Mutirão de 25 oficiais de justiça pede para comerciantes e moradores deixarem Tijuca Off Shopping e condomínio
RIO - Um grupo de oficiais de Justiça do Rio chegou, no início da manhã desta sexta-feira, ao condomínio onde fica o Tijuca Off Shopping, na Rua Barão de Mesquita 314, para notificar moradores e lojistas. Eles terão que deixar seus imóveis, sob a alegação de risco de desabamento. O perigo foi atestado em laudo da Defesa Civil. No entanto, o secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório, disse nesta quinta-feira que não há risco de desabamento.
Os oficiais permanecem no prédio e a ordem é notificar pessoalmente todas as cerca de 400 unidades.
As características originais do estacionamento dos prédios terão que
ser restituídas. A administração do condomínio Residencial Tijuca
informou, por meio de nota publicada na noite desta quinta-feira, que,
em cumprimento à decisão judicial da 27ª Vara Cível, as obras serão
iniciadas na sexta-feira. Um laudo emitido em março pela Subsecretaria
de Defesa Civil do município apontava que intervenções realizadas no
condomínio promoveram o corte de vigas de concreto armado.
Nas próximas semanas, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
do Rio de Janeiro (Crea-RJ) convocará os profissionais envolvidos na
realização das reformas, a fim de apurar possíveis irregularidades. O
conselho, por meio de nota publicada nesta quinta-feira, recomendou que
seja elaborado um laudo técnico por um profissional registrado e
especializado. Dessa forma, segundo o Crea, os moradores terão "garantia
plena e tranquilidade", apesar de técnicos do conselho não terem
identificado risco de desabamento iminente em uma avaliação preliminar.
O risco de desabamento do shopping ou dos quatro edifícios
residenciais do condomínio também foi descartado nesta quinta-feira pelo
secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto
Osório. Ele disse que uma vistoria foi realizada no local e não
encontrou problemas. No entanto, o secretário afirma que a obra pode
realmente ter danificado a estrutura do prédio.
- A obra interferiu e afetou alguns elementos da estrutura do imóvel,
que não apresenta risco imediato de colapso - explicou Osório,
acrescentando, ainda, que se a estrutura não for recomposta, existe um
risco de desabamento futuro para toda a construção.
A obra que teria causado o problema estava sendo realizada no
estacionamento. Segundo laudo emitido pela Subsecretaria de Defesa Civil
do município em março, quando o projeto foi embargado, houve "corte de
vigas de concreto armado" na construção de duas rampas entre os blocos A
e B, além de "acréscimos e remanejamento de cargas atuantes" na
estrutura do edifício. Os técnicos notaram ainda a "necessidade de
recomposição da estrutura para que o quadro não se agrave e provoque o
colapso das estruturas".
A Defesa Civil também cobra reformas na fachada do edifício, onde
teriam constatado o mau estado do revestimento externo, e pedem
informações sobre a legalização da obra e o nome do engenheiro
responsável.
A prefeitura havia informado que o condomínio se prontificou a
realizar obras de recomposição dos elementos estruturais no prazo de 15
dias. A juíza Adriana de Carvalho, da 27ª Vara Cível, determinou a
evacuação do condomínio em no máximo duas semanas. Apesar do clima de
tensão, as lojas abriram normalmente nesta quinta-feira, mas houve pouca
movimentação de clientes.
Fonte: Agência O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente: