quarta-feira, 13 de junho de 2018

Oficial de Justiça é expulso de bairro de Fortaleza quando cumpria mandados

Oficial de Justiça é expulso do Parque São José por oito homens

“Eles começaram a gritar: vai embora, vai embora. Ninguém quer a justiça aqui não”, disse. Preocupados com a situação, os próprios moradores recomendaram que o oficial saísse

Está cada vez mais difícil para o (a) Oficial (a) de Justiça desempenhar as suas funções em Fortaleza. Na última quinta-feira (7), um oficial da Central de Cumprimento de Mandados Judiciais (Ceman) do Fórum Clóvis Beviláqua foi escorraçado do Parque São José enquanto tentava cumprir os seus mandados judiciais. Já estava na metade das diligências quando, por volta das 9h30, foi abordado por um grupo de oito homens que o expulsou do bairro, na Rua Noel Rosa (ruela onde só é possível chegar a pé).

“Eles começaram a gritar: vai embora, vai embora. Ninguém quer a justiça aqui não”, disse. Preocupados com a situação, os próprios moradores recomendaram que o oficial saísse. “Fui embora e eles ainda me acompanharam até a entrada da ruela, e ficaram me encarando. Foi uma tensão, está sem condições de cumprir mandado lá”, destacou. Oficial de Justiça há 20 anos, ele disse que nunca tinha passado por uma situação dessas.

Nesse mesmo dia, contou que teve de entrar em um conjunto habitacional no bairro Canindezinho e, mais uma vez, homens o abordaram perguntaram o que estava fazendo ali. Quando se identificou com Oficial de Justiça, aos poucos saíram de perto dele. “Foi outra tensão”, ressalta. Temeroso pela própria vida, o oficial comenta que é complicado entrar nessas áreas, pois qualquer erro pode ser fatal. Para se precaver, procura trabalhar de manhã cedo, encerrando as atividades no máximo às 16 horas, pois depois desse horário fica muito arriscado. Para garantir maior segurança para quem trabalha em área de risco, ele diz que só com escolta policial mesmo. “Não vejo outra alternativa”, salienta. 

Riscos

Por trabalharem nas ruas, oficiais e oficialas acabam se tornando mais vulneráveis à insegurança que atinge não só Fortaleza, mas também o interior. Pouca gente sabe, mas é no seu veículo particular que eles dão cumprimento às decisões judiciais, andando em bairros nobres e favelas, na zona urbana e zona rural, muitas vezes tendo de percorrer longas distâncias para dar cumprimento a um único mandado judicial, sem que tenha a devida contrapartida por parte do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). Não raro, acabam se deparando com situações com essa. O Sindojus irá oficiar mais esse fato ao TJCE, para que as devidas providências sejam tomadas.

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