O Sindicato dos Servidores do Poder de Judiciário (Serjal) entrou no
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com procedimento de controle
administrativo, pedindo, em caráter liminar, a suspensão do concurso
público convocado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL). Marcado para o dia 30 de
setembro próximo, o certame poderá ser suspenso ainda esta semana, se o
CNJ acatar os argumentos do Serjal. O presidente da entidade, oficial de
Justiça Ednor Gonzaga Júnior, ressalta que a iniciativa tem como
objetivo assegurar a lisura e transparência do concurso.
“Não estamos pedindo cancelamento, mas sim a correção de alguns atos,
cuja nulidade é gritante, e que podem representar prejuízos
irreversíveis” – disse ele. Um dos problemas identificado é que o Edital
029/2012, convocando o concurso, foi produzido e publicado por
autoridade incompetente. Com base na resolução 075/2009 do CNJ, o
sindicato alega que, antes de publicar o edital, o Tribunal de Justiça
deveria ter criado uma comissão permanente cabendo a esta elaborar os
termos do certame e providenciar sua publicação.
Ao contrário da norma vigente, o edital foi elaborado e publicado pela
presidência do TJAL, que somente dois dias depois tornou pública a
composição da comissão permanente. Mesmo oficializada, a comissão nunca
se reuniu, enquanto a presidência continuou adotando as medidas
sequentes para a realização das provas. “Está claro que houve inversão
das fases procedimentais, o que torna o Edital 29/2012 um ato
administrativo nulo” – argumenta o presidente do Serjal.
Segundo ele, da forma como está sendo conduzido, o processo para
contratação de novos servidores fere o Princípio da Impessoalidade, cujo
objetivo é impedir no nascedouro decisões individuais, que venham a
favorecer ou prejudicar pessoas ou grupos. Ednor lamentou ainda que,
mesmo fazendo parte da comissão permanente, o Sindicato dos Servidores
não foi chamado para uma única reunião.
O dirigente sindical deixa claro que, assim como a sociedade alagoana
anseia pelo concurso, que é a oportunidade legal de acesso ao serviço
público, a entidade dos servidores defende e comemora sua realização
como oportunidade de suprir a carência de pessoal, que chega a mil
funcionários, e melhorar a qualidade dos serviços da Justiça. Mas tem o
dever ético e moral de lutar por sua lisura e transparência.
“Acreditamos que o CNJ julgará consequente o nosso pedido” – acrescentou
ele, revelando que o procedimento de controle administrativo foi
impetrado na última sexta-feira, 3.
Fonte: Cada Minuto