais propostas contra autoridades desde 1990. O expurgo no sistema de acompanhamento processual foi determinado pelo presidente do STF, ministro Cezar Peluso, sob a justificativa de impedir a violação da intimidade dos réus. Foram retirados casos que deram em absolvição; ações que demoraram a ir a julgamento e o crime prescreveu; e até ações que foram remetidas a outras instâncias do Judiciário porque o réu perdeu o direito a foro privilegiado, informa o jornal O Globo.

Que crise
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo conta que A crise do Judiciário brasileiro, escancarada na semana passada pela liminar do ministro Ricardo Lewandowski que paralisou as investigações da Corregedoria Nacional de Justiça, já é reconhecida nos bastidores desse Poder como uma das maiores da história, pelos efeitos que terá na vida do Supremo Tribunal Federal. Estudiosos veem nela, também, um divisor de águas. Ela expõe a magistratura, daqui para a frente, ao risco de consolidar a imagem de instituição avessa à transparência e defensora de privilégios. Ministros do STF ouvidos pelo Estado dizem não se lembrar de uma situação tão grave desde a instalação da CPI do Judiciário, em 1999.

Fica como está
O jornal Correio Braziliense informa que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, decidiu, na manhã de ontem, manter a decisão do ministro do STF Marco Aurélio Mello, que proíbe o Conselho Nacional de Justiça de iniciar processos disciplinares contra magistrados, antes de o caso ser investigado pelas corregedorias estaduais. A Advocacia-Geral da União pedia uma liminar para suspender os efeitos da medida que limitou a atuação do CNJ. A ação foi proposta pelo advogado-geral da União, Luís Inácio Adams. Peluso é também presidente do CNJ.

Abatimento nas taxas
De acordo com o jornal Correio Braziliense, além de ter que enfrentar o alto preço das casas e dos apartamentos, o consumidor muitas vezes só se dá conta de que precisa de um dinheiro extra para pagar impostos e inúmeras taxas na hora em que vai a um Cartório de Notas e Registro de Imóveis. O que ele não sabe — nem os cartórios informam — é que o custo da aquisição ficaria bem mais em conta se exigisse o desconto de 50% dos valores cobrados pela escritura e registro quando se trata do primeiro imóvel. Para obter o abatimento, é necessário, ainda, que o bem seja utilizado para moradia e financiado pelo Sistema Financeiro da Habitação.


Critérios heterogêneos
Reportagem do jornal O Globo aponta que Não bastasse a indefinição do Supremo Tribunal Federal sobre a validade da Lei da Ficha Limpa, tribunais federais adotam regras divergentes para emitir a certidão que os candidatos devem apresentar à Justiça Eleitoral, informando se têm ou não ficha suja. Levantamento nos tribunais federais mostrou que, enquanto algumas cortes dão a lista completa de ações e inquéritos contra o candidato, outras excluem inquéritos e ações penais ainda sem sentença condenatória.

Fugas de adolescentes
Um levantamento do Programa Justiça ao Jovem do Conselho Nacional de Justiça, publicado na sexta-feira, apontou que 29% das unidades de internação da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Casa) no interior de São Paulo registraram fugas entre outubro de 2010 e o mesmo mês deste ano. O programa foi criado em junho do ano passado para avaliar a execução da medida de internação aplicada a adolescentes. O CNJ destacou que os dados são preliminares e foram apurados por equipes do Conselho durante visitas aos locais de internação. Conforme o levantamento, das 76 unidades do interior, 22 registraram fugas. A notícia está no portal Terra.

COLUNAS
Estátua ao CNJ
Para o colunista Kennedy Alencar, do jornal Folha de S.Paulo, “as entidades de classe da magistratura deveriam erguer uma estátua em homenagem ao Conselho Nacional de Justiça. A varredura financeira da vida de 216.800 juízes, servidores e parentes encontrou 3.438 movimentações suspeitas”. Ou seja, apenas 1,6% do universo investigado.

OPINIÃO
Acima da lei?
Artigo do filósofo Roberto Romano publicado no jornal O Estado de S. Paulo diz que “voltemos à aporia inicial: o libertário busca a lei, critica as leis do Estado, mas obedece a elas no mesmo ato em que luta por sua abolição ou por seu aperfeiçoamento. Se não consegue tal coisa, tenta interpretar as leis de maneira a corrigir suas falhas, aplicando-as a pessoas e situações concretas. Ninguém está acima da lei, seja qual for a sua doutrina ideológica. Como diz Lefort, a ideologia leva, cedo ou tarde, aos milhões de assassinatos praticados por justiceiros que se imaginam libertários”.

