terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Audiência debate a criação de Centrais Especializadas e a inclusão do Oficial de Justiça na rede de proteção à mulher vítima de violência doméstica

O evento, uma iniciativa da senadora Augusta Brito (PT-CE), abordou também a necessidade de identificar a violência doméstica e o feminicídio por meio de dados e da atuação do Oficial de Justiça



Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A rede de proteção à mulher em situação de violência doméstica e familiar envolve diversos atores, mas um, em especial, que está no lar da vítima e do agressor, ainda não está incluído nessa rede de proteção: o Oficial de Justiça – servidor do Poder Judiciário responsável pelo cumprimento das medidas protetivas de urgência. Esse foi o cerne das discussões da audiência pública realizada no dia 28 de novembro, na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal. O evento abordou também a necessidade de identificar a violência doméstica e o feminicídio por meio de dados e da atuação do Oficial de Justiça.

A senadora Augusta Brito (PT-CE), presidente da Comissão de Combate à Violência Contra a Mulher, foi a autora do requerimento. Participaram dos debates a juíza auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luciana Lopes Rocha; a diretora do Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE), Fernanda Garcia; o juiz do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), Tiago Dias da Silva; e o professor de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), Maurício Feijó Benevides de Magalhães Filho, sendo os dois últimos por videoconferência.

Também participaram das discussões a senadora Jussara Lima (PSD-PI); a senadora Soraya Thronicke (União-MS); a secretária-executiva de Políticas Públicas para Mulheres do Ceará, Liliane Araújo; e os presidentes do Sindojus do Distrito Federal e de Minas Gerais, Gerardo Lima Filho e Eduardo Rocha, respectivamente.


Foto: Karol Santos/Ascom senadora Augusta Brito

Ausência de dados

A senadora Augusta Brito explicou que a ideia de realização da audiência pública surgiu em agosto deste ano, durante o lançamento do livro “Feminicídio: mapeamento, prevenção e tecnologia”, o qual apresenta um panorama sobre o feminicídio em Fortaleza. A obra trata das formas de atuação, especialmente no Poder Judiciário, para prevenção por meio de uma proposta de avaliação de risco e ação integrada entre diversos órgãos, norteada por uma gestão de dados, mas não aborda, entretanto, a perspectiva da atividade do Oficial de Justiça, pois os pesquisadores não encontraram dados referentes à atuação desses servidores.

Fernanda Garcia, diretora do Sindojus, destacou que esse é um tema sensível para os Oficiais de Justiça, tendo em vista que é a categoria quem executa essas decisões judiciais e, portanto, acaba tendo um contato diário com esse tema tão delicado. “Somos o único servidor do judiciário que está na casa dessa mulher, dessa vítima, então a gente acaba tendo essa experiência in loco”, disse.

“A gente tem visto que a grande vantagem da Lei Maria da Penha foi essa especialização, em que a gente observa um atendimento voltado para o acolhimento dessas vítimas, então o que a gente quer é trazer essa discussão e mostrar: nós fazemos parte desse sistema, somos agentes públicos, fazemos parte do Poder Judiciário e podemos, sim, colaborar com a evolução dessas medidas”, complementou.
Centrais Especializadas qualificariam o atendimento e otimizariam o cumprimento das medidas

A celeridade no cumprimento desses medidas foi outro ponto de debate. Fernanda Garcia observou que muitas vezes a decisão demora para chegar à mão do Oficial de Justiça, que há um lapso temporal entre a decisão proferida pelo magistrado e o cumprimento do mandado. “A gente acredita que, assim como os Juizados Especiais, com as Varas Especializadas, também é importante a criação de Centrais Especializadas, onde o Oficial de Justiça vai poder otimizar essa distância entre a decisão e a execução, e vai poder ser qualificado para ter um acolhimento dessa vítima e a gente poder prevenir revitimização”, esclareceu.


Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Trata-se de mulheres que já estão fragilizadas, com um Oficial de Justiça batendo à porta, então como ela deve ser abordada? Muitas vezes, o primeiro contato que o agressor tem é com o Oficial de Justiça, dessa forma cabe a esses servidores da justiça alertá-los das medidas protetivas e das consequências de desobedecê-las.

“Se esse agressor não for preso em flagrante, o primeiro contato dele vai ser com o Oficial de Justiça, por isso a gente precisa de uma qualificação, de workshops, de treinamentos, de uma padronização em todo o país, porque às vezes em um estado é feito de uma forma e em outro não é feito, como a gente pode equalizar isso?”, questionou a diretora do Sindojus Ceará.

Oficiais podem contribuir com levantamento de dados qualitativos

Fernanda Garcia reforçou que o Oficial de Justiça faz parte desse sistema e também pode colaborar. Com Centrais Especializadas, ela ressaltou que esses servidores podem contribuir, inclusive, com o levantamento de dados qualitativos, e não só quantitativos, uma vez que ele está na casa dessas mulheres, em contato direto com elas. “Geralmente, cria-se um vínculo de confiança em que elas procuram o Oficial de Justiça. ‘– Ele está na minha casa descumprindo a ordem, o que eu faço?’ Hoje em dia as partes estão com o WhatsApp dos Oficiais de Justiça, então a gente tem a possibilidade de auxiliar o CNJ e toda essa discussão”, reiterou.


A diretora observou que uma atuação bem feita e capacitada por parte do Oficial de Justiça pode cessar o conflito de imediato. “Se o agressor compreender que não pode desobedecer a medida protetiva e as consequências do descumprimento a gente previne que essa situação se agrave enquanto não se finaliza o processo. Estamos aqui para colaborar e construir um ambiente de soluções. Essa é uma preocupação também dos sindicatos, porque o servidor tem que estar amparado, ele tem que ter condições físicas e materiais para poder bem desempenhar o seu papel”, disse.

Formulário nacional identifica os fatores preditivos de feminicídio

A juíza auxiliar da presidência do CNJ, Luciana Lopes Rocha, exaltou que a pauta daquela audiência era extremamente importante e que as medidas protetivas de urgência são o coração da Lei Maria da Penha, como instrumento de tutela jurídica. Ela diz que muitas mulheres relatam o descumprimento de medidas protetivas para o Oficial de Justiça, pedindo informações e orientações, “e informação é poder, informação é proteção”. E que há um formulário nacional aprovado pelo CNJ que identifica os fatores de risco preditivos de feminicídio, os quais precisam ser conhecido por todos.

“Se o Oficial de Justiça vai fazer uma intimação da vítima e percebe que ela está grávida, isso é um fator de risco preditivo de feminicídio. Se o oficial percebe que o autor dos fatos está embriagado, uso abusivo de álcool e drogas é fator de risco preditivo de feminicídio, isso tem que constar nas certidões circunstanciadas, porque com isso nós vamos fazer um monitoramento constante das situações vividas para que tenhamos um atendimento acolhedor e efetivo no atendimento jurisdicional”, salientou Luciana Lopes Rocha.


Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Nos casos de risco extremo, a magistrada ressaltou que não basta só a medida protetiva, é preciso aliar as políticas públicas de monitoramento com uso de tecnologia, daí a importância de o Ministério da Justiça fortalecer a fiscalização da medida com tecnologia, com uso de tornozeleiras eletrônicas, botões do pânico, fortalecer as visitas feitas por Policiais Militares com patrulhas Maria da Penha, toda essa ação protetiva aliada em rede. “A gente só resolve problema de grande complexidade como é a violência doméstica de forma interinstitucional, não há dúvida, e com muito diálogo com a sociedade”, disse.

A importância da atuação do Oficial de Justiça com segurança foi outro ponto destacado pela juíza auxiliar da presidência do Conselho. Ela afirmou que é preciso o apoio da Polícia Militar no acompanhamento dos Oficiais de Justiça, especialmente nas medidas de afastamento do lar. “É fundamental que o reforço policial venha autorizado pela autoridade judicial, caso o Oficial de Justiça venha a precisar. Nós temos que dar o suporte institucional para o cumprimento dessa missão tão importante dos Oficiais de Justiça”, reiterou.

Levantamento do quantitativo de Oficiais de Justiça no país

A falta de dados referentes ao quantitativo de Oficiais de Justiça no Brasil também foi abordado. A diretora Fernanda Garcia comentou que as entidades só possuem uma estimativa e que seria interessante que o CNJ realizasse esse levantamento, até para que possa haver uma qualificação desses servidores do judiciário. Disse ainda que considera extremamente relevante que os Oficiais de Justiça tenham acesso aos formulários nacionais de risco preditivos de feminicídios.

“Como dissemos, é o oficial quem vai à residência do agressor e da vítima, então ele tem a possibilidade, in loco, trazer esses dados qualitativos que estão presentes nos formulários, e a gente só vai ter acesso a isso se os Oficiais de Justiça forem inseridos nessa rede de proteção e passarem a compreender esses formulários, por meio de capacitações e treinamentos”, defendeu.
Sindojus solicita disponibilização de telefones institucionais aos Oficiais de Justiça

Presente ao evento, o presidente do Sindojus Ceará, Vagner Venâncio, interveio indagando a representante do CNJ sobre a possibilidade de ser feita uma orientação por parte do Conselho, que tem o controle administrativo sob os tribunais, para que sejam disponibilizados telefones institucionais aos Oficiais de Justiça de todo o país para o cumprimento das diligências previstas na Resolução nº 354/2020 – que dispõe sobre o cumprimento digital de ato processual.


Concordando com a solicitação, a juíza Luciana Lopes Rocha informou as unidades judiciárias já têm uma recomendação de que sejam dotadas de telefone para acelerar as intimações nesse sentido.

“De fato é uma demanda importante, vamos ver como a gente consegue encaminhar essa questão”, respondeu. Ela mencionou que, por ocasião de cursos promovidos pelo CNJ para Oficiais de Justiça do Distrito Federal, surgiu muito essa reclamação, de estarem utilizando os seus telefones pessoais e depois homens e mulheres entrarem em contato. “Tem a questão da proteção desses oficiais, com seus dados pessoais em contato com as pessoas, e precisamos de telefones institucionais”, assentiu.

Encaminhamentos

Vários encaminhamentos foram dados pela senadora Augusta Brito a partir da audiência pública, entre eles, o de levar a demanda de criação de Centrais Especializadas para o presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), desembargador Abelardo Benevides. Realizar um seminário na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) para todos os Oficiais de Justiça do Estado, com a presença da juíza auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luciana Lopes Rocha, que já aceitou o convite, com o objetivo de que possam perguntar e colocar um pouco de suas demandas de trabalho. E a realização daquele mesmo debate na Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher do Senado.


Foto: Karol Santos/Ascom senadora Augusta Brito

“Já existe um formulário e ele precisa ser repassado para o Oficial de Justiça. Além disso, tem a questão específica dos fatores de risco, que podem ser observados no cumprimento da medida protetiva. Como o oficial pode agir para prevenir e informar se tiver algum dos pontos de alerta que vão ser discutidos nesse seminário? A gente sabe que vai fazer diferença. Vamos nos unir para fortalecer essas ações que vão ajudar no combate ao feminicídio em todos os estados”, destacou Augusta Brito.


Tiago Dias da Silva, juiz do TJCE e pesquisador, participou dos debates por videoconferência. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Agradecimentos

Tiago Dias da Silva, juiz do TJCE e pesquisador, concordou com os encaminhamentos e admitiu que é preciso envolver mais os Oficiais de Justiça nessas capacitações. “Essa audiência pública está sendo bastante rica no sentido de despertar em nós, que estamos participando desses grupos de trabalho, a necessidade de incluir cada vez mais a voz e a participação dos Oficiais de Justiça na construção dessas soluções. Parabéns à senadora Augusta Brito pela iniciativa, que com certeza vai render bons frutos”, elogiou.

A diretora do Sindojus, Fernanda Garcia, também agradeceu a senadora pela oportunidade fazer esse debate tão importante e reforçou que todos os pontos abordados foram extremamente relevantes. “É aquela união de esforços. Não se pode esperar que um problema complexo como esse seja resolvido por apenas um agente. Só com essa soma de esforços e de agentes encontraremos soluções”, concluiu.
Criação de Centrais Especializadas

A criação de Centrais Especializadas no cumprimento de mandados oriundos dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar é uma demanda que já foi apresentada à administração do TJCE. Em 2021, durante reunião com a desembargadora Marlúcia de Araújo Bezerra, presidente da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica do tribunal, a entidade defendeu que as centrais visam a um aperfeiçoamento e padronização na execução das medidas judiciais relacionadas à violência doméstica, oferecendo uma prestação jurisdicional mais ágil e eficiente. A proposta é de que esses servidores sejam capacitados para oferecer atenção e orientação de forma respeitosa e não preconceituosa, levando em consideração as dificuldades enfrentadas pelas mulheres que procuram ajuda institucional.

No ano passado foram expedidos, só na comarca de Fortaleza, 20.856 mandados oriundos dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Trata-se de medidas cumpridas por oficiais e oficialas de Justiça, por isso a importância de ações coordenadas que busquem dar maior celeridade ao cumprimento desses atos.

InfoJus Brasil: com informações do Sindojus-CE

Eduardo Bolsonaro dribla oficiais de Justiça e foge de intimação por ofender professores

Servidores descrevem ao menos sete tentativas frustradas, com 'informações desencontradas e imprecisas' dos funcionários

O Supremo Tribunal Federal (STF) não tem conseguido intimar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para responder a uma queixa-crime por ter comparado o que chamou de "professores doutrinadores" a traficantes de drogas em julho deste ano.

Em evento pró-armas, Eduardo disse que "não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar os nossos filhos para o mundo do crime" e que "talvez até o professor doutrinador seja ainda pior, porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando opressão em todo o tipo de relação".


O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) cumprimenta apoiadores na rampa do Palácio do Planalto - Pedro Ladeira-6.set.2021/Folhapress

Ainda em julho, a deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) classificou a fala como "discurso de ódio" e acionou o STF para que Eduardo fosse punido por calúnia e difamação,. Em 23 de outubro, o ministro Nunes Marques abriu prazo de 15 dias para que o parlamentar se manifestasse.

Em 29 de novembro, as oficiais de Justiça Federal Cristiane Oliveira e Doralúcia Santos apresentaram um relato detalhado das dificuldades que têm tido com a tarefa, da qual, por fim, desistiram.

Foram ao menos sete tentativas de intimar o deputado, sem sucesso. No relato enviado ao STF, as oficiais dizem que receberam "informações desencontradas e imprecisas" dos funcionários do deputado e afirmam que nunca conseguiram ter acesso a ele nas "múltiplas diligências feitas em seu gabinete e nos plenários".

Elas relatam que ouviram de funcionários de Eduardo diversas promessas de que ele estava prestes a chegar que nunca se concretizavam, além de sugestões para ficassem indo e voltando ao gabinete durante todo o dia ou que "aguardassem no corredor durante o dia todo até que ele aparecesse".

Deputada Luciene Cavalcante (PSOL-SP) durante discurso no plenário da Câmara - Zeca Ribeiro-22.nov.2023/Câmara dos Deputados

"Cumpre explicar que aquele gabinete não possui sala de espera nem cadeira para terceiros", diz o relato, que também descreve contradições entre os servidores, como o chefe de gabinete dizendo que o deputado não estava na Câmara enquanto outros membros do gabinete diziam que ele se encontrava na Casa.

Elas também descrevem situações em que o esperaram por mais de uma hora em diferentes plenários da Câmara e não conseguiram encontrá-lo.

Nesse cenário, após sucessivas diligências infrutíferas, elas decidiram devolver o mandado ao ministro sem cumprimento.

InfoJus Brasil: com informações da Folha de S. Paulo

sábado, 2 de dezembro de 2023

TJDFT assina contrato com a operadora Claro para fornecimento de aparelhos e linhas telefônicas aos Oficiais de Justiça


Em face de pedidos para a COAMA (Coordenadoria de Administração de Mandados/Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios) feitos por alguns Oficiais de Justiça e a devolução de mandado sem cumprimento por falta de meios, a SEAMB (Secretaria de Administração de Mandados e Guarda de Bens Judiciais) solicitou ao TJDFT o fornecimento de celulares e chips com plano de dados para a utilização nas diligências.

A UniOficiais/Sindojus-DF teve conhecimento de que o contrato foi assinado e, em breve, o Tribunal irá fornecer os aparelhos celulares e plano de dados com chip para os Oficiais de Justiça.

Ainda segundo o que foi apurado pelo sindicato, o Oficial de Justiça poderá pegar só o chip com o plano de dados ou o celular e plano de dados.

A notícia deve ser divulgada e apresentada pela COAMA, que fará a distribuição dos aparelhos e indicará como será a entrega dos chips.

Fonte: UniOficiais/Sindojus-DF

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

PEC 23/2023: Relator da PEC dos Oficiais de Justiça é eleito o novo líder da Bancada do PDT na Câmara dos Deputados

Afonso Motta é eleito o novo líder da Bancada do PDT na Câmara Federal


“Afonso é um quadro orgânico do Trabalhismo e do PDT”, destacou o ministro Carlos Lupi

Por aclamação, o deputado federal Afonso Motta (RS), relator da PEC 23/2023 na CCJ, foi escolhido pela bancada do partido para assumir a liderança do PDT a partir de 2024. A escolha foi feita em reunião com a Executiva Nacional, em Brasília, na quarta-feira (29). Afonso assume a função no lugar do presidente nacional em exercício, André Figueiredo (CE).

Natural de Alegrete (RS), Afonso Motta é vice-presidente estadual do PDT no Rio Grande do Sul, e foi reeleito em 2022 com mais de 70 mil votos para o seu quarto mandato como deputado federal. Advogado e produtor rural, Motta foi secretário de governo no Estado e trabalhou em diversas funções no Grupo RBS de Comunicação, sendo o idealizador do Canal Rural. Presidiu a Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert-RS).

Membro do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul, Motta foi conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e integrou as comissões de Ética e Disciplina, de Estudos dos Problemas da Terra e a Comissão Especial de Políticas Criminais e Segurança Pública, e também integrou o Fórum Nacional da Agricultura.

O Presidente licenciado e Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, relembrou a trajetória de Motta e disse que a bancada do partido está em excelentes mãos.

“Afonso é um quadro orgânico do Trabalhismo e do PDT. Um parlamentar que muito nos orgulha e tenho certeza que sua passagem pela liderança vai agregar muito ao partido” afirmou Lupi.

Presidente em exercício e atual líder, André também exaltou as qualidades de Afonso, garantindo que a coesão da Bancada Federal está garantida.

InfoJus Brasil: com informações do PDT

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

SINDOJUS-CE: Com 75,66% dos votos, Assembleia Geral Extraordinária aprova alteração estatutária

É a primeira vez na história do Sindicato dos Oficiais de Justiça que se realiza uma AGE convocada por filiados e filiadas. A medida está prevista no artigo 26, inciso III do Estatuto


Fotos: Sindojus Ceará

Decisão inédita. A categoria dos Oficiais de Justiça do Ceará aprovou hoje, em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) convocada por 323 filiados e filiadas à entidade, a alteração do artigo 28 do Estatuto do Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE), no tocante ao dispositivo da reeleição. Foram 341 votos registrados, dos quais 258 a favor (75,66%), 80 contra (23,46%) e 3 abstenções (0,88%). Com a mudança, o presidente e os demais membros da diretoria poderão ser reeleitos. A assembleia ocorreu no formato híbrido, sendo presencial na Escola Superior da Magistratura do Ceará (Esmec) e virtual por meio da plataforma Zoom. Os trabalhos da mesa foram dirigidos pelo Primeiro Secretário, Francisco José de Mendonça.

É a primeira vez na história do Sindicato dos Oficiais de Justiça que se realiza uma Assembleia Geral convocada por filiados e filiadas à entidade. A medida está prevista no artigo 26, inciso III do Estatuto, segundo o qual 1/5 dos filiados pode convocar uma AGE. Ao todo, 323 sindicalizados(as) foram signatários do requerimento solicitando a alteração estatutária – o equivalente a 42,16% da categoria (766), entre ativos e inativos.
Votação ocorreu on-line

A assembleia foi marcada por intenso debate, com posições favoráveis e contrárias. Dez oficiais e oficialas se inscreveram para expor os seus posicionamentos. Encerrado o debate foi aberto o processo de votação, realizado de forma virtual. A empresa Eleja Online disparou para os sindicalizados e sindicalizadas, via SMS e por e-mail, o login e a senha de acesso à plataforma de votação, possibilitando que todos os Oficiais de Justiça do Estado pudessem participar.

A próxima eleição do sindicato está prevista para ocorrer em maio do ano que vem. O artigo 28 do Estatuto estabelece que a diretoria executiva é formada por 12 diretores efetivos e seis suplentes, com mandato de três anos.

Confira o resultado da apuração – AQUI

InfoJus Brasil: com informações do Sindojus-CE

TCU não analisa VPNI x GAE e processo é adiado mais uma vez


O plenário do Tribunal de Contas da União adiou, mais uma vez, a análise da Representação 036.450/2020-0, que trata sobre a legalidade do pagamento acumulado da VPNI e GAE para os Oficiais de Justiça.

O processo esteve em pauta nesta quarta-feira (29) pela segunda semana consecutiva e, novamente, não foi apreciado. Durante a sessão, o relator do processo, ministro Antonio Anastasia, consultou autor do pedido de vista, ministro Benjamin Zymler, em relação ao andamento de matéria similar junto ao Congresso Nacional.

Neste sentido, ambos concordaram em retirar de pauta até que ocorra uma definição em relação ao Veto nº 25 que, entre outros, garante o crédito cumulativo aos Oficiais.


A Fenassojaf esteve no plenário da Corte de Contas e acompanhou a sessão desta quarta-feira representada pelos assessores jurídicos Eduardo Virtuoso e Rudi Cassel.

Desde esta terça-feira, a assessoria da Associação Nacional atuou junto ao TCU em defesa dos Oficiais de Justiça. “Seguiremos, incansáveis, lutando por uma análise definitiva que garanta a legalidade do pagamento aos Oficiais de Justiça”, finaliza a presidenta Mariana Liria.

InfoJus Brasil: com informações da Fenassojaf

Ministro Bandeira de Melo atende requerimento e Fenassojaf integra subgrupo 1 do Fórum de Carreira do CNJ

O ministro Bandeira de Mello acatou pedido encaminhado pela assessoria jurídica e a Fenassojaf integrou, nesta quarta-feira (29), os debates do subgrupo 1 do Fórum Permanente de Gestão e Carreira dos Servidores do PJU no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Através da intervenção promovida pelo advogado Eduardo Virtuoso durante reunião nesta terça (28), o requerimento para que a Associação Nacional integrasse os debates em relação à carreira dos Oficiais de Justiça foi aceito.

Com a presença da presidenta Mariana Liria e do diretor jurídico Fabio Maia, a Fenassojaf acompanhou o encontro virtual desta quarta, onde foram feitos ajustes no cronograma de reuniões e continuaram as discussões sobre as diferenças nas atribuições dos cargos de Analistas e Técnicos judiciários.

Esta foi a última reunião do subgrupo em 2023, ficando as demais distribuídas em 2024 para: 19/01; 02/02; 16/02; 01/03; 15/03; e 05/04.

Durante a fala, a presidenta Mariana Liria esclareceu as funções desempenhadas pelos Oficiais de Justiça e solicitou prioridade nas discussões em relação às atribuições desses servidores no cumprimento dos mandados. O pedido teve o apoio da Fenajufe, através da coordenadora e vice-presidenta da Assojaf-MG Paula Meniconi, que destacou o empenho das entidades para as novas nomeações de Oficiais de Justiça no TRT da 3ª Região.

A justificativa para a urgência se deve ao fato de que existe um debate em andamento no Conselho Superior da Justiça do Trabalho sobre o tema. A entidade encaminhou solicitação de prorrogação de 90 dias ao CSJT para que a discussão seja realizada no Fórum de Carreira.

Na avaliação de Mariana Liria, a presença da Fenassojaf nos debates referentes à carreira e às atribuições de cada segmento é essencial para fazer com que toda a categoria tenha conhecimento do trabalho desempenhado pelos Oficiais de Justiça nas ruas. “A participação no Fórum de Carreira será essencial, a nosso ver, para trazer a esse importantíssimo espaço as peculiaridades do cargo de Oficial de Justiça. Em um trabalho conjunto com a Fenajufe e trazendo também o acúmulo dos debates com os Oficiais estaduais, vamos propor o aprimoramento e a valorização das nossas atribuições, esclarecendo que as novas tecnologias em nada diminuíram a nossa carga de trabalho; e que - desde que adequadamente instrumentalizados para a execução das ordens judiciais -, muito temos a contribuir com a efetividade da prestação jurisidicional!”, finaliza a presidenta da Fenassojaf.

InfoJus Brasil: com informações da Fenassojaf

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Audiência pública debate a Lei Maria da Penha e a ausência de dados referentes à atuação do Oficial de Justiça

O evento será nesta terça-feira (28), às 14h, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado. A proposta é uma iniciativa da senadora Augusta Brito (PT-CE)

O presidente Vagner Venâncio, a diretora Fernanda Garcia e o presidente do Sindojus-DF, Gerardo Lima, com a senadora Augusta Brito (PT-CE), durante o lançamento do livro Feminicídio, am agosto deste ano, no Senado.

“Lei Maria da Penha: ausência de dados referentes à atuação dos Oficiais de Justiça” é o tema de audiência pública que será realizada nesta terça-feira (28), na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado Federal. O evento será às 14 horas no Anexo II, Ala Senador Nilo Coelho, Plenário 2º. A proposta é uma iniciativa da senadora Augusta Brito (PT-CE), que em setembro deste ano foi eleita presidente da Comissão de Combate à Violência Contra a Mulher.

