A cada novo caso de agressão a oficial de justiça, a situação de omissão e abandono a que está relegado este profissional indispensável ao funcionamento do Judiciário, fica mais escancarada. 
As atribuições conferidas pela lei ao 
oficial de justiça incluem a realização de prisões, apreensão de pessoas
 e bens, separações de corpos, reintegrações de posse, dentre outras que
 guardam em si características próprias que levam o profissional 
responsável por sua efetivação a situações de elevadíssimo risco.
Apesar disso, pouco ou nenhum 
treinamento é fornecido ao oficial de justiça para o desempenho de suas 
funções. Quando o assunto é equipamentos de proteção pessoal, como 
colete e armamento, fica ainda mais evidente a postura de omissão tanto 
dos legisladores quanto do judiciário.
O Projeto de Lei 30/2007 tramita a 
passos de tartaruga no Senado Federal, enfrentando toda a resistência 
possível da bancada inconsequente e mal-intencionada do desarmamento e 
do governo federal, que parece viver em uma realidade diferente da 
vivida por todos os brasileiros.
O Judiciário por sua vez, em momento 
algum, em qualquer de suas instâncias, se pronunciou no sentido de 
impulsionar a aprovação do PL, ou melhor, de ele mesmo propor leis que 
garantam a estruturação e treinamento da função.
Exemplo melhor não há que o PL 107/2007,
 que visava exigir curso de Direito para oficial de justiça. Aprovado o 
projeto na Câmara e no Senado, o ex-presidente que nunca sabia de nada, 
Lula, soube vetá-lo por vício de iniciativa, aliás, nada mais coerente 
para quem pouco estudou e trabalhou, vetar uma lei que visa a 
qualificação. Até hoje, cinco anos se passaram e não houve qualquer 
movimentação do Judiciário no sentido de sanar o vício alegado, propondo
 projeto de lei no mesmo sentido.
É uma situação lamentável que se 
perdurará até que os tribunais, de todas as instâncias, percebem a 
importância que tem o oficial de justiça e se conscientizem da 
necessidade de capacitá-lo, treiná-lo e equipá-lo, não só para sua 
proteção, mas também para a prestação de um serviço de boa qualidade à 
população.
Infelizmente, o horizonte não parece 
trazer sinais de que a situação irá mudar. O oficial de justiça hoje, 
para se proteger dos riscos a que são expostos no exercício do serviço 
público, é obrigado a dispender altos custos para aquisição de arma de 
fogo, munições, coletes, sem mencionar a absurda taxa de R$1000,00 do 
porte de arma e, ainda, a exaustiva burocracia que beira a má vontade, 
nos trâmites na Polícia Federal, órgão responsável pela expedição do 
porte.
O fato é que até que o cenário mude com 
chamada para si da responsabilidade por parte dos tribunais em fornecer 
capacitação, treinamento e equipamento a essa categoria 
irresponsavelmente esquecida, estamos fadados a ficar apenas esperando o
 próximo caso de agressão a oficial de justiça sem que este tenha sequer
 a mínima chance de defesa. Nas palavras da jornalista Rachel Sherazade,
 verdadeiramente como ovelhas ao matadouro!
Fonte: Sindojus/PB 
 
 
 
Nos Oficiais de Justiça, o longa manus dos magistrados, precisamos nos rebelar, acordar para a realidade que nos ladeia, os perigos constantes que somos expostos por força das ordens judiciais que materilizamos. O descrédito que o judiciário enfrenta, atinge diretamente nós Oficiais de Justiça, estamos sempre pisando em ovos, por conta do descaso e falta de vontade dos Tribunais, em resolver nossos problemas de segurança e na execução dos mandados. Alegar que podemos solicitar força policial, não prospera, pois, o auxilio pode chegar tarde ou nunca chegar. Nossos Sindicatos precisam falar a mesma língua, e deflagar-mos em rede nacional um dia ou mais, de paralisação. A fé publica é nossa!!!!Abraços a todos
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