Mais CNJ
No editorial “A crise do CNJ”, o jornal O Estado de S. Paulo diz que “o que está em jogo, nessa discussão que nem sempre é conduzida com serenidade, é a sobrevivência do CNJ como eficaz órgão de controle externo do Judiciário”.
Revista Consultor Jurídico, 25 de dezembro de 2011

PEC pretende tirar do MP o poder de investigação criminal

Competência indefinida

Por Marcos de Vasconcellos

O poder do Ministério Público de investigar em ações criminais, contestado em diversas ações e com diferentes entendimentos, poderá ser cerceado com a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 37/2011) aprovada pela CCJC da Câmara dos Deputados no último dia 13. A proposta define que a competência para a investigação criminal será unicamente da Polícia Judiciária (polícias Federal e civis dos estados e do Distrito Federal).

O autor da proposta, que foi encaminhada a uma comissão especial na Câmara, deputado Lourival Mendes (PTdoB-MA), defende que, pela Constituição, o MP nunca teve a competência ou atribuição de realizar investigações, mas que o número de investigações feitas pela instituição “vem crescendo no decorrer do tempo e está tomando força e proporções impressionantes”.

“O MP cresceu muito e ficou muito forte e está tentando fazer investigação concorrente com a Policia Judiciária. Eles querem chamar para si essa atribuição”, reclama o deputado, que é também delegado da Polícia Federal. Para Mendes, que afirma ser um grande admirador do trabalho desenvolvido pela instituição, o MP pode acompanhar todo o processo investigatório, mas não realizar a investigação. “Eles não fazem bem. É pra ser sigilosa, tem prazos. Há provas que, se não forem colhidas no momento certo e da forma certa, não serão novamente. Está invadindo competência da policia.”

Esquentar investigação

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) se posicionou totalmente contrária à proposta. O presidente da associação, o procurador regional da República Alexandre Camanho de Assis, afirma que levar toda e qualquer investigação para a polícia só fará com que a Justiça demore mais.

“Se a prova está na fase de análise de documentos que já estão na mão do MP, por que eu deveria ‘esquentar’ essa investigação colocando nas mãos de um delegado que já tem uma fila de 15 mil investigações para fazer?”
Segundo o procurador, a PEC 37 vai na contramão do que se tem buscado, pois, ao se permitir que mais órgão possam realizar investigações, mais célere será a resolução dos casos. “Isso me parece brado de sindicalista, que não está propriamente com a mão na massa”, afirma.

Como exemplo, Assis cita crimes de índole financeira, que são detectados pelo Banco Central, que envia os documentos ao MP. Se aprovado o texto da PEC, o MP não poderá investigar os dados, apenas encaminhá-los à polícia.

Presença garantida

“Paranóia” é o termo utilizado pelo delegado Marcos Leôncio, diretor da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), para definir a preocupação de membros do MP com a aprovação da PEC. Segundo Leôncio, a proposta pretende “fazer o que o constituinte de 1988 quis quando escreveu o artigo 144 da Constituição: que o MP trabalhe junto com as polícias Federal e Civil”.

O problema que acontece atualmente, para o delegado, é que há diversas interpretações “bem complicadas” da Constituição, utilizadas para permitir que o MP investigue crimes sozinho ou em parceria com a Polícia Militar ou a Polícia Rodoviária Federal, que não são polícias judiciárias.

A parceria do MP com outras polícias se dá, segundo Leôncio, na busca por subordinação. “O MP quer ser o tutor, exige posição de subordinação da Policia Judiciária, que responde que as coisas não podem ser daquele jeito, que cada órgão deve usar o seu know-how. Eles vão, então, buscar outras polícias.”

Já para Assis, da ANPR, delegados não devem ter autonomia ou liberdade na investigação, pois isso levaria à produção de provas desnecessárias para o MP. “Delegados trabalham a serviço da magistratura e devem trabalhar apresentando resultados para o MP ou o Judiciário.”

A jurisprudência predominante é que o Ministério Público não pode produzir provas, porém, o reconhecimento do poder de investigar do MP já foi dado em decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça.

Para o TJ-SP, “a prova [colhida pelo MP] é lícita e há que ser admitida. Isto porque a Constituição Federal entregou ao Ministério Público o monopólio da ação penal pública não lhe erigindo qualquer obstáculo como condicionante”.

