Oficial de Justiça esteve no local na quarta-feira
Pais foram informados apenas de que não haverá aulas nesta quinta e na sexta-feira
RIO - Pais de alunos do Colégio St Patrick’s, no Leblon, foram pegos
de surpresa na quarta-feira, quando os filhos chegaram em casa com um
comunicado explicando que, “por motivos técnico-administrativos”, as
aulas desta quinta-feira e de sexta estavam suspensas. O que muitos não
sabem é que a escola não deve mais abrir as portas. O imóvel é alvo de
uma batalha judicial há três anos. Herdeiros da propriedade entraram com
uma ação contra o dono do colégio — que pertence à mesma família e tem
direito a um sétimo do imóvel — alegando inadimplência no pagamento de
aluguéis. Na quarta-feira, um oficial de Justiça esteve no local, e as
chaves da propriedade foram entregues aos autores da ação, como adiantou
Lu Lacerda em seu blog .
Números divulgados pelo censo escolar
anual do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep) já mostravam que o colégio enfrentava dificuldades. O St
Patrick’s recebeu em 2011 49 alunos, da educação infantil ao ensino
médio.
O dono do colégio morava em parte da propriedade e também
teve que sair do imóvel, que tem dois andares. Segundo Osmar Berardo
Carneiro da Cunha Filho, advogado dos autores da ação, os móveis poderão
ser retirados aos poucos. Cunha Filho disse que não cabe mais recurso
para o réu recuperar a propriedade, mas ainda está em discussão o valor
da dívida em aluguéis. Procurado na escola e por telefone, nenhum
representante do St Patrick’s comentou o assunto.
Em setembro de
2011, uma decisão da 5ª Câmara Cível já exigia a desocupação do imóvel
até dezembro. Diante da desobediência, no último dia 25 foi expedido um
mandado de despejo.
Roberto Pedrosa, pai de um aluno do 7º ano e
morador do Leblon, se mostrou assustado com a possibilidade de
fechamento do colégio:
— Não tinha ideia do processo. Meu filho
estava matriculado no colégio desde o início do ano e estava muito
entrosado. Cheguei a achar estranho só haver seis alunos em sua turma,
mas ao mesmo tempo acreditava que ele teria mais atenção dos
professores. Não sei como farei para matriculá-lo em outra escola no
meio do ano letivo.
Evelyn Rosenzweig, presidente da Associação de Moradores do Leblon, lamentou o fim do colégio:
— Já quase não temos escolas no bairro. Perder o conjunto arquitetônico para um prédio será uma pena.
Fonte: O Globo
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