A audiência contará com a participação da juíza auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luciana Lopes Rocha; da Oficiala de Justiça Fernanda Garcia, diretora do Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE); do diretor da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), Maurício Feijó Benevides de Magalhães Filho; do coordenador do Insight Data Science Lab, Laboratório de Pesquisa em Ciência de Dados da UFC, professor José Antonio Fernandes de Macêdo; e do juiz do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) e pesquisador, Tiago Dias da Silva. Também foram convidadas a senadora Zenaide Maia (PSD-RN) e a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).

O Oficial de Justiça na rede de enfrentamento

A senadora Augusta Brito destaca na requisição da audiência pública que o Oficial de Justiça é fundamental na rede de enfrentamento à violência doméstica, uma vez que é responsável pelo cumprimento célere de medidas protetivas e afastamentos de agressores do lar. “A efetivação da ordem judicial por essa carreira pode fazer toda a diferença na vida das vítimas de violência doméstica e familiar”, frisa.

Para contribuir com o levantamento dos dados sobre a violência e buscar meios de reduzir a ocorrências desses crimes, a presidente da Comissão de Combate à Violência Contra a Mulher na CDH diz que é necessário desenvolver um mapeamento da atuação dos Oficiais de Justiça em número de casos e em áreas em que tais crimes são mais recorrentes, para que se componha uma base de dados no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Acrescenta também que o levantamento desses dados será imprescindível para o desenvolvimento de novas políticas públicas com objetivo de minimizar a violência doméstica e familiar, e aperfeiçoar a capacitação dos Oficiais de Justiça que atuam tão perto dessas vítimas.

“A realização dessa audiência pública é fundamental para debatermos sobre a necessidade de se identificar a violência doméstica e o feminicídio a partir do mapeamento da atuação dos Oficiais de Justiça, bem como para buscar soluções que possam aprimorar a atuação desses profissionais e a coleta de dados relevantes nesse contexto”, observa a senadora Augusta Brito.

Dirigentes do Sindojus Ceará e DF com José Antônio Fernandes de Macedo e Sílvia Rebeca Sabóia Quezado, autores do livro Feminicídio.

Ausência de dados

O livro “Feminicídio: mapeamento, prevenção e tecnologia”, elaborado em coautoria pelo professor José Antônio Fernandes de Macedo, do Departamento de Computação da UFC, e pelos pesquisadores Sílvia Rebeca Sabóia Quezado e Tiago Dias, magistrado do TJCE, apresenta um panorama sobre o feminicídio em Fortaleza. A obra aborda as formas de atuação, especialmente no Poder Judiciário, para prevenção por meio de uma proposta de avaliação de risco e ação integrada entre diversos órgãos, norteada por uma gestão de dados. Os pesquisadores, no entanto, não abordaram a perspectiva da atividade do Oficial de Justiça, porque não encontraram dados referentes à atuação desses servidores, responsáveis por materializar as medidas protetivas e que atuam diretamente com as vítimas e com os agressores.

Sindicato defende a criação de uma Central Especializada

Foram expedidos no ano passado, só para a Central de Cumprimento de Mandados Judiciais (Ceman) de Fortaleza, 20.856 mandados oriundos dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da capital. Para fortalecer a rede de enfrentamento à violência doméstica, o Sindojus requereu à administração do TJCE a criação de uma Central de Mandados (Ceman) especializada no cumprimento dessas ordens judiciais. Trata-se de medidas cumpridas por oficiais e oficialas de Justiça, por isso a importância de ações coordenadas que busquem dar maior celeridade ao cumprimento desses atos.

Vagner Venâncio, presidente do Sindojus, destaca que o Oficial de Justiça – servidor público do Poder Judiciário responsável por efetivar o cumprimento de medidas judiciais – pode fazer a diferença na vida de mulheres vítimas desse tipo de violência, exercendo um papel fundamental na rede de enfrentamento. Reforça ainda que a criação de uma central especializada visa a um aperfeiçoamento e a uma padronização na execução das medidas judiciais relacionadas à violência doméstica e familiar, oferecendo uma prestação jurisdicional mais ágil e eficiente.

Com essa proposta da entidade, busca-se otimizar a execução das medidas protetivas, aperfeiçoar a coleta de dados referentes ao combate da violência doméstica, bem como a constante capacitação esses profissionais visando a não revitimização das mulheres que sofrem com esse tipo de violência.
Prazo para cumprimento das medidas

A Resolução nº 346/2020 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estabelece o prazo máximo de 48 horas para o cumprimento de mandados referentes a medidas protetivas de urgência, podendo ser estabelecido prazo inferior pelo magistrado. Com a criação de uma central especializada, o Sindojus busca oferecer melhores condições para que o Oficial de Justiça cumpra essas medidas com a rapidez que os casos requerem e servidores com perfil para atuar nesses tipos de demandas.