Já na decisão do STJ, o minstro Og Fernandes afirma que o Ministério Público, como titular da ação penal pública, "pode proceder investigações e efetuar diligências com o fim de colher elementos de prova para o desencadeamento da pretensão punitiva estatal, sendo-lhe vedado tão-somente realizar e presidir o inquérito policial”.

No julgamento do STF, porém, só cabe ao MP investigar em ações delicadas, nas quais pode se tornar questionável a atuação da polícia, em crimes praticados por policiais, como a prática de tortura.

Inteiro teor da PEC 37/2011
Revista Consultor Jurídico, 24 de dezembro de 2011

sábado, 24 de dezembro de 2011






Neste Natal nosso desejo é de que tudo de bom que você plantou durante o ano, reverta-se em forma de paz, saúde e felicidade. Que você e sua família possam sentir a paz verdadeira do Natal. Feliz Natal.


24/12/2011 - Noticiário Jurídico

A Justiça e o Direito nos jornais deste sábado

CNJ
Três das principais associações de juízes entraram nesta sexta-feira com um pedido para que a Procuradoria-Geral da República investigue possível crime de quebra de sigilo de dados, como informam os jornais Estado de Minas, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo e Correio Braziliense. Uma varredura determinada pelo Conselho Nacional de Justiça na movimentação financeira de servidores e magistrados do Judiciário está na origem da guerra deflagrada no mundo jurídico. Na última segunda-feira (19/12), o ministro Ricardo Lewandowski, em decisão liminar, suspendeu as investigações feitas pelo conselho. Segundo as entidades, a quebra do sigilo de dados, sem ordem judicial, atingiu 231 mil pessoas, entre juízes, servidores e parentes destes. Clique aqui para ler mais na ConJur.

Juízes divididos
Um grupo de juízes federais começou a coletar ontem assinaturas para um manifesto público condenando as críticas feitas pela Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) à atuação da corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon. "Entendemos que a agressividade das notas públicas da Ajufe não retrata o sentimento da magistatura federal. Em princípio, os juízes federais não são contrários a investigações, promovidas pela corregedora. Se eventual abuso investigatório ocorrer é questão a ser analisada concretamente", afirma o manifesto, para realçar que "não soa razoável, de plano, impedir a atuação de controle da corregedoria". As informações estão no jornal Folha de S.Paulo.

Crítica de ex-presidente
O ex-presidente do Conselho Nacional de Justiça, ministro Gilmar Mendes, criticou as decisões isoladas, tomadas pelos seus colegas Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski, que estancaram as investigações da corregedoria nacional de Justiça nos tribunais estaduais. "As soluções nas liminares no final de ano são atípicas e heterodoxas", disse Mendes. A entrevista está no jornal O Estado de S. Paulo. O Jornal do Brasil também noticia.

Porte de drogas é crime?
Como lembra o jornal Folha de S.Paulo, o Supremo Tribunal Federal decidiu colocar em votação processo que questiona se usar droga é crime ou somente direito individual. No início do mês, os ministros do órgão decretaram a repercussão geral da discussão sobre o porte de drogas. Isso significa que casos idênticos em todas instâncias da Justiça terão a mesma decisão a ser tomada pelo STF. É decretada a repercussão geral quando ao menos 8 dos 11 ministros do Suprem

COLUNAS
Não é devassa
“Obter declarações de renda de servidores públicos ou agentes políticos com base no art. 13 Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8429/92) e solicitar relatórios de inteligência financeira (RIF) ao Coaf não é o mesmo que fazer uma devassa; não é o mesmo que quebrar o sigilo bancário ou fiscal”, declarou o procurador da República Vladimir Aras, da Bahia, sobre as críticas do juiz federal Sergio Fernando Moro à ação da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) contra a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon. Está no Blog do Fred, do jornal Folha de S.Paulo.

Além da honestidade
O colunista Walter Ceneviva escreve, no jornal Folha de S.Paulo, que “não basta, para o ocupante de uma das cadeiras do STF, que seja honesto. Para o povo, titular de todo direito, até o mais leve deslize pode chamar a atenção dos meios de comunicação. Isso se estende, por exemplo, ao desrespeito da razoável duração do processo, direito essencial do cidadão, no art. 5º, inciso LXXIII da Carta Magna. Até sob esse aspecto a eclosão destes casos sucessivos é ruim para o país. Muito ruim”.

OPINIÃO
Biografias ameaçadas
Editorial do jornal Folha de S.Paulo diz que é oportuna a iniciativa do Sindicato Nacional dos Editores de Livros de questionar no Supremo Tribunal Federal os artigos do Código Civil que tornaram a biografia um gênero ameaçado no Brasil. “É preciso mudar os artigos do Código Civil que, na prática, instituem a censura prévia sobre livros que contam a vida de figuras públicas.”

Embate na Defensoria
No editorial “A OAB e a Defensoria Pública”, o jornal O Estado de S. Paulo indaga: “Por que o governo precisa pagar advogados particulares para atender pessoas carentes se já existe um órgão público encarregado dessa tarefa?”.

Judiciário em crise
De outro editorial do jornal O Estado de S.Paulo, o “A crise na Justiça se agrava”: “Tão grave quanto a suspensão do poder do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de investigar juízes acusados de irregularidades, tomada em caráter liminar pelo ministro Marco Aurélio Mello, foi a liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski proibindo a Corregedoria Nacional de Justiça de quebrar o sigilo fiscal e bancário de juízes”.

Poder autocrático
“No fundo, a crise atual é positiva. Mostra o Judiciário prestes a perder seu poder autocrático. O processo é lento, mas inexorável. Juízes terão de se comportar como todos os outros cidadãos”, escreve Fernando Rodrigues no artigo al “A inexorável perda do poder”, publicado no jornal Folha de S.Paulo.
Revista Consultor Jurídico, 24 de dezembro de 2011

Associações de juízes pedem que PGR investigue se houve quebra ilegal de sigilo por parte da CNJ

Elas apontam o que consideram graves vícios no trabalho da corregedoria, que estaria usurpando funções da PF e do MP. Eliana Calmon sustentou que não cometeu ilegalidades ao fazer inspeções e não violou sigilo de investigados.

As associações de juízes pediram que a Procuradoria-Geral da República apure se houve vazamento de dados e quebra de sigilo bancário e fiscal de juízes durante investigações da corregedoria do Conselho Nacional de Justiça.

As associações de magistrados pedem que o procurador-geral da República investigue a possível prática do crime de violação de sigilo funcional, porque, segundo a ação, a Corregedoria Nacional de Justiça teve acesso a dados sigilosos que vieram a ser revelados indevidamente.

As associações apontam o que consideram graves vícios no trabalho da corregedoria, que estaria usurpando funções da Polícia Federal e do Ministério Público, com quebra de sigilo financeiro e bancário sem autorização judicial.

Afirmam que, até que o Supremo se pronuncie sobre a inconstitucionalidade de parte do regimento interno do CNJ, a corregedora nacional de Justiça poderia solicitar às instituições monetárias, financeiras e outras mais, informações e documentos sigilosos de magistrados. Mas afirmam que não há nenhuma lei que dê à corregedoria qualquer competência para determinar ou promover a inspeção das declarações de bens e valores de servidores, cônjuges e dependentes de magistrados e servidores.

Em 2009, a corregedoria enviou ao Coaf, Conselho de Controle de Atividades Financeiras, a lista com 216 mil CPFs de todos os servidores do Judiciário, pedindo que o órgão informasse ao CNJ qualquer movimentação atípica que encontrasse.

Mas de acordo com a ação, na época, o CNJ não autorizava a corregedoria a processar o pedido de providência, segundo previsto no próprio regimento interno vigente em 2009.

Acusam também a corregedoria de ter solicitado informações sigilosas sem instaurar procedimento disciplinar, de não ter apresentado "fato grave que justificasse a solicitação de dados ao Coaf", e não dar conhecimento ao plenário do CNJ de diligências implementadas. Nos três casos, teria havido desrespeito ao regimento interno do Conselho Nacional de Justiça.

As associações de magistrados afirmam na ação que as investigações conduzidas pela corregedoria do CNJ teriam alcançado ministros do Supremo Tribunal Federal. Segundo elas, ao examinar folhas de pagamento do Tribunal de Justiça de São Paulo, a corregedoria teve acesso a valores atrasados que eram devidos a magistrados que hoje estão no Supremo.

Na quinta-feira (22), a corregedora Eliana Calmon negou que estivesse investigando ministros dos tribunais superiores, porque, segundo ela, não tem poderes para isso. Disse também que não existe inspeção sobre parentes de magistrados, como acusam as associações. A corregedora sustentou que não cometeu ilegalidades ao fazer as inspeções e não violou o sigilo dos investigados.

O corregedor que pediu os dados ao Coaf, Gilson Dipp, disse que solicitou as informações financeiras em 2009 com base na Lei 9.613. A lei que criou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras diz que: "O Coaf comunicará às autoridades competentes para a instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela existência de crimes".

Segundo o portal de notícias da Globo, G1 , a corregedora nacional, Eliana Calmon, enviou nesta sexta todas as informações sobre a investigação para o procurador-geral da República. Ela reafirmou que não houve quebra de sigilo, nem foram cometidas irregularidades.
 
Fonte: G1

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

CNJ: Eliana Calmon

A Corregedora Nacional de Justiça, Eliana Calmon, em entrevista coletiva, afirmou que não quebrou o sigilo bancário de todos os juízes brasileiros, apenas analisa a movimentação financeira dos juízes que foram superior a R$ 250.000,00 anuais.

Veja que o salário médio do juiz brasileiro é de R$ 20.000,00.

Considerando que o juiz recebe 13 salários anuais, a movimentação será de no mínimo R$260.000,00.
Imagine ainda que o juiz pode vender uma casa, um carro, ter uma poupança ou receber uma herança, etc.

Se todos que tiveram movimentação finaneira acima de R$250.000,00 ao ano teve o sigilo bancário quebrado, podemos afirmar com toda certeza que o CNJ QUEBROU O SIGILO BANCÁRIO DE TODOS OS JUÍZES BRASILEIROS E DE CENTENAS DE SERVIDORES DO JUDICIÁRIO.

A matemática não mente.

CONGRESSO APROVA ORÇAMENTO SEM PCS

O Congresso Nacional aprovou, às 23:50h desta quinta-feira (22), o relatório-geral da proposta orçamentária para 2012, que soma R$ 1,602 trilhão, já descontados os R$ 655 bilhões destinados ao refinanciamento da dívida pública.  

A aprovação da matéria só foi possível devido a um acordo entre as lideranças partidárias, que prevê a negociação com o Palácio do Planalto para a criação de uma política de reajuste real para aposentados e pensionistas. Com isso, o líder do PDT, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), Paulinho da Força, desistiu de obstruir a sessão, e o relator-geral, deputado Arlindo Chinaglia (PT/SP), leu rapidamente uma versão reduzida do relatório que excluiu qualquer tipo de reajuste salarial para os servidores do Poder Judiciário e Ministério Público da União.

MOBILIZAÇÃO E PROTESTO MARCAM VOTAÇÃO – Com o objetivo de pressionar os parlamentares, servidores do Judiciário Federal e MPU lotaram o plenário do Congresso para acompanhar, na manhã desta quinta, a sessão da Comissão Mista de Orçamento que analisaria a proposta orçamentária para o próximo ano.

Depois da leitura do relatório-geral e a confirmação da exclusão do reajuste, a categoria promoveu intenso protesto, gritando palavras de ordem como “Congresso, sabe o que eu acho: Executivo te fazendo de capacho”; “Congresso: eu quero ver, autonomia e independência acontecer”.


Diante da mobilização, os membros da Comissão se reuniram na CCJ para dar seguimento à apreciação da proposta, impedindo que os servidores acompanhassem o desfecho da votação.

Depois de mais de 12 horas de debates e embates, o Congresso aprovou o relatório do deputado Chinaglia sem a inclusão do PCS no Orçamento.

Com a decisão, os parlamentares encerraram os trabalhos de 2011 e a categoria permanece por, pelo menos mais um ano, com os salários congelados.

Diretores da Fenassojaf e representantes das Assojafs de todo o país estiveram em Brasília e, junto com os demais colegas de todo o país, trabalharam pela aprovação do reajuste salarial.

Fonte: FENASSOJAF

23/12/2011 - Noticiário Jurídico

A Justiça e o Direito nos jornais desta sexta

CNJ
Para imobilizar e constranger a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, associações representativas de juízes se uniram numa estratégia de fazê-la "provar do próprio veneno", como afirmaram nos bastidores. As entidades decidiram pedir que o próprio Conselho Nacional de Justiça abra um procedimento para investigar a corregedora por suspeita de envolvimento em uma suposta quebra ilegal de sigilos de magistrados, servidores e parentes. As informações estão nos jornais O Estado de S. Paulo, Correio Braziliense e Folha de S.Paulo.

Acusações absurdas
Como informam os jornais Correio Braziliense, O Estado de S. Paulo, O Globo e Valor Econômico, no mesmo dia em que três associações de juízes pediram a apuração da conduta de Eliana Calmon à frente da Corregedoria Nacional de Justiça, a própria ministra convocou uma entrevista coletiva para acusar as entidades de propagar informações “desencontradas” e “absurdas”. A corregedora do Conselho Nacional de Justiça afirmou que o órgão realiza investigação patrimonial de juízes há quatro anos, em conformidade com as leis em vigor. De outro lado, as associações dos Magistrados Brasileiros (AMB), dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e dos Magistrados do Trabalho (Anamatra) acusam-na de quebrar o sigilo de mais de 230 mil servidores do Judiciário, além de juízes e parentes. Leia mais aqui na ConJur.

