Emoção e indignação no sepultamento do oficial de justiça encontrado morto ontem em Contagem
O velório do oficial de justiça da
Justiça Federal Daniel Norberto da Cunha, cujo sepultamento ocorreu no
final da manhã desta terça-feira, 29, no Cemitério Parque Renascer, em
Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi marcado pela
emoção e tristeza dos amigos e familiares, mas também de muita
indignação dos colegas de profissão do falecido em relação à falta de
segurança e de apoio das autoridades do Poder Judiciário aos oficiais de
justiça, tendo em vista os riscos diários que a classe enfrenta no
exercício da função. Estiveram presentes dezenas de oficiais de justiça
da Justiça Federal, da Justiça do Trabalho e da Justiça Estadual, além
de outros servidores do Poder Judiciário.
O SINDOJUS/MG esteve representado pelo
presidente Wander da Costa Ribeiro, pelo diretor administrativo Jonathan
Porto do Carmo, pelo presidente do Conselho Fiscal, Nelmo Valério
Cantão, e pelo também conselheiro fiscal Eldimar Marques Pereira; a
Assojaf/MG, pelo presidente Welington Gonçalves e vários diretores,
entre os quais José Geraldo Mota; e o Sitraemg, pela coordenadora geral
Lúcia Bernardes de Freitas e pela coordenadora executiva Artalide Lopes.
O oficial de justiça Daniel Norberto da
Cunha estava desaparecido desde a última quinta-feira, 24, quando saiu
da Central de Mandados da Justiça Federal, por volta das 19h30, para
cumprir mandados. Mais tarde, ele entrou em contato por telefone com a
esposa, Conceição, dizendo que iria cumprir só mais dois mandados (um no
bairro Prado, em Belo Horizonte, e outro em Contagem, onde ele morava) e
ia para casa. Daí para frente, não deu mais notícias a familiares,
colegas e amigos. Seu corpo foi encontrado no início da tarde de ontem
(segunda-feira, 28), dentro do próprio carro (Fiat Idea, cor prata), no
banco dianteiro do passageiro. Uma pessoa que passava perto do veículo
percebeu o mau cheiro que exalava do interior e chamou a Polícia para
averiguar. De acordo com registro no parquímetro do estacionamento, o
veículo foi estacionado no local na noite de sexta-feira. Devido à
película escura dos vidros, era tão difícil a visão do interior do carro
que um guarda da Transcon (empresa gestora do trânsito em Contagem)
chegou a deixar uma multa por estacionamento indevido, no parabrisa, sem
avistar o oficial morto.
Não foram encontrados, no veículo,
algumas jóias que o oficial usava e uma pochete em que guardava
documentos e dinheiro, o que sugeriria a hipótese de latrocínio. Por
outro lado, foi encontrado o notebook do falecido. Também foram
observados ferimentos na cabeça, tórax e uma lesão no pescoço de Daniel,
o que leva a Polícia a acreditar em assassinato. Outro dado importante:
o carro foi encontrado trancado, sem as chaves. As investigações estão a
cargo da Polícia Federal e da Polícia Civil mineira.