Para debater esse importante tema e pensar em estratégias para que a Lei Maria da Penha seja efetivamente implementada e as medidas protetivas sejam aplicadas de maneira adequada, o Sindojus Ceará, representado pela diretora Fernanda Garcia, irá compor mesa na audiência pública desta terça-feira (28).

Audiência será transmitida ao vivo

A reunião será interativa, transmitida ao vivo e aberta à participação dos interessados e interessadas por meio do portal e-cidadania, na internet, em senado.leg.br/ecidadania ou pelo telefone da ouvidoria 0800 061 22 11.

Serviço:
Audiência pública “Lei Maria da Penha: ausência de dados referentes à atuação dos Oficiais de Justiça”
28/11/2023 - 14 horas
CDH do Senado Federal
Anexo II, Ala Senador Nilo Coelho, Plenário 2º
Acompanhe ao vivo – AQUI

InfoJus Brasil: com informações do Sindojus-CE

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

PEC 23/2023: Deputado Afonso Motta (PDT/RS) é escolhido relator da PEC dos Oficiais de Justiça na CCJ da Câmara

PEC 23/2023 dá mais um passo importante na Câmara

Deputado Afonso Motta (PDT/RS)

A PEC 23/2023, que insere os Oficiais de Justiça na Constituição Federal como função essencial à Justiça, já tem relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) na Câmara dos Deputados. O Deputado Afonso Motta (PDT/RS) será o responsável por elaborar o relatório com a análise sobre a adequação do texto com a Constituição Federal.

O oficial de Justiça Gerardo Lima, presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça do DF e da associção nacional União dos Oficiais de Justiça do Brasil (UniOficiais/Sindojus-DF), comemorou o avanço da PEC 23/2023 na Câmara dos Deputados. "O Deputado Afonso Motta é advogado e conhece bem o funcionamento do sistema de Justiça do Brasil. Além disso, sua atuação parlamentar sempre demonstrou compromisso com os trabalhadores e servidores públicos." destacou Gerardo Lima.

"Temos a convicção de que será elaborado um relatório técnico, imparcial e com todos os fundamentos para dar ainda mais força para a tramitação da PEC dos Oficiais de Justiça. O Instituto UNOJUS e suas entidades representativas associadas seguem trabalhando intensamente para que a PEC 23 seja aprovada e os Oficiais recebam a merecida valorização na Constituição Federal.", afirma o presidente da UniOficiais/Sindojus-DF.


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FPMOJ e entidades dos Oficiais de Justiça emitem nota pela manutenção ao veto de busca e apreensão de veículos sem ordem judicial

FPMOJ E ENTIDADES NACIONAIS EMITEM NOTA OFICIAL PELA MANUTENÇÃO DO VETO AO MARCO DAS GARANTIA

A Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Oficiais de Justiça (FPMOJ) e as entidades nacionais Afojebra, Fenassojaf e Fesojus-BR divulgam Nota Oficial em defesa da manutenção do veto presidencial nº 33 ao PL 4188/2021, que trata do Marco Legal das Garantias.

O veto foi uma importante conquista da atuação das três entidades que, junto com o presidente da FPMOJ, deputado Ricardo Silva (PSD/SP) e a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), conquistaram a retirada da possibilidade de realização de busca e apreensão extrajudicial de bem móvel alienado fiduciariamente em garantia.

A proposta incorre em vício de inconstitucionalidade, pois permitiria a realização de medida coercitiva por agentes privados, sem que haja ordem judicial. A Frente Parlamentar e as entidades destacam que essa previsão viola a cláusula de reserva de jurisdição e, ainda, criaria risco a direitos e garantias individuais, como os direitos ao devido processo legal, ao acesso à Justiça e à inviolabilidade de domicílio.

De acordo com a Nota Oficial, os atos de coerção, que visam violar a esfera patrimonial e domiciliar de qualquer pessoa, jamais poderia deixar de vir no bojo de uma ação judicial, assegurados o contraditório e a ampla defesa, sob pena de criar tribunais de exceção, com prejuízo irreparável ao jurisdicionado, especialmente ao hipossuficiente.

A íntegra da nota foi encaminhada pelo deputado Ricardo Silva a todos os demais deputados da Câmara.


InfoJus Brasil: com informações da Fenassojaf

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