Crise no Judiciário
Reportagem do jornal DCI conta: “Criado em 2004 como órgão de controle e disciplina do Judiciário, o Conselho Nacional de Justiça é hoje protagonista de uma crise jurídica que põe em evidência lados opostos ainda muito presentes na Justiça: o corporativismo e resistência à transparência. A opinião é de juristas eméritos, entrevistados pelo DCI. O ataque contra a investigação do CNJ, vindo justamente de membros da Justiça, é fruto, segundo eles, do êxito em abrir a "caixa preta" do Judiciário”. Leia mais aqui na ConJur.

Desgaste extraordinário
O Supremo Tribunal Federal sofreu um "desgaste extraordinário" com as duas liminares que limitam poderes do Conselho Nacional de Justiça, avalia a professora da USP Maria Tereza Sadek, diretora do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Judiciais, em entrevista publicada no jornal O Estado de S. Paulo. "O que seria de se estranhar é por que uma questão que estava na pauta para ser votada em setembro recebe essas duas liminares no último dia de reunião do STF", afirmou. "O CNJ só incomoda porque está trabalhando."

Parcela única
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, nove dos 33 ministros do Superior Tribunal de Justiça receberam de uma vez só neste ano pagamentos de auxílio-moradia atrasados dos anos 90. Os valores, somados, superam R$ 2 milhões.  o mesmo benefício recebido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, e pelo ministro Ricardo Lewandowski.

Meta 3
Como lembra o jornal DCI, os tribunais de todo o país julgaram 91,88% dos 15,1 milhões  de processos distribuídos em 2011. O índice representa mais de 13,9 milhões de processos e faz parte do balanço parcial das metas que devem ser alcançadas pelos 90 tribunais brasileiros nesse ano. O resultado final do levantamento, feito pelo Conselho Nacional de Justiça, será divulgado em março de 2012. Leia mais aqui na ConJur.

Um mês como desembargadora
“Seria muito simplório apresentá-la apenas como negra, mulher e oriunda de classes menos favorecidas. Lusilinda Valois é uma baiana de Salvador que, aos 69 anos de idade e após quase uma década de persistência, tomou posse como desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia, no último dia 20, ciente que terá de se aposentar compulsoriamente daqui a pouco mais de um mês, quando completa 70 anos. Na véspera, o tribunal acatara decisão unânime do Conselho Nacional de Justiça de promover Luislinda ao novo cargo”, conta reportagem do jornal O Globo.

Pagamento indevido
A Procuradoria Seccional Federal em Caxias do Sul (RS) impediu que R$ 1,3 milhão fossem pagos indevidamente em precatórios decorrentes de ações previdenciárias acidentárias. Ao analisar 195 precatórios requisitados contra o INSS a unidade rejeitou o valor  determinado devido a cálculos que a Procuradoria julgou irregulares em pelo menos 188 deles. A notícia está no jornal DCI.

OPINIÃO
“Decisão grave”
“Tão grave quanto a suspensão do poder do Conselho Nacional de Justiça de investigar juízes acusados de irregularidades, tomada em caráter liminar pelo ministro Marco Aurélio Mello, foi a liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski proibindo a Corregedoria Nacional de Justiça de quebrar o sigilo fiscal e bancário de juízes. Tomadas no mesmo dia, as duas decisões obrigam o órgão responsável pelo controle externo do Judiciário a interromper as investigações sobre movimentações financeiras suspeitas em várias cortes. Inclusive a maior delas, o Tribunal de Justiça de São Paulo, onde 17 desembargadores teriam recebido irregularmente R$ 17 milhões, por conta de antigos passivos salariais”, diz editorial do jornal O Estado de S. Paulo.

Outro ponto de vista
“A Anamatra entende que o CNJ, ao contrário de interferir na independência da magistratura, cuida justamente de preservá-la, estabelecendo políticas gerais e estratégicas da Administração Judiciária e avaliando socialmente a sua atuação, sem qualquer interferência na atividade jurisdicional”, noticia o Blog do Fred, do jornal Folha de S.Paulo.
Revista Consultor Jurídico, 23 de dezembro de 